Bahia

Litoral Norte atrai R$ 4 bilhões em projetos turísticos

Preferida pelas empresas, região tem 70% dos investimentos

Acorda Cidade

Para quem conhece Praia do Forte, Imbassaí e adjascências, não é difícil imaginar por que o Litoral Norte é o preferido dos empresários do turismo. Nos próximos oito anos serão R$ 5,7 bilhões investidos na Bahia, e  boa parte desse dinheiro (R$ 3,9 bilhões) tem destino certo: as regiões paradisíacas que compõem a chamada Costa dos Coqueiros.

O resto do montante será repartido entre outras regiões turísticas: Baía de Todos os Santos, Costa do Dendê, Costa do Cacau, Costa do Descobrimento, Chapada Diamantina e Caminhos do Sudoeste.

“O Litoral Norte é hoje o principal polo turístico da Bahia por conta da sua infraestrutura”, confirma o secretário de Turismo, Domingos Leonelli. Segundo ele, os outros principais destinos turísticos no estado são Salvador, Porto Seguro, Arraial D'Ajuda, Trancoso, Maraú e Morro de São Paulo.

Este mês, foi assinado o protocolo de intenções para um megaempreendimento em Jandaíra, a 28 quilômetros de Mangue Seco e a 175 quilômetros de Salvador. O Costa Azul Bahia Golf será um complexo turístico, hoteleiro e residencial, com nove  milhões de metros quadrados. O espaço inclui ainda campo de golfe e áreas de lazer e outros esportes. A previsão é que sejam gerados  seis mil empregos diretos e indiretos.

O acordo prevê, por parte dos empreendedores, a utilização de mão de obra e tecnologia locais. A construção do complexo deve ser iniciada no primeiro semestre de 2013, com a conclusão prevista para dezembro de 2015. Segundo a Secretaria Estadual de Turismo (Setur), a expectativa é que o faturamento anual do empreendimento seja de R$ 44 milhões.

O coordenador geral do projeto, César Barreto de Araújo, explica que o espaço terá 2.250 unidade habitacionais, entre quartos de hotel e residências. O investimento inicial é de R$ 312 milhões, mas está prevista uma segunda etapa, ainda sem data definida, totalizando R$ 750 milhões.

“Serão pequenos prédios de, no máximo, dois pavimentos. Terá casas também”, anuncia. Segundo ele, haverá unidades de valores variados. os hotéis não serão para qualquer um. “A hotelaria é de altíssimo padrão. Mais do que cinco estrelas”.

O padrão ‘AAA’, aliás, é uma constante nos próximos empreendimentos da região. Com dois resorts de alto luxo na Praia do Forte, a rede Iberostar investirá agora em residências. “É para o público brasileiro classe A. Estamos investindo em dois, três e quatro quartos e, pelas vendas que estamos tendo, existe, sim, público para isso”, garante Javier Trinidad, diretor geral do Iberostate (o braço imobiliário do Grupo Iberostar).

O secretário Leonelli concorda: “Se o brasileiro gasta tanto na Europa e nos Estados Unidos, ele também pode gastar com o turismo de luxo no Brasil”. E é bom que gaste mesmo, porque até 2020 serão mais 37 mil novos leitos de hotéis e 53 empreendimentos turísticos (incluindo os hotéis), entre reformas, ampliações e novas construções. Desses, 17 estão no Litoral Norte, sendo 14 novos hotéis, um residencial, uma ampliação e uma fazenda de entretenimento.

Negócios


Nessa conta também estão incluídos os investimentos voltados ao turismo de negócios. É o caso do Aero Espaço Empresarial e Hotel, em Lauro de Freitas. Segundo Sócrates Abreu, sócio-diretor da construtora Graute, responsável pelo empreendimento, o Aero é um mix de salas comerciais, lojas e hotel

 “A localização foi pensada em função da expectativa de desenvolvimento da região, segundo pesquisas, de uma demanda de negócios e serviços de qualidade e por ser próximo ao aeroporto. A torre hoteleira tem essa função de atender o turismo executivo”, diz Sócrates.

O Aero deve ser entregue em fevereiro de 2014. Também para 2014 está prevista a entrega da ampliação do Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, em Imbassaí. O resort foi inaugurado em dezembro de 2010 e agora planeja investir R$ 90 milhões na construção de 210 apartamentos.  

Diante de tantos investimentos, o presidente da Associação Baiana da Indústria de Hotéis (ABIH), José Manuel Garrido, pondera que o mercado do turismo não tem demanda para tanto hotel. “Hoje estamos com 60% de ocupação. E o mercado não está crescendo, está estagnado. Pode ser que cresça com a Copa, mas, quando ela passar, não vai ter hóspede para todos esses empreendimentos”.
 Fonte: Correio*

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