Dilton e Feito

Atrasos no julgamento do mensalão equivalem a mais de duas sessões

O atraso ocorre porque o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, seguindo uma tradição do tribunal, aguarda a chegada de todos os ministros antes de entrar no plenário e dar início aos trabalhos.

O atraso acumulado de início das sessões de julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) passa de dez horas, o equivalente ao horário útil de duas sessões e meia. A impontualidade consumiu cerca de 12% do julgamento. Desde o início, as sessões têm começado com atraso médio de 31 minutos, segundo a Folha apurou. As sessões estavam marcadas para começar sempre às 14h –o horário foi anunciado no "Diário da Justiça" do dia 27 de junho–, mas houve dia em que isso ocorreu às 14h48. Nenhum dos encontros começou no horário. O atraso ocorre porque o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, seguindo uma tradição do tribunal, aguarda a chegada de todos os ministros antes de entrar no plenário e dar início aos trabalhos. Os juízes ficam reunidos numa sala atrás do plenárioMas, se um ministro não chega, ninguém entra. Os retardatários não são revelados à imprensa porque não acesso à sala. O único ministro sobre o qual é possível atestar a pontualidade é Marco Aurélio Mello. Ele sempre chega antes das 14h e entra no plenário para falar com visitantes e jornalistasBritto não precisa esperar a chegada de todos. Basta atingir o quórum mínimo de seis colegas para dar início à sessão. "Mas ficaria muito chato ver o ministro retardatário entrando sozinho", diz o assessor de um dos juízesIndagada sobre os atrasos, a assessoria do STF respondeu: "As sessões plenárias podem começar com a presença de pelo menos seis ministros, entre os quais o relator. Nem sempre esse quórum às 14h". A questão dos atrasos nas sessões ganha relevo porque, caso o julgamento continue no ritmo atual, risco de o STF perder mais um ministro antes do encerramento do processo –o primeiro foi Cezar Peluso, que se aposentouBritto fez um "apelo" aos ministros para que reduzam ao máximo suas intervenções, conforme revelou em plenário nesta semana o ministro Ricardo Lewandowski. Em resposta, Britto disse "não ter sido bem entendido" e afirmou que havia pedido somente que os debates "não resvalem para a zona do interminável, do infinito". As informações são do Folha.

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