Os estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) deflagraram greve por tempo indeterminado na noite de última sexta-feira (6), após uma assembleia geral.
Diante da decisão, todos os serviços oferecidos no campus da universidade, estão suspensos, até que a greve seja finalizada.
Por conta desta situação, pais dos estudantes do Centro de Educação Básica da Uefs (CEB-Uefs), estiveram na manhã desta segunda-feira (9) para conversar com os grevistas e dialogar uma forma para que as crianças não fiquem prejudicadas.
Daniele Mendes tem dois filhos que estudam no Centro Educacional. Ao Acorda Cidade, ela informou que teme que não terá reposição de aulas.
“Nós resolvemos montar uma comissão de pais para negociar com estes estudantes, o acesso à escola, porque a escola é um convênio com a Prefeitura Municipal de Feira de Santana junto com a Uefs, portanto, o calendário segue o calendário da Secretaria Municipal de Educação. A partir do momento que a universidade foi fechada e as crianças deixaram de ter acesso à universidade, elas estão perdendo dias letivos, que poderão não ser repostos. As crianças ficam com prejuízos dos dias letivos e nós queremos assegurar este direito, porque é um direito básico das crianças. Nós já estamos desde a última terça-feira sem as crianças poderem ter acesso aqui na universidade estadual, amanhã completa uma semana, então assim, a gente não pode permitir que as crianças passem um período maior do que isso sem ter acesso à escola, é um direito fundamental”, pontuou.
Ao Acorda Cidade, o estudante do curso de Psicologia, Alexandre Paim informou que ainda não há como confirmar se as crianças terão acesso.
“Eu não tenho como apresentar essa posição porque nós ainda estamos tendo este diálogo com os pais, o comando de greve ainda precisa deliberar, mas o que a gente pode afirmar, é que nós estamos sempre em defesa da educação pública, de qualidade gratuita e com segurança. A partir destes princípios que a deliberação do comando de greve vai ser feita, escutando de forma sensível todos os pais, entendendo a questão das crianças, as demandas, mas entendendo também que nós, precisamos garantir que este acesso à escola deles, seja feito de forma segura e plena”, afirmou.
Segundo Alexandre Paim, a forma como o governo do estado se posicionou em relação à convocação de professores, ainda não é suficiente para o déficit que existe no campus.
“O que a secretaria de Educação até o momento apresentou, atende de forma singela a questão da falta de professores e de forma não emergencial. A gente entende que tem questões burocráticas, que de fato, não tem como recompor o quadro docente de uma hora para outra, a gente sabe que tem questões burocráticas envolvidas, mas da forma como está apresentado, ainda não é suficiente, ainda não recompõe o quadro docente de forma integral e efetiva para o funcionamento pleno da universidade”, disse.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora de Juventude da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Larissa Lima, informou que cerca de 268 profissionais serão convocados.
“Nós já estamos neste diálogo com os estudantes antes do processo da greve, escutando as reivindicações deles que a princípio, era a reivindicação pela contratação dos professores, na sexta-feira foi instalada uma assembleia que legitimou o processo de greve do processo estudantil, mas na sexta a gente já tinha feito um anúncio enquanto governo do estado, da contratação de profissionais para as quatro universidades estaduais da Bahia. Serão admitidos aqui pela Uefs, 13 professores auxiliares, 42 professores assistentes, pelo Reda serão contratados 32 professores substitutos, seis professores visitantes, 62 técnicos universitários de nível médio e 18 técnicos universitários de nível superior, serão ainda nomeados oito professores assistentes, 40 técnicos universitários de nível técnico e mais 40 universitários de nível superior, totalizando um total de 268 vagas”, informou.
Ela salientou também que essas informações já foram encaminhadas para o comando de greve.
“Ontem nós tivemos aqui na Uefs negociando com comando de greve, eles nos solicitaram uma reunião na quarta-feira para que possam apresentar as pautas. Além da contratação dos professores, eles estão pedindo 7% da alíquota do RLI para ampliação do orçamento universitário e 1% do RLI para a ampliação da permanência do estudantil, além disso, eles estão solicitando a formulação do Mais Futuro, que também é uma pauta que nós já indicamos enquanto governo do estado na última sexta-feira, que nós iremos abrir a mesa de negociações para apresentar reformulação do Mais Futuro também, não só os estudantes aqui da Uefs, mas também com estudantes das quatro universidades estaduais”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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