Polícia

Delegado adjunto da DH faz avaliação de elucidações e criminalidade em Feira de Santana nos últimos meses

O delegado atribui a redução no índice de homicídios nos últimos meses também à Operação Paz, iniciada em 2023.

Delegado Adjunto da DH
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

O delegado adjunto da Delegacia de Homicídios, Fabrício Linard, realizou uma avaliação sobre o índice de criminalidade em Feira de Santana, destacando as elucidações de crimes e as mudanças estruturais implementadas na Polícia Civil para reverter o cenário de aumento no número de homicídios no município.

“Nós tivemos uma elevação no quantitativo geral de homicídios aqui em Feira de Santana no ano de 2023. No entanto, a gestão da Polícia Civil procedeu a mudanças estruturais de pessoas no quadro aqui, desde o nosso coordenador, Dr. Yves Correia, e principalmente na unidade, que é a Delegacia de Homicídios, a unidade mais sensível a essa questão dos homicídios na cidade. Então, houve uma mudança geral no quadro de delegados, onde eu me incluí, e Dr. Gustavo também assumiu mais uma vez a titularidade, dentre outros colegas. Sentimos uma diminuição nesses meses, de outubro em diante com relação aos meses anteriores, inclusive, alguns desses meses, inclusive até com comparação aos mesmos respectivos, nos anos anteriores”, declarou o delegado ao Acorda Cidade.

O delegado atribui a redução no índice de homicídios nos últimos meses também à Operação Paz, um convênio entre o Governo Federal e o Governo do Estado, que foi implementada em diversas localidades, incluindo Feira de Santana. A operação ocorreu na primeira quinzena dos meses de outubro, novembro e dezembro, desempenhando um papel importante no combate aos homicídios na região. Linard destaca que a operação resultou em elucidações, prisões, mandados de prisões cumpridos e operações de busca e apreensão, contribuindo significativamente para a melhoria da segurança na cidade.

Questionado sobre as apreensões e a entrada frequente de armamento em Feira de Santana, Fabrício Linard frisou que Feira de Santana é o maior entroncamento rodoviário do Nordeste, e isso facilita o trânsito e a aquisição de armas. Porém, o trabalho da Polícia Civil é justamente, diminuir essa prática.

“Isso sempre ocorreu. Feira de Santana tem uma geografia que favorece a esse trânsito, porque o município é o maior entroncamento rodoviário do Nordeste, então liga toda a parte de cima da nossa região, Nordeste, Ceará, Piauí, Maranhão, Paraíba, Alagoas e Sergipe, esses estados todos que, a conexão que é feita com o Sudeste, obrigatoriamente, em sua grande maioria, passa por Feira de Santana. Então, isso favorece, além de ser a maior cidade do interior da Bahia, depois de Salvador, é uma grande cidade do ponto de vista econômico. Não poderíamos ter uma cidade hiper e uma quantidade pequena de outros elementos, principalmente na questão de segurança. Uma região, uma cidade que desenvolve, que cresce, traz junto também essa parte negativa, mas a polícia e a justiça não pode deixar perder o controle e combater como assim vem sendo combatido a parte dos homicídios e do tráfico de drogas e de todos os crimes também contra o patrimônio em Feira de Santana”.

Elucidações

Outro ponto relevante no combate ao crime, são as elucidações de homicídios para assim, prender e julgar seus responsáveis. Mesmo sem o percentual dos crimes elucidados no ano de 2023 em mãos, o delegado adjunto da DH, se mostrou satisfeito quanto ao trabalho da Polícia na prisão de suspeitos.

“Não sei falar em números no momento, até porque tem pouco tempo que assumimos a unidade, mas aqui sempre teve um percentual, uma taxa de elucidação muito boa, apesar de termos um quantitativo muito elevado, muito desproporcional ao efetivo e estrutura que nós temos de trabalho, apesar dos investimentos e do quadro que tem sempre crescido, e a gestão da Polícia Civil sempre foi muito sensível, sempre passou a olhar com outros olhos para Feira de Santana e principalmente, para a Delegacia de Homicídios”.

Com um efetivo experiente, os agentes da DH também possuem uma rotina específica na investigação de crimes.

“Passaram a observar que tem que ter um carinho, tem que ter uma visão diferente com a unidade, mas mesmo assim, somos aqui policiais, investigadores, escrivães, delegados, todos imbuídos nesse prol, então temos a felicidade de trabalhar em uma especializada em que só trabalhamos com esse tipo de ocorrência, temos um efetivo que já tem uma certa experiência específica nesse tipo de investigação, o nosso serviço de investigação aqui tem policiais que já tem 8, 10 anos aqui lotados, poucos tem menos do que 2, 3 anos de experiência só em homicídios, então tem trazido elucidações e as elucidações são vistas pela sociedade com as prisões, então nós temos meta de trabalho, a gente sempre fala cadê o preso da semana? A gente brinca aqui com o pessoal, porque nós temos um vasto leque de mandados de prisão, então nós temos que ter um homicídio 2, 3, 4 na semana, então a gente tem que dar o retorno pra sociedade mostrando 1, 2 prisões, isso aí tem sido feito, e recentemente a gente está aí na estatística positiva já de 2024, que hoje já é dia 4, nosso último homicídio aqui registrado no município foi dia 30, estamos já no 6º dia sem homicídio em Feira de Santana”, ressaltou o delegado.

Com o recente caso de um jovem, identificado como Alisson Cerqueira Nascimento, 18 anos, que foi assassinado a tiros na última quarta-feira (3), na Praia de Cabuçu, por utilizar uma camisa de desenho animado, o delegado Fabrício Linard finalizou dizendo que infelizmente, essas ocorrências estão inteiramente ligadas ao tráfico de drogas, o que atinge 80% dos casos de homicídios no município.

“Essas organizações criminosas trabalham com simbolismos, com registros, e ao que me parece, a liderança, a organização que atuava nessa localidade onde esse jovem estava, rivaliza com uma outra que o símbolo é um personagem da Disney que estampava a camisa desse rapaz, e parece que pediram a ele para tirar essa camisa, algo desse tipo, ele falou que era um presente de um familiar que não ia tirar e gerou um conflito que terminou resultando na morte dele, mas é da violência, como lá, como em qualquer outro lugar, essa questão do tráfico de drogas é um fator elevador da questão dos homicídios, então aqui em Feira Santana a gente sempre estima que 80% dessas ocorrências de homicídio que ocorrem, às vezes um pouco mais, um pouco menos, sempre está relacionada, direta ou indiretamente ao tráfico de drogas, e esse exemplo com certeza é um caso que ocorreu por uma questão do mundo das drogas”, concluiu.

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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