Saúde

Psicopedagoga destaca os impactos causados pelo transtorno da dislexia

De acordo com a profissional, muitas pessoas desistem até de ingressar no curso superior.

Dislexia
Foto: Reprodução/ Pixabay

Nesta quinta-feira (16), é celebrado o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, transtorno que provoca dificuldades na alfabetização, atrasos na leitura, na escrita e no acompanhamento da turma escolar, além de desafios na aprendizagem de regras ortográficas e gramaticais.

A dislexia é um transtorno do neurodesenvolvimento em que o cérebro não é ativado como deveria durante as tarefas de leitura e escrita. O transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com a psicopedagoga Amanda Santana Trabuco que destacou os impactos do transtorno na vida de uma pessoa.

Psicopedagoga
Amanda Santana | Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“As características dos sinais da dislexia começam a ficar cada vez mais evidentes quando o sujeito é inserido no contexto escolar. Sendo assim, ela interfere significativamente no desempenho escolar por apresentar prejuízos na aquisição da leitura e da escrita, uma vez que o sujeito não consegue acompanhar seus colegas e garantir com qualidade um bom desempenho na leitura, da escrita e outros agravantes vão surgindo, como ansiedade, agressividade, depressão, sentimento de inferioridade, incapacidade, podendo muitas vezes ser confundido com uma pessoa que apresenta uma singularidade, como por exemplo, a deficiência intelectual”, explicou.

Assim como na infância, o transtorno também afeta na vida adulta, fazendo com que muitas pessoas não ingressem em um curso superior.

“A dislexia afeta o sujeito a vida toda, desde quando este sujeito é uma criança. Então falar do dislexo adulto sem entender a sua infância e juventude, não é possível. Este adulto traz marcas fortes vivenciadas pela incompreensão, pela falta de entendimento sobre o transtorno por parte de educadores e familiares, principalmente dos seus responsáveis ou pais. Na idade adulta geralmente, muitos desistem de tentar realizar um curso superior ou quando iniciam, acabam por desistir do processo. Outros também não conseguem realizar cursos profissionalizantes e técnicos, e quando realizam, são prejudicados pelos meios de avaliação padronizadas que não consideram a singularidade do sujeito. Quando existem aulas práticas, geralmente eles ou elas tendem a ter o melhor aproveitamento”, declarou.

Tratamento

Ao Acorda Cidade, a psicopedagoga Amanda Santana explicou que é necessário entender como a dislexia está afetando o ser humano.

“Esta pessoa precisa ser ouvida e acolhida. Se tratando de um adulto, ele ou ela traz muitas informações sobre si, então é preciso conhecer as habilidades que este sujeito já possui para avaliar, intervir e entender de maneira dialógica e perceber quais são os recursos mais acessíveis e favoráveis, quais os hábitos de vida que podem estar acentuando os comprometimentos gerados pela dislexia. Este tratamento, este direcionamento precisa ser feito com todos os profissionais adequados e corretos, como fonoaudiólogos, um psicopedagogo para depois ser encaminhado para o neurologista, agora dentro deste processo, uma equipe é muito importante, também é necessário o acompanhamento de um psicólogo porque este sujeito traz muitas marcas emocionais”, pontuou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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