Na última sexta-feira (1º), policiais militares da 66ª Companhia Independente resgataram um recém-nascido que foi abandonado ainda com o cordão umbilical. Segundo a polícia, o bebê estava sujo de sangue e dentro de uma sacola plástica, no bairro Papagaio em Feira de Santana.
A guarnição socorreu o bebê para o Hospital Estadual da Criança (HEC), onde recebeu os cuidados necessário da equipe de saúde.
A genitora do bebê se apresentou na última terça-feira (5) no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho. Ao Acorda Cidade, o delegado Yves Correia, coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (1ª Coorpin), informou que a mãe da criança alegou falta de condições para criar o filho e por este motivo, decidiu abandonar.
“Este é um caso que chocou a região de Feira de Santana, um caso importante que já foi elucidado, inclusive ontem a mãe se apresentou, percebe-se que ela entrou em desespero com a questão da gravidez, percebe-se que ela não tem uma família estruturada, não tem parentes próximos, estava sozinha, e a gente suspeitou até de uma possível violência doméstica por parte do companheiro, mas depois descartamos, já que tudo foi esclarecido, uma vez que o pai da criança não sabia dessa gravidez”, disse.
Segundo o delegado, a mãe do bebê alegava que estava com um cisto na região do ovário e por isso estava com o estômago alto.
“Ela citou que só descobriu a gravidez com cinco meses, e a partir disso, ela começou a dizer para as pessoas, que ela estava com um cisto no ovário, estava tentando marcar a cirurgia, que iria tirar o cisto e que por este motivo, a barriga estava mais avantajada. O bebê nasceu, ela fez uma carta informando que não queria abortar, decidiu ter o filho, mas entrou em um desespero, uma depressão pós-parto e acabou deixando esta criança na frente de uma casa no bairro Papagaio. Ela informou que retornou no local depois para tentar resgatar o filho, tinha se arrependido, mas não deu tempo”, informou.
Ainda segundo o delegado, após o apoio de alguns amigos, a mulher decidiu se apresentar a polícia.
“Ela contou a versão dela, falou que tinha a intenção de criar o filho, mas observamos também a questão da vulnerabilidade social desta mulher. A Polícia Civil também tem esse tipo de acolhimento, ela está sendo acompanhada pelos conselheiros tutelares, o bebê já foi medicado, está sendo acompanhado pelos médicos lá no HEC e agora estamos finalizando este inquérito para remeter para a Justiça, a Vara da Criança e da Juventude, para que junto com o Ministério Público, decidam se ela vai ter o poder de criar este filho”, explicou.
Ao Acorda Cidade, o coordenador informou que o pai da criança não estava ciente da gravidez e demostrou apoio na criação do filho.
“Ela indicou quem seria este pai, um ex-companheiro pois foram relações esporádicas, não era um namoro sério, mas ele disse que não sabia da gravidez. Nos mostrou conversas, áudios e ficou confirmado que ele não tinha o conhecimento, assim como os próprios amigos não estavam sabendo. Ele como pai, se colocou neste dever, à disposição para ajudar no que for preciso, ficou preocupado, declarou que não teve nenhum envolvimento nesta decisão do abandono, então ela fez tudo por conta própria”, disse.
Ainda segundo o delegado Yves Correia, a mãe da criança mora com uma amiga.
“O pai tem 39 anos e ela tem 28, ela mora com uma amiga que também não sabia da gravidez, pois a todo momento, ela informava que era um cisto, essa amiga só soube depois do fato”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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