Reggae de luto

Morre em Feira de Santana Jorge de Angélica, um dos grandes representantes do reggae na Bahia

Jorge de Angélica é referência em história, produção e representação do estilo musical. Ele faleceu aos 64 anos de idade.

jorge de angelica
Foto: Arquivo pessoal

Faleceu na segunda-feira, dia 30 de outubro de 2023, em Feira de Santana, o cantor e compositor Jorge de Angélica, 64 anos, um dos grandes representantes do reggae na Bahia. A informação foi confirmada ao Acorda Cidade pelo produtor musical Paulo Humberto Falcão, conhecido como Paulo Rasta. Ele trabalhou com Jorge por seis anos e recebeu a notícia através do amigo, o cantor Tonho Dionorina.

Ele estava com problemas de saúde. O corpo está sendo velado na Pax Cristo Rei – Centro de Velório Gilson Macedo, na Rua Arnold Silva, 217 – Kalilândia. O sepultamento está marcado para 15h no Memorial Jardim das Flores.

Com mais de 40 anos de carreira, Jorge de Angélica é o principal fundador do Afoxé Pomba de Malê e criador dos projetos “Cobra Coral” e “Mão Angelical Jesus com Gente”.

Neste ano ele lançou o clipe da música Gari, gravado no bairro Rua Nova. A canção é uma homenagem aos agentes de limpeza pública.

O artista, natural de Feira de Santana, já cantou no Carnaval de Salvador, na Micareta de Feira e já se apresentou nos estados de São Paulo, Piauí e Amazonas.

Jorge de Angélica é referência em história, produção e representação do estilo musical. Juntamente com Tonho Dionorina e o Gilsam, eles formam a Trilogia do Reggae Feirense que influenciam até hoje as novas gerações que produzem o estilo nacionalmente.

Jorge,de,angelica, gilsam e tonho dionorina
Jorge de Angélica, Gilsam e Tonho Dionorina | Foto: Jaqueline Ferreira/Acorda Cidade

O cantor, que foi criado nas casas de terreiros da Rua Nova, já foi intimado a se retirar do palco pela polícia pelas letras de conscientização. Ele tem composições premiadas no Brasil afora, como “Bahia Negra e Cobra Coral” que traduzem a realidade do negro brasileiro e o seu lugar na sociedade.

Em entrevista ao Acorda Cidade neste ano, Jorge de Angélica destacou que o reggae tem uma função, denunciar, provocar e divergir.

“Porque o reggae não é aquela música que você vai cantando qualquer mulequeira; tem essa esse lado social, religioso e musical que é denunciar as mazelas da sociedade. O reggae só é reggae quando ele cita a verdade acima de tudo”.

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