Olimpíadas

Por seis centésimos, Joanna pega a última vaga das semis dos 200 medley

Brasileira se surpreende com classificação depois de não ter podido disputar os 400m medley, sua prova principal, devido a uma queda no quarto

 

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O choro era de felicidade, por ter conseguido finalmente competir nos Jogos de Londres. Ao menos era o que ela dizia. Joanna Maranhão ainda tem a marca aparente da queda que sofreu em seu quarto na Vila, três horas antes da estreia na competição e que a tirou da disputa dos 400m medley, prova na qual apostava todas as suas fichas. Ainda estava emocionalmente ferida pela fatalidade. Nesta segunda-feira, cinco minutos depois de ter nadado os 200m medley, não prestava atenção em muita coisa. Tinha a certeza de que sua participação havia terminado ali. descobriu que tinha avançado às semifinaisà partir das 16h55m (de Brasília) -, com o 16º tempo, na área de entrevistas. Começou com um "infelizmente eu não tive a oportunidade…" até que percebeu, pela reação dos jornalistas, que havia algo errado. Quando olhou para o sumário das eliminatórias, que aparecia na TV à sua frente, teve a confirmação.
 
Eu entrei?! – perguntava sem esconder a surpresa.
 
O rosto se iluminou imediatamente. Joanna não sabia se chorava ou se ria. Lembrou dos meses de sacrifício que passou para chegar até as Olimpíadas pela terceira vez.
 
– As coisas são engraçadas, ? (risos) Na minha cabeça eu ia começar nos 400m medley e ganhar confiança para as duas outras provas que não são a minha especialidade. Eu precisava nadar. Olhei para o lado e vi uma chinesa (Jiaxing Li), que não era aquela do recorde mundial dos 400m (Shiwen Ye), mas tentei imaginar que era. Competir era tudo o que eu queria. Planejei começar bem nos 400m indo para a final ou não. Durante os últimos meses tomei cuidado com o que comia, não pegava estrada porque o carro poderia bater, não jogava basquete com o Lu (o judoca e namorado Luciano Correa) para não me machucar. E , três horas antes de estrear nos Jogos eu acordo e me vejo no chão, com o rosto sasngrando. Eu pensava assim: "Deus, hoje não".
 
Eufórica e aliviada, queria sair dali para dar um abraço na técnica Rosane Carneiro. As duas começaram um trabalho um ano. Rosane, que resolveu se afastar da borda da piscina depois do fim da parceria com Kaio Márcio Almeida, resolveu topar o desafio. O objetivo era voltar a uma final olímpica nos 400m medley. Exatamente como fez em Atenas-2004, quando tinha 17 anos e conquistou o quinto lugar. Melhor resultado da história da natação feminina do Brasil na história dos Jogos, dividido com Piedade Coutinho, que obteve a mesma colocação em Londres-1948.
 
Algumas pessoas perguntam se eu tenho falta de sorte. E eu respondo: "Eu tenho é muita sorte". Perdi e encontrei essa essência de novo. alguns anos, eu acordava cansada do treino e ficava pensando na desculpa qu ir dar para não treinar. Hoje, eu acordo cansada e penso em como vou me superar. A última vez que ouvi esse narrador que eu gosto, que tem uma voz muito bonita, falar o meu nome no microfone numa competição foi numa semifinal de Mundial de 2005 e agora vou ouvir de novo. Parece pouca coisa, mas significa muito para mim. Depois de oito anos estou numa semifinal olímpicasorriu Joanna, que nesta terça-feira disputará as eliminatórias das 200m borboleta. As informações são do G1.
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