Dia do Leitor

Psicopedagoga explica como funciona o processo de desenvolvimento da leitura em diferentes idades

Identificar as dificuldades no processo de leitura, ainda na fase infantil, é importante para evitar impactos negativos.

Leitura Infantil
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Neste domingo, 7 de janeiro, é celebrado o Dia do Leitor, uma data dedicada às pessoas que são apaixonadas pela literatura, ou seja, que amam livros. Afinal de contas, ninguém nasce sendo um leitor, o interesse pela literatura é algo que se desenvolve no ser humano através dos anos, a partir das influências positivas relacionadas ao ato de ler.

Ter o hábito da leitura é importante para exercitar as capacidades de comunicação, interpretação e de cognição das pessoas. A literatura é celebrada no Brasil em outras datas ao longo do ano, como o Dia da Literatura Brasileira, comemorada anualmente em 1º de maio e o Dia Nacional do Livro, em 29 de outubro.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com a Pedagoga, Psicopedagoga e Mestranda em Educação Especial, Márcia Magalhães. Segundo ela, o processo de leitura é desenvolvido de forma progressiva e destacou que as crianças precisam ser estimuladas através das histórias.

Psicopedagoga
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O processo de leitura se desenvolve de forma progressiva, passando da decodificação das palavras para a compreensão e interpretação do texto. Nas crianças, é essencial estimular a leitura por meio de histórias e livros adequados à idade. Enquanto nos adolescentes, é importante incentivar a leitura de diversos gêneros para expandir o repertório”, explicou.

Livro Digital X Livro Físico

De acordo com o Márcia Magalhães, é possível equilibrar o uso dos dois tipos de livros.

Psicopedagoga
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Equilibrar o uso da tecnologia com a promoção da leitura pode ser feito por meio da oferta de conteúdos digitais de qualidade, como e-books e aplicativos educativos, além do estabelecimento de limites de tempo para uso de dispositivos eletrônicos, reservando momentos específicos para a leitura tradicional, lembrando que a leitura permite a ter mais empatia e ter um senso crítico mais apurado”, pontuou.

Desafios

Ao Acorda Cidade, a psicopedagoga declarou que a maior dificuldade da leitura, é quando aquela criança já tem acesso à dispositivos digitais, assim como não tem incentivo dos pais.

“A competição com os dispositivos eletrônicos, a necessidade de incentivo e exemplo por parte dos adultos, a família, e a criação de ambientes propícios para a leitura, longe dos dispositivos eletrônicos. É necessário disponibilizar uma variedade de livros e estabelecer momentos regulares de leituras em família, dando a importância da leitura para o mundo em que a gente está hoje, para a sociedade em que ele vai estar inserido, e para expandir também a comunicação que ele vai ter com o outro. É importante também, explorar livros digitais, interativos, conectar leitura a interesses pessoais e utilizar tecnologia para acessar conteúdos relacionados aos livros. Isso pode ser uma questão eficaz”, declarou.

Segundo Márcia, é possível que os pais possam utilizar a tecnologia aliada à promoção da leitura ainda na infância.

Psicopedagoga
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A tecnologia pode ser uma aliada no processo de aprendizagem e os pais podem aproveitar esses recursos de maneira construtiva ao escolher aplicativos educativos que estimulem a leitura, monitorar o tempo de tela e participar ativamente do processo de aprendizagem. Eles podem aproveitar esses recursos de maneira construtiva favorecendo a leitura em família e incentivando os filhos a ler desde criança. Quando eles são bebês, a gente enquanto pais, nós podemos pegar aqueles livros que são propícios para o banho, começar a incentivar através das imagens, que a criança começa a despertar o interesse também, a partir de ser bebê”, enfatizou.

Ao Acorda Cidade, Márcia Magalhães exemplificou que os pais não podem determinar os gostos dos tipos de leitura.

“É importante adaptar as práticas às diferentes faixas etárias, incluindo atividades lúdicas para as crianças e oferecendo opções diversificadas de gêneros literários para os adolescentes. Lembrando que eu não posso, enquanto mãe, pegar meu filho, levar para uma livraria, para ele comprar um livro. Ele gosta, por exemplo, de Galinha Pintadinha. Eu chego na livraria e vou comprar de Super-herói. Então, essa leitura pode não ser interessante para ele. Eu preciso levar meu filho para o mundo dos livros, eu preciso deixar meu filho escolher os livros também que ele quer ler, através dos desenhos que ele gosta, que isso acaba incentivando o uso da leitura”, disse.

Identificar as dificuldades no processo de leitura, ainda na fase infantil, é importante para evitar impactos negativos.

“Envolve observar o desempenho escolar, comportamento durante a leitura e buscar orientação profissional ao identificar sinais de dificuldade. A intervenção precoce é crucial para evitar impactos negativos no desenvolvimento acadêmico e emocional. Então, desde cedo, eu preciso verificar como é que está a leitura do meu filho para daí incentivar meu filho e, se caso seja necessário, eu fazer a intervenção precoce. A leitura é fundamental em vários aspectos. Ela expande o nosso conhecimento, melhora a nossa compreensão do mundo, aumenta o nosso vocabulário e aprimora nossa capacidade de comunicação. Além disso, a leitura estimula a criatividade, melhora a concentração e reduz o estresse. É por meio da leitura que podemos apresentar sobre diferentes culturas, podemos aprender sobre diferentes culturas, experiências e perspectivas, o que torna mais empáticos e abertos ao diálogo. Em resumo, a leitura é essencial para o desenvolvimento pessoal e intelectual”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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