Romário do Nascimento, de 27 anos, está realizando uma vaquinha solidária para custear o tratamento contra um câncer. Diagnosticado há oito meses, o jovem descobriu a doença quando estava realizando um intercâmbio na Universidade Autônoma Chapingo, no México, onde está atualmente.
O estudante foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, um câncer na coluna que lhe deixou hemiplégico, com paralisia do umbigo para baixo. Ao Acorda Cidade, ele contou como apareceram os primeiros sintomas e como rapidamente o tumor na medula mudou sua vida.
“Há oito meses descobri no pescoço umas bolsas como se fosse gordura, fui ao médico que me informou que era stress agudo. Mas esse não era o diagnóstico, foi quando após 2 meses e 15 dias as coisas se complicaram porque o câncer atacou de vez. Um dia de quarta-feira acordei com dor por toda barriga, fui ao médico que me indicou uma série de exames e uma consulta com o gastroenterologista, fui para casa porque tinha consulta até quinta. No dia seguinte já amanheci sem conseguir mover uma perna, com uma muleta e uma cadeira de rodas”, contou.
Na quinta-feira daquela semana, Romário foi ao médico que indicou um problema neurológico. Já na sexta, o problema já se agravou e ele teve a paralisia das duas pernas.
“Antes eu fui à farmácia numa consulta de orientação médica e estava medicado por esse primeiro Dr. então só depois de passar por quatro médicos tivemos o diagnóstico”, relatou o estudante ao Acorda Cidade.
No México, Romário passou por uma cirurgia de emergência, em 9 de setembro, que retirou 87% do tumor que já estava alojado na medula, a partir disso, ele precisou passar pela quimioterapia para continuar o tratamento. Os cuidados são necessários até ele conseguir um transplante de medula.
“A questão é que o tumor não é benigno. Sou diagnosticado com Linfoma Hodgkin difuso de células B grande, tenho uma série de tratamentos a fazer, entre eles, a quimioterapia é o primeiro passo. Depois radioterapia e medicamentos, já depois transplante de medula”, pontuou.
O jovem acadêmico se formou pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e também estudou na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Em 2019, ele conquistou uma vaga para o mestrado em Ciências, financiado pelo Conselho Nacional de Humanidades, Ciência e Tecnologias do México (CONAHCTY).
A defesa do mestrado de Romário estava marcada para o dia 22 de setembro e o estudante havia passado no Doutorado em Socioeconomia, Estatísticas e Informática no Colégio de Postgraduados. Ele contou como concluiu de dentro do hospital.
“Em conversa com o comitê acadêmico, eles tomaram a decisão de ser on-line, e que o primeiro e segundo (semestre) sirva direto para a minha recuperação. A defesa do hospital, queria me livrar. Meu comitê foi um amor, minha amiga María Fernanda me ajudou em tudo e minhas amigas do Brasil me ajudaram na parte acadêmica” informou o jovem ao Acorda Cidade.
Agora, Romário tenta se recuperar realizando a quimioterapia para continuar os estudos, pois já ingressou no doutorado. Ele precisa da solidariedade das pessoas para continuar lutando contra o câncer.
No México, o Sistema de Saúde não é público, o que piora a situação. Por isso, sua família está realizando uma vaquinha solidária, onde o valor arrecadado vai ajudar a pagar as despesas do tratamento e levar sua família até ele, que precisa de cuidados especiais para se recuperar.
“O maior desafio, além do dinheiro para seguir fazendo a quimioterapia, é o cuidado pós quimioterapia. É muito pesado, eu estou hemiplégico, por mais que meus amigos me ajudem, necessito de cuidados de enfermagem, aqui no México é caro, minha família criou a vaquinha para isso, porque eles são pobres, não tem muitas condições e todo recurso que eu tinha guardado já gastei, está difícil continuar o tratamento sem o apoio”, afirmou Romário.
Como ajudar:
O jovem acadêmico está lutando pela vida e para continuar realizando seus sonhos através do estudo. Colabore para a recuperação de Romário. Você pode contribuir com a vaquinha através deste link, clique aqui.
Com informações da repórter Jaqueline Ferreira do Acorda Cidade
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