Saúde

Governo Federal anuncia estratégia de vacinação contra a dengue na Bahia

Vacina será aplicada a partir de fevereiro em pessoas que residem em regiões endêmicas, em 521 municípios no Brasil. Imunização é uma das ações iniciadas ainda em 2023 para enfrentamento da doença.

vacinação
Foto: Rogério Vidmantas/ Prefeitura de Dourados

O Governo Federal inicia em fevereiro a aplicação de vacinas contra a dengue na população de regiões endêmicas. A ação, coordenada pelo Ministério da Saúde, vai alcançar 521 municípios. Este ano, a estratégia foca no grupo formado por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos — faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue (depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa).

As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e com população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.

O Ministério acordou critérios para definição dos municípios que irão receber as doses, com o Conass e Conasems — órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios — seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Na Bahia, as sete regiões de saúde priorizadas englobam 115 municípios baianos:

Salvador
Salvador; Lauro de Freitas; Vera Cruz; Madre de Deus; São Francisco do Conde; Itaparica; Candeias; Santo Amaro; São Sebastião do Passé; e Saubara.

Feira de Santana
Feira de Santana; Santo Estêvão; Coração de Maria; Teodoro Sampaio; São Gonçalo dos Campos; Rafael Jambeiro; Conceição do Jacuípe; Nova Fátima; Antônio Cardoso; Irará; Riachão do Jacuípe; Amélia Rodrigues; Candeal; Pé de Serra; Santa Bárbara; Serra Preta; Terra Nova; Ichu; Ipecaetá; Ipirá; Tanquinho; Pintadas; Mundo Novo; Capela do Alto Alegre; Baixa Grande; Santanópolis; Gavião; e Anguera.

Itabuna
Itabuna; Coaraci; Camacan; Gongogi; Itajuípe; Ubaitaba; Maraú; Pau Brasil; Barro Preto; Ubatã; Ibicaraí; Buerarema; São José da Vitória; Itapé; Almadina; Jussari; Aurelino Leal; Ibirapitanga; Floresta Azul; Santa Cruz da Vitória; Itapitanga; e Itaju do Colônia.

Ilhéus
Ilhéus; Uruçuca; Santa Luzia; Itacaré; Una; Mascote; Canavieiras; e Arataca.

Jequié
Jequié; Ipiaú; Itagibá; Boa Nova; Maracás; Ibirataia; Barra do Rocha; Itiruçu; Dário Meira; Planaltino; Itagi; Nova Itarana; Aiquara; Jaguaquara; Jitaúna; Itamari ; Manoel Vitorino; Iramaia; Apuarema; Brejões; Lafaiete Coutinho; Irajuba; Itaquara; Lajedo do Tabocal; Santa Inês; e Cravolândia.

Barreiras
Barreiras; Luís Eduardo Magalhães; Formosa do Rio Preto; Wanderley; Cristópolis; Santa Rita de Cássia; São Desidério; Cotegipe; Angical; Riachão das Neves; Baianópolis; Brejolândia; Mansidão; Tabocas do Brejo Velho; e Catolândia.

ENFRENTAMENTO CONTÍNUO

Desde 2023, a pasta da Saúde está em constante monitoramento e alerta para o aumento de casos de dengue no Brasil. Nesse cenário, a pasta coordenou uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses, intensificou os esforços e reforçou a conscientização sobre medidas de prevenção.

A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil no último sábado, 20 de janeiro.

O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Governo Federal adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses.

De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada de forma célere pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec), que recomendou a incorporação.

AÇÕES ESTRATÉGICAS

Com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, e diante do alerta emitido pela OMS sobre o aumento das arboviroses em razão das mudanças climáticas — somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos sorotipos DENV-3 e DENV-4 — o Ministério da Saúde coordenou uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de 2024.

De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas 1 a 3 deste ano, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue. Em 2023, houve a notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos no Brasil. O documento de acompanhamento do cenário nacional foi uma das iniciativas disponibilizadas para o monitoramento estratégico.

Em novembro, como parte das ações de comunicação regionalizada, a pasta lançou novas campanhas de mobilização social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse cenário epidemiológico. No mês seguinte, foi instalada a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.

Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença.

Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti — sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.

MÉTODO WOLBACHIA

O Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Uberlândia (MG), Natal (RN), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa, que são Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).

A iniciativa consiste na liberação de mosquitos da espécie Aedes aegypti infectados por uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus pelo mosquito.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários