Feira de Santana

Cases Juiz Mello Mattos e Zilda Arns recebem investimentos de R$ 700 mil em reformas, novos computadores e livros

As unidades receberam na manhã desta segunda-feira (29), 77 computadores e mais de mil livros didáticos.

Case Juiz Mello Mattos
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

As Comunidades de Atendimento Socioeducativos (Cases) Juiz Mello Mattos e Zilda Arns receberam, na manhã desta segunda-feira (29), mais de mil livros e cerca de 70 computadores, além de reformas para atender os adolescentes e jovens que estão inseridos nas unidades.

Case Juiz Mello Mattos
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Localizadas na Avenida Artêmia Pires, no bairro SIM em Feira de Santana, as duas unidades, que dividem cerca de 128 atendidos, receberam os investimentos, fruto de uma emenda do deputado federal Zé Neto, em parceria com a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).

Filipe Freitas
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, destacou todas aplicações nas unidades socioeducativas que somaram cerca de R$ 700 mil.

“Estamos inaugurando aqui a reforma da fachada, a reforma do gradil. Também estamos entregando 77 computadores e mais de 1.400 livros que foram doados pela Fundação Pedro Calmon. As reformas e os equipamentos são objetos de duas emendas do deputado federal Zé Neto, emendas que juntas somam mais de R$ 700 mil, portanto, é um investimento importante na melhoria das condições de trabalho, da apresentação desse espaço, e nas condições de trabalho socioeducativo que se faz aqui. São livros de literatura, livros voltados à questão racial, temáticas nacionais e internacionais, que são os mesmos livros, o mesmo padrão que os nossos estudantes das escolas públicas recebem, até porque todos os estudantes, todos os adolescentes que estão aqui são também estudantes da rede pública, todos matriculados e cursando, seja em educação de jovens e adultos, seja em ensino regular, no ensino médio e fundamental”.

Destinando a emenda para a reforma da estrutura das unidades e também aos computadores de última geração, o deputado Zé Neto (PT), frisou a necessidade do incentivo tecnológico à formação dos jovens para que consigam ressocializar e trabalhar ao saírem do período de internação.

Deputado Federal
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Olha, primeiro, requalificamos uma parte aqui da estrutura do Mello Mattos, que é antiga e precisava de uma requalificação, principalmente ali na frente. Eu passo aqui todo dia, é perto da minha casa. E a gente conversando, achei melhor fazer essa intervenção ali no gradil, no estacionamento, que ficaria mais apresentável e mais seguro, inclusive. Também, um outro aspecto é o dos computadores, os 77 computadores, e junto com o Filipe a gente faz essa entrega hoje aqui, ele que é nosso secretário de Justiça, feirense, e bem conhece aqui a realidade desses meninos, para que a gente possa melhorar a qualificação para que quando eles saírem daqui, eles tenham uma opção a mais de qualificação nessa parte tecnológica. O mundo hoje é tecnológico, e essa linguagem tecnológica é fundamental. São 77 computadores de última geração que vão colaborar muito para atender a formação técnica e de qualificação profissional para que ao saírem daqui, eles tenham mais uma oportunidade na vida. É isso que a gente está trabalhando, ressocializar e perdoar. É dar ao ser humano uma condição de poder encontrar um outro caminho, um caminho do bem. Agradeço muito a atenção de Felipe, do governador Jerônimo e também da diretora-geral da Fundação, que é a Regina Afonso que faz um ótimo trabalho aqui nas duas casas de ressocialização de Feira”, disse.

Case Juiz Mello Mattos
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Atendimento aos jovens e adolescentes

Com o objetivo de proteger as vítimas de violação dos direitos humanos e fazer políticas de prevenção à violência, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos ainda consolida um papel fundamental no apoio à ressocialização de internos nas duas unidades de atendimento socioeducativo para menores em Feira de Santana.

Felipe Freitas, também em entrevista ao Programa Acorda Cidade, na Rádio Sociedade News, reforçou o processo de acolhimento e acompanhamento do jovem interno mesmo após a saída de uma unidade socioeducativa.

