O Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer e o Dia Mundial da Doença de Alzheimer são lembrados nesta quinta-feira, dia 21 de setembro.
A data foi escolhida pela Associação Internacional do Alzheimer para fortalecer a divulgação de informações sobre os principais sintomas, formas de tratamento e aconselhamento para os familiares dos pacientes.
A reportagem do Acorda Cidade conversou com a médica neurologista Patricia Schettini, que ressaltou o papel fundamental da identificação dos fatores da doença, bem como a implementação de medidas para para reduzir e atrasar o processo do Alzheimer.
“Celebramos neste mês de setembro, o Mês Mundial do Alzheimer, e a campanha deste ano de 2023 traz como tema: ‘nunca é cedo demais, nunca é tarde demais’, isso porque a gente precisa sublinhar o papel fundamental da identificação dos fatores de risco e da adoção de medidas para reduzir, atrasar e prevenir o aparecimento da demência. Somente no Brasil, os dados mostram que cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência, e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano em todo o Mundo. O número de pacientes com demência chega a quase 50 milhões de pessoas, segundo algumas estimativas e esta projeção vai triplicar em torno de 2050 para 131 milhões de pessoas no Mundo inteiro com a demência. Este cenário mostra que estamos diante de uma crise iminente global de saúde, que deve ser prontamente enfrentada, já que vivemos em uma sociedade, cuja a proteção do envelhecimento da população é evidente neste relatório Mundial publicado no ano de 2021m e o Brasil vai estar entre os países mais afetados pela doença”, afirmou.
Segundo a neurologista, além do Brasil, outros países lideram a lista por conta da quantidade de pessoas idosas.
“Os países listados como Brasil, Índia, China, Nigéria e México, irão apresentar o maior número de casos, isso devido ao número de pessoas idosas e o número de fatores de risco que podem contribuir para agravar o quadro, e estes fatores estão atribuídos às doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes”, declarou.
Afinal, o que é Alzheimer?
De acordo com a médica Patrícia Schettini, o Alzheimer é uma doença progressiva e sem cura.
“O Alzheimer é um tipo de demência, uma doença neurodegenerativa de caráter progressivo e ainda sem cura majoritariamente, acometendo pacientes acima de 65 anos de idade, cujo o impacto vai ser preponderante na memória, linguagem e na percepção do mundo ao seu redor, bem como alteração do comportamento, personalidade e humor do paciente. Ela pode ser classificada em algumas fases como leve, moderada e avançada. Com este caráter progressivo, o paciente começa em uma fase leve e vai evoluindo progressivamente até chegar em uma fase mais avançada”, explicou.
Quais sintomas podem evidenciar o Alzheimer?
Segundo a neurologista, problemas como esquecimento e dificuldades para se comunicar, já é um sinal de alerta.
“Os pacientes começam a ter problemas de memória para concluir as atividades e trabalhos do dia a dia, dificuldades para realizar tarefas habituais, dificuldades para comunicar-se, encontrar palavras por exemplo, nomear objetos, desorientação com relação ao tempo e espaço, o paciente se perde com facilidade, esquece onde se encontra, diminuição da capacidade de juízo e de crítica, dificuldade de raciocínio, lento no raciocínio, esquece muito facilmente as coisas, coloca coisas no lugar errado frequentemente e outra alteração importante, alterações frequentes do humor e do comportamento, essa oscilação do humor tanto para mais euforia, como tristeza súbita”, informou.
O histórico familiar também pode ser um fator agravante para desencadear a doença, conforme explica a médica Patrícia Schettini.
“Falando um pouco a respeito dos fatores de risco, nós temos diversos relacionado ao desenvolvimento da demência, alguns fatores são modificáveis, outros não, por exemplo pacientes que têm família com a doença, variações genéticas e aumento da idade são fatores não modificáveis, então genética, história familiar e idade são fatores não modificáveis, embora a gente saiba que a idade tem influências importantes no risco do surgimento da demência. A demência não é considerada a parte normal do envelhecimento e isso é importante a gente deixar bem salientado os fatores de risco mais potencialmente modificáveis, que podem prevenir ou até retardar 40% dos casos de demência, caso haja uma mudança, são os seguintes: sedentarismo, tabagismo, álcool em excesso, poluição do ar, traumas previamente no crânio, contato social pouco frequente, baixo nível de escolaridade, obesidade, hipertensão, diabetes depressão e deficiência auditiva, então esses 12 fatores que eu acabei de listar, são listados pela Associação Internacional da Doença de Alzheimer”, relatou.
Como prevenir?
Segundo a especialista, 150 minutos de atividades físicas por semana, já é uma ótima opção.
“Como é que podemos trabalhar a prevenção no nosso dia a dia? Primeiro ter uma vida ativa e com o objetivos, praticar atividades físicas regularmente por no mínimo 150 minutos por semana, isso significa 30 minutos por dia de segunda a sexta-feira, controlar muito bem os fatores de risco cardiovasculares que é a hipertensão e diabetes, com isso evitando as doenças microangiopatia, o envelhecimento cerebral avançado, manter-se ativo com estudo, adquirindo conhecimentos, procurando novas formas de aprendizado na leitura, na escuta, enfim, trabalhar a capacidade de concentração e garantir uma boa qualidade de sono, dormir bem. Apesar de não ter ainda uma cura para doença de Alzheimer, já tem diversas opções de tratamento medicamentoso aliados a reabilitação cognitiva, terapia ocupacional, tudo isso visando o quê? Uma melhora cognitiva, mas uma vez diagnosticado com Alzheimer, a demência não existe reversão do quadro, existem medicações que vão ser utilizadas para retardar esta progressão”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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