O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes no Brasil, afetando milhares de mulheres a cada ano. De acordo com dados do Ministério da Saúde, é o tipo de câncer mais comum no país, após o de pele não melanoma, representando cerca de 30% de todos os casos. No entanto, ao longo das últimas décadas, avanços tecnológicos significativos têm revolucionado o tratamento dessa doença, oferecendo esperança e melhor qualidade de vida para as pacientes.
De acordo com o Dr. Flavio Amorim, mastologista e cirurgião oncoplástico, credenciado à rede União Médica, uma das inovações mais notáveis é a identificação precoce por meio da mamografia digital, que atualmente possui uma menor taxa de irradiação para os pacientes quando comparada às outras modalidade de mamografia.
Esse exame se tornou mais preciso e acessível, permitindo a detecção de tumores em estágios iniciais, o que aumenta significativamente as chances de cura. Além disso, a ressonância magnética e a ultrassonografia mamária também são ferramentas complementares que auxiliam no diagnóstico mais preciso.
Quando o câncer de mama é diagnosticado, novas técnicas cirúrgicas têm proporcionado resultados melhores para as pacientes. Flávio Amorim, ressalta a importância das cirurgias conservadoras, que permitem a remoção do tumor preservando ao máximo o tecido mamário saudável. “Isso é possível graças à reconstrução mamária imediata, que pode ser parcial (conservação da mama) ou total (retirada da glândula mamária). Essa técnica bastante utilizada permite que as pacientes tenham a mama reconstruída no mesmo procedimento de remoção do tumor, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e autoestima da paciente”, pontuou.
Quanto à cirurgia de retirada de ambas as mamas, o Dr. Flávio Amorim explica que essa intervenção cirúrgica deve ser oferecida apenas a pacientes com indicações precisas, como doença extensa em ambas as mamas ou mutações genéticas que aumentam o risco de câncer de mama ao longo da vida. Essa cirurgia, conhecida como mastectomia bilateral, deve ser cuidadosamente considerada e discutida com o paciente.
Ainda na opinião do médico a radioterapia e a quimioterapia também evoluíram significativamente. “Terapias alvo e imunoterapias são abordagens mais específicas e menos agressivas, reduzindo os efeitos colaterais indesejados. Esses avanços permitem tratamentos mais personalizados, considerando as características genéticas do tumor de cada paciente. No campo da medicina personalizada, a genética desempenha um papel fundamental. Agora, é possível sequenciar o DNA do tumor de uma paciente para identificar mutações específicas que podem direcionar o tratamento de maneira mais eficaz. Essa abordagem tem levado ao desenvolvimento de terapias direcionadas, que atacam as células cancerosas de forma mais precisa”, afirmou Dr. Flavio.
Outro avanço no tratamento é a Oncogenética que desempenha um papel crucial na avaliação de pacientes com diagnóstico de câncer de mama, especialmente em casos de diagnóstico em mulheres mais jovens, com menos de 50 anos.
“O aconselhamento genético é fundamental para preparar a paciente para os possíveis resultados de testes genéticos. Esses testes podem identificar mutações em genes associados ao câncer de mama, e os resultados variam em relação ao risco que representam. A genética colabora muito na definição de condutas, terapias e medidas de prevenção, sendo essencial para compreender a predisposição ao câncer de mama. Além disso, a genética também pode guiar a escolha do exame de rastreamento mais adequado para cada paciente, personalizando ainda mais o cuidado médico”, concluiu.
Fonte: ASCOM/União Médica
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