Pensando na saúde dos animais de estimação, amigos fiéis dos seres humanos, a reportagem do Acorda Cidade conversou com uma médica veterinária para reunir algumas dicas valiosas para a nutrição dos animais nesta época de altas temperaturas. O outono chegou ao Brasil no último dia 20, mas ainda se percebe o calor e o mormaço que continuam a tirar a ‘ensolarar’ os baianos e seus bichinhos.
Em entrevista, Samily Cerqueira de Araújo falou sobre as principais recomendações nutricionais para os pets, principalmente nesta época de temperaturas mais altas, e demais práticas que os tutores podem realizar para trazer um maior conforto aos animais.
“Tanto no verão como em qualquer outra estação é a questão da ração de boa qualidade e eu recomendo alguns tutores a fazer o uso de algumas suplementações para esses animais durante os períodos onde tem um desgaste imunológico muito grande. Têm alguns cães também que eu recomendo a fazer o uso de frutas, verduras, legumes; e alguns clientes eles optam realmente em fazer essa junção, tanto da ração, quanto desses outros alimentos”, relatou.
Além da ração, a introdução de frutas e verduras é muito bem-vinda para a saúde dos cachorros. Ajuda a mantê-los hidratados e saudáveis durante o calor, principalmente aquelas que tem uma maior presença de água como a melancia e o melão.
“Alguns pacientes gostam muito quando colocam aquela fruta no congelador que deixa bem congelada como se fosse um picolé, então é uma forma também de hidratação. Outra forma que eu recomendo, principalmente para tutores de gatos, é colocar os sachês naturais no congelador. Em temperaturas mais altes os gatos acabam dormindo mais, então colocando os sachês no congelador, fazendo aquele picolé, eles acabam ingerindo uma quantidade de água muito maior”, explicou.
Assim como os humanos sentem as altas temperaturas, os animais também podem ficar desconfortáveis com o calor. Para amenizar a situação, a veterinária recomenda algumas ações que podem ajudar.
“Sempre recomendo que os tutores liguem o ventilador e ar-condicionado em casa; a gente tem os tapetinhos gelados, que pode-se colocar na geladeira e aí depois coloca no chão para que aquele animal possa deitar e descansar; temos também banhos periódicos, principalmente aqueles banhos com água fria”, indicou.
Para aqueles bichinhos com pouco pêlo e pele mais clara, a veterinária recomenda o uso de protetor solar para prevenir o câncer de pele nos animais. Ela também deu dicas para os passeios ficaram mais agradáveis.
“Passear nos horários mais frios, evitar aqueles horários mais quentes. Sempre levar consigo uma garrafinha de água para uma hidratação, colocar aquele protetor da região de patas, que é tipo uma luvinha para proteção e para andar nesses ambientes. O passeio sempre deve ser nos horários mais frios do dia”, recomendou.
Segundo Samily, alguns animais podem sofrer de hipertermia, que é o aumento excessivo da temperatura corporal. Muitos animais acabam ficando bastante ofegantes, tendo um comportamento totalmente diferente do habitual.
Se você tem o costume de levar seu animal para se exercitar, preste atenção nos sinais que ele pode dar. O animal pode apresentar cansaço, ofegação e apresentação de saliva intensa para demonstrar que está sofrendo com o calor ou até mesmo com o esforço do momento. Parar para beber água e descansar é fundamental.
“Eles podem apresentar uma cianose, que é a região da mucosa, da gengiva um pouco mais escurecida, mais azulada. Alguns apresentam vômito, diarreia, então são essas características que a gente pode observar em um animal que está apresentando algum aumento da temperatura”, detalhou.
Além disso, Samily explicou que cães da raça Shih Tzu, os American Bully e alguns Spitz podem apresentar maiores problemas por conta das altas temperaturas.
Um ouvinte relatou ao Acorda Cidade, que seu animal acabou infartando no fim de ano passado, por conta do barulho dos fogos de artifício. Além da pele sensível, os animais também têm a audição bem apurada.
“Eu tenho como exemplo prático a minha cadela. No final de ano, que foi réveillon, teve também o período junino, ela ficou bastante ofegante e teve reações que fiquei bastante preocupada. Então, os animais podem desenvolver um quadro de um problema cardíaco mediante essas questões dos barulhos de fogos de artifício. Eu recomendo tentar manter o animal dentro de casa, num ambiente fechado, se possível num ambiente acústico. Fazer aquela técnica de amarração do corpo, sempre estar perto do animal e manter aquele ambiente o mais protegido possível para evitar fugas”, relembrou a veterinária.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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