Acorda Cidade
Para quem conhece Praia do Forte, Imbassaí e adjascências, não é difícil imaginar por que o Litoral Norte é o preferido dos empresários do turismo. Nos próximos oito anos serão R$ 5,7 bilhões investidos na Bahia, e boa parte desse dinheiro (R$ 3,9 bilhões) já tem destino certo: as regiões paradisíacas que compõem a chamada Costa dos Coqueiros.
O resto do montante será repartido entre outras regiões turísticas: Baía de Todos os Santos, Costa do Dendê, Costa do Cacau, Costa do Descobrimento, Chapada Diamantina e Caminhos do Sudoeste.
“O Litoral Norte é hoje o principal polo turístico da Bahia por conta da sua infraestrutura”, confirma o secretário de Turismo, Domingos Leonelli. Segundo ele, os outros principais destinos turísticos no estado são Salvador, Porto Seguro, Arraial D'Ajuda, Trancoso, Maraú e Morro de São Paulo.
Este mês, foi assinado o protocolo de intenções para um megaempreendimento em Jandaíra, a 28 quilômetros de Mangue Seco e a 175 quilômetros de Salvador. O Costa Azul Bahia Golf será um complexo turístico, hoteleiro e residencial, com nove milhões de metros quadrados. O espaço inclui ainda campo de golfe e áreas de lazer e outros esportes. A previsão é que sejam gerados seis mil empregos diretos e indiretos.
O acordo prevê, por parte dos empreendedores, a utilização de mão de obra e tecnologia locais. A construção do complexo deve ser iniciada no primeiro semestre de 2013, com a conclusão prevista para dezembro de 2015. Segundo a Secretaria Estadual de Turismo (Setur), a expectativa é que o faturamento anual do empreendimento seja de R$ 44 milhões.
O coordenador geral do projeto, César Barreto de Araújo, explica que o espaço terá 2.250 unidade habitacionais, entre quartos de hotel e residências. O investimento inicial é de R$ 312 milhões, mas já está prevista uma segunda etapa, ainda sem data definida, totalizando R$ 750 milhões.
“Serão pequenos prédios de, no máximo, dois pavimentos. Terá casas também”, anuncia. Segundo ele, haverá unidades de valores variados. Já os hotéis não serão para qualquer um. “A hotelaria é de altíssimo padrão. Mais do que cinco estrelas”.
O padrão ‘AAA’, aliás, é uma constante nos próximos empreendimentos da região. Com dois resorts de alto luxo na Praia do Forte, a rede Iberostar investirá agora em residências. “É para o público brasileiro classe A. Estamos investindo em dois, três e quatro quartos e, pelas vendas que estamos tendo, existe, sim, público para isso”, garante Javier Trinidad, diretor geral do Iberostate (o braço imobiliário do Grupo Iberostar).
O secretário Leonelli concorda: “Se o brasileiro gasta tanto na Europa e nos Estados Unidos, ele também pode gastar com o turismo de luxo no Brasil”. E é bom que gaste mesmo, porque até 2020 serão mais 37 mil novos leitos de hotéis e 53 empreendimentos turísticos (incluindo os hotéis), entre reformas, ampliações e novas construções. Desses, 17 estão no Litoral Norte, sendo 14 novos hotéis, um residencial, uma ampliação e uma fazenda de entretenimento.
Negócios
Nessa conta também estão incluídos os investimentos voltados ao turismo de negócios. É o caso do Aero Espaço Empresarial e Hotel, em Lauro de Freitas. Segundo Sócrates Abreu, sócio-diretor da construtora Graute, responsável pelo empreendimento, o Aero é um mix de salas comerciais, lojas e hotel
“A localização foi pensada em função da expectativa de desenvolvimento da região, segundo pesquisas, de uma demanda de negócios e serviços de qualidade e por ser próximo ao aeroporto. A torre hoteleira tem essa função de atender o turismo executivo”, diz Sócrates.
O Aero deve ser entregue em fevereiro de 2014. Também para 2014 está prevista a entrega da ampliação do Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, em Imbassaí. O resort foi inaugurado em dezembro de 2010 e agora planeja investir R$ 90 milhões na construção de 210 apartamentos.
Diante de tantos investimentos, o presidente da Associação Baiana da Indústria de Hotéis (ABIH), José Manuel Garrido, pondera que o mercado do turismo não tem demanda para tanto hotel. “Hoje estamos com 60% de ocupação. E o mercado não está crescendo, está estagnado. Pode ser que cresça com a Copa, mas, quando ela passar, não vai ter hóspede para todos esses empreendimentos”.
Fonte: Correio*