Na manhã deste domingo (4), os novos robôs motorizados adquiridos pela Prefeitura de Feira de Santana voltaram a operar. Com o objetivo de vistoriar as redes de drenagem subterrânea do município, desta vez, o equipamento esteve realizando o monitoramento em outros pontos no bairro Panorama, entre as ruas Amado Bahia e Adalgisa Borges. Ao todo, onze vias já foram inspecionadas na cidade, inclusive localizando no Campo Limpo 16 conexões clandestinas e obstruções.
Em entrevista ao Acorda Cidade, João Vianey, engenheiro e responsável pela Superintendência de Obras e Manutenção (Soma), falou sobre o que foi possível detectar com a videoinspeção.
“Detectamos algumas obstruções. Em outros trechos da rede houve algum comprometimento de vazão, o robô não conseguiu acessar e nós estamos fazendo um planejamento de uma intervenção infelizmente destrutiva. Nós vamos ter que abrir a rua para poder fazer essa avaliação pontual. Nós temos situações de locais com mais da metade da seção obstruída e outros locais com fluxo de água muito intenso. Nós detectamos algumas redes que cruzam essa galeria nossa, nós temos vários lançamentos irregulares, ligações domésticas, tem trechos que você percebe redes que estão sendo lançadas, apesar de ter a rede de esgoto em um segmento principal da rua. Então todos esses levantamentos nós estamos consolidando e vamos fazer”.
De acordo com Vianey, na imagem acima detectada pelo robô, você pode perceber a rede de esgoto obstruindo a rede de drenagem pluvial do município. Além de danificar a rede, impede a inspeção, porque o equipamento não tem como passar.
Segundo Vianey, o prefeito Colbert Martins convocou uma reunião entre a Agência Reguladora de Feira de Santana (Arfes) e a Soma para definir as próximas ações referentes às irregularidades encontradas.
Os três Robôs Rover Explorer, que têm a capacidade de substituir a inspeção humana, se chamam ‘Pluvi’ e têm 20 kg cada. São feitos de aço inox e se assemelham ao veículo de exploração espacial, que tem quatro rodas e câmeras nos olhos.
“Tem o de menor porte e o de maior porte, que conforme o diâmetro da rede, a condição de acesso, os técnicos da empresa definem qual tipo de robô vai ser utilizado”, explicou.
Fabricado em Goiânia pela empresa Robit Videoinspeção Robotizada, o ‘Pluvi’ tem o motor francês potente para ‘caçar’ pontos bloqueados na rede de escoamento. Ele já rodou em Brasília, Fortaleza e Rio Grande do Sul, dando suporte após alagamentos e enchentes.
“Além da imagem que já dá obviamente resolução, nos dá a plena condição de avaliar a condição da rede, a sua integridade, a extensão que essa rede tem, a declividade, então assim, são informações importantes, ainda mais em alguns locais como eu disse, de um acesso complicado, locais em que as caixas não tem o posto de inspeção impedindo o acesso, então ele é uma ferramenta importantíssima para que a gente possa fazer essas análises e detectar a origem de certas situações”, explicou.
Nesta manhã, no Panorama, o robô avaliou o canal de macrodrenagem percorrendo trechos de 100 metros. Perímetro que só não foi maior, justamente por conta das obstruções. Segundo Vianey, o aparato tecnológico tem as funções para enxergar toda a integridade da rede subterrânea.
“A gente conseguiu fazer alguns trechos de 100 metros, mas a maioria foi inferior por essas obstruções que foram sendo detectadas. Ele vai fazendo essa varredura, mas até esses limites ele vai trabalhando e fazendo os levantamentos. O conceito da videoinspeção, ele tem uma série de luminárias, que vai iluminando esse trecho, ele regula, tem um robô menor para os diâmetros menores, para os locais que estão com obstrução maior, ele tenta, mas tem um maior que, inclusive a câmera ele consegue regular a altura”, ressaltou.
Foram localizadas ligações irregulares de esgoto doméstico, ligações pluviais feitas fora da caixa, que segundo o engenheiro Vianey, estão causando danos à manilha. Em relação à Embasa, ele afirmou que não foi detectado nenhuma irregularidade, apenas as obstruções que cruzam as redes.
“Nós detectamos algumas situações de redes que cruzam as redes de drenagem, então isso é um assunto que nós estamos fazendo o levantamento, naturalmente há uma restrição da vazão da rede, especialmente nos momentos de pico de chuva, então nós estamos consolidando os relatórios, vai exigir da gente essas inspeções agora destrutivas, abrindo alguns segmentos para uma análise mais aprofundada, já que o robô não conseguiu fazer, e vamos definir com a agência, e ela vai tomar as medidas necessárias para haver a desobstrução e a condição de vazão adequada das redes”, explicou.
Em decorrência das chuvas dos últimos dias que causaram alagamentos em diversos pontos da cidade, a Soma está, primeiramente, realizando as vistorias nos bairros mais afetados, como o Campo Limpo e Panorama, no conjunto Feira 7. A ideia é ampliar o serviço após esse período de emergência.
“Nesse primeiro planejamento, eram esses três pontos para a gente fazer essa análise, mas a intenção é que a gente coloque isso e estenda para outros locais da cidade. A equipe vem abrindo as caixas, fazendo a inspeção, para que tenhamos a condição de fazer essa análise completa e fazer o acesso. A expectativa é até o final da semana para fazer o levantamento desses trechos. Então, nós estamos fazendo o mapeamento do planejamento, assim que estiver concluído, a empresa desmobiliza e nos encaminha os relatórios completos de todas as inspeções feitas”, finalizou.
Confira as ruas que já passaram pelo monitoramento do Pluvi:
Campo Limpo
Rua Bertolino Carneiro
Rua Gonçalves Dias
Rua Monsenhor Moisés Couto
Rua Nova Trento
Rua São joão do Meriti
Rua Cabo Frio
Rua Grêmio
Rua São Gonçalo
Travessa Antônio Carvalho
Panorama
Canal de macrodrenagem da rua Amado Bahia com a rua Adalgisa Borges.
O que diz a Embasa
Ao Acorda Cidade a Embasa informou que não lança esgoto na rede de drenagem de água de chuva da prefeitura municipal de Feira de Santana. Todo o esgoto coletado pela empresa é direcionado às estações de tratamento, para não causar danos ao meio ambiente.
As informações acima com base no relatório da prefeitura, mostram a passagem de alguns trechos da rede coletora de esgoto por dentro das manilhas da rede de drenagem. É importante observar que, como a rede de esgoto é fechada, isso não significa lançamento de esgoto nessa rede.
Quando é constatado que algum trecho da rede de esgotamento sanitário está assentado em um local inadequado, a Embasa adota as providências para o devido remanejamento. A empresa está disponível para adequar o trajeto de suas redes e sensibilizar a população para o escoamento correto do esgoto e da água de chuva nas redes corretas.
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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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