“Esses adolescentes se desviaram na sua trajetória, mas a gente quer oferecer, como para todos os jovens uma nova oportunidade, de se reconectar com a sua vida, ter educação e de voltarem para as suas famílias, contribuindo com a sociedade já livres do peso dessa experiência dura de ter cometido um ato infracional e de estar no cumprimento. É uma medida de ação e de prevenção a violência e cidadania. A gente precisa que haja um acolhimento na sociedade desse adolescente, e isso é difícil, porque é tentador a violência, o tráfico para esses adolescentes, mas a gente tem um programa de acompanhamento. Ou seja, quando ele sai, a gente não abandona, mas tenta acompanhar, avisando a unidade de assistência local que o adolescente está chegando, então ele precisa de uma bolsa de transferência de renda que é o Bolsa Família para garantir que ele tenha algum dinheiro para recomeçar a vida. Quando a gente cai, a gente quer que alguém estenda a mão para dar uma nova oportunidade, é o que a gente tenta oferecer para os nossos filhos, quando o filho faz alguma travessura, a gente reclama mas quer que ele recomece, que ele tenha uma segunda oportunidade de mostrar o seu melhor e é isso que tentamos fazer”.

Filipe Freitas
Foto: Iasmin Santos/ Acorda Cidade

Unidades

Feira de Santana possui duas unidades com a mesma abordagem no sistema socioeducativo de jovens e adolescentes, sendo o Juiz Mello Matos e o Zilda Arns. Apesar de distintas, cada unidade tem sido destaque no trabalho efetivo de acesso à educação dos internos, já que todos estão matriculados na rede pública de ensino.

O secretário de Direitos Humanos relatou os resultados deste aprendizado em exames nacionais como o do Ensino Médio (Enem) e Olimpíadas (Matemática).

“O Mello Matos atende só Feira de Santana e região, a Zilda recebe gente de outros lugares do estado. Na prática, as duas desenvolvem o mesmo tipo de trabalho, é só o número de vagas que as diferenciam, ao invés de fazer uma grande unidade, são duas gestões. Não tenho dúvidas de atestar que a maior parte do nosso trabalho tem um efeito positivo, para ter noção, no final do ano passado, a gente comemorou um número grande de adolescentes que passaram no Enem, foram premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática. Todos que estão ali estão matriculados na rede pública de ensino. O Colégio em Tempo Integral do Aviário, oferece, dentro das unidades, um anexo, que é o mesmo tipo de ensino. Eles não estudam diretamente no colégio, dentro do Mello Mattos temos um anexo, são os mesmos professores, equipe pedagógica e o mesmo tipo de ensino. Os resultados, de fato, do ponto de vista educacional, a unidade que tem alcançado melhores resultados são de Feira de Santana e isso tem a ver com o trabalho da escola, que atende e oferece um serviço de alta qualidade, gente muito séria. É importante reconhecer que temos servidores públicos sérios e comprometidos como os professores que trabalham ali”.

Case Juiz Mello Mattos
Foto: Divulgação/ Fundac

Os crimes cometidos pelos adolescentes e jovens internos do Zilda Arns e do popular Mello Mattos, são os mais diversos, segundo o secretário Felipe Freitas. Mesmo com as infrações, ele explicou que o percentual de jovens que retornam as unidade quando são liberados é baixo, visto que os trabalhos desenvolvidos nas unidades dão a eles, também dignidade.

“Tem de tudo, mas às vezes a gente tem uma ideia que são crimes cometidos por violência ou grave ameaça. Tem isso também, adolescentes que de fato praticaram ameaças, mas há um número significativo de adolescentes que cometeram furtos, sem violência, conflitos vividos em unidades escolares que desenrolam para aquilo, tem casos de adolescentes que se envolvem com adolescentes mais novos ou até crianças e viram um caso de abuso sexual. Mas, quando o adolescente ele entra ali, a nossa pergunta é sobre a porta de saída, como a gente vai fazer para que a gente saia da melhor forma possível, essa é uma pergunta fundamental. Já sobre o reingresso, temos o índice, que é quando o adolescente sai e retorna. Esse é um percentual baixo, é menos de 15% de quem volta, fruto de um trabalho que é desenvolvido nas unidades”, finalizou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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