Após a manifestação realizada na BR-116 Norte na manhã de terça-feira (24) e plenária também realizada noite de ontem, os estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), decidiram dar continuidade a greve que já perdura por 19 dias.
Sem retorno às reivindicações por parte do governo do estado, os manifestantes continuam tentando negociar as pautas.
Ao Acorda Cidade, o estudante Anthony Araújo, falou sobre o que foi discutido em plenária.
“Ontem foi uma plenária, sobretudo de avaliação em relação aos rumos da greve, onde a absoluta maioria dos estudantes, apontou a necessidade de continuidade da greve, sobretudo porque a gente ainda tá em um processo em que o governo se recusa a negociar, estamos em tratativas com a reitoria, que se coloca ao lado do governo do Estado, mas que enfim, com a reitoria ainda conseguimos ter algum diálogo, mas com o governo do Estado não tem nenhum diálogo possível e aí estamos nesse no rumo para manter a greve até que o governo decida dialogar mesmo com os estudantes e acatar a nossa pauta de reivindicação”, colocou.
Sobre os estudantes que não concordam com a manutenção da greve, Anthony explicou que eles optaram por não se posicionar, por identificar que a maioria eram favoráveis à manutenção da greve.
“Há uma assembleia convocada por uma porcentagem de estudantes que se coloca contra a greve, mas que se propõe a ser estruturada de forma totalmente anti-estatutária. O estatuto prevê que a Assembleia Geral de Estudantes vai ser composta apenas pelos estudantes da Uefs, regularmente matriculados, e na formulação que foi convocada, convocaram a reitoria e o estado para mesa, o que é um absurdo porque fere a autonomia do movimento estudantil e da universidade”, explicou.
Segundo o estudante, a greve é legítima pois foi aprovada em assembleia com mais de 1.790 estudantes, onde desses 816 aprovaram a aderência ao movimento.
“Houve mais de duas vezes o quórum necessário para ter assembleia que foi devidamente convocada pelo conselho de entidade base, como rege o estatuto dos estudantes aqui da Uefs e foi aprovada por 816 estudantes”, acrescentou.
Em três semanas de greve, Anthony explica que a manifestação só finda, caso seja decidido em assembleia geral ou quando as reivindicações sejam atendidas pelo governo do estado.
“Ela acaba quando estudantes da Uefs decidirem em assembleia geral legítima, que a greve deve acabar. Após o governo ter alguma tratativa, alguma proposta, as pautas apresentadas, a gente debate essa proposta apresentada pelo governo em assembleia e que nós votemos pelo fim ou não da greve”, pontuou.
Ainda segundo Antonhy, o governo até o momento se recusa a dialogar com os estudantes, principalmente após a ocupação do prédio da reitoria.
“Nós fazendo reiteradas tentativas de diálogo, estiveram aqui inicialmente no começo da greve, da mobilização, mas logo após a ocupação da reitoria, por orientação da nota da reitoria, o governo do estado cancelou todas as metas de negociação que nós tínhamos marcado e até então não dialogou conosco”, finalizou.
O Acorda Cidade está buscando contato com a Uefs sobre o posicionamento da instituição diante da continuidade da greve.
Leia também:
Com greve deflagrada há mais de 10 dias, estudantes da Uefs seguem ocupando reitoria
Estudantes da Uefs ocupam a reitoria e mantêm greve
Pais de estudantes do CEB pedem liberação do pórtico da Uefs
Estudantes da Uefs deflagram greve por tempo indeterminado
Estudantes de Medicina da Uefs fazem manifestação para reivindicar contra a falta de professores
Estudantes da Uefs fazem manifestação nesta terça-feira (9); portões estão fechados
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram