Nesta segunda-feira, 18 de setembro, Feira de Santana celebra seu 190º aniversário de emancipação política. Foi em 1833 que o presidente da Província da Bahia, Joaquim Pinheiro de Vasconcelos, oficializou a criação do Arraial de Feira de Santana.
Mas, afinal, como essa pequena localidade se transformou em uma grande cidade, agora reconhecida como a maior do interior do estado da Bahia e carinhosamente apelidada de “Princesa”?
A reportagem do Acorda Cidade conversou com Larissa Pacheco, Mestre em história pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Doutora em História pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Segundo a historiadora, o termo “Princesa do Sertão” foi utilizado no ano de 1919.
“A história do apelido foi uma expressão utilizada por Ruy Barbosa em uma campanha no ano de 1919 em algumas cidades do interior, e o estado da Bahia com o seu estado de origem, de campanha inicial no período da primeira república, tinha uma dificuldade de reconhecer a primeira república como sendo representante dos interesses do povo. Então eles buscaram no partido Republicano, uma inserção mais precisa no interior do estado e algumas cidades foram chamadas de Princesa do Sertão, inclusive a própria cidade de Alagoinhas. Mas a expressão com relação a Feira de Santana, dizem que o relato de Ruy Barbosa é uma fala para uma comunidade de caridade junto à igreja da matriz, e nesta campanha que é um discurso que ele faz quando ele falou em Princesa do Sertão, as pessoas incorporaram imediatamente este apelido na referência a Feira de Santana, já que também era uma cidade que vinha a crescer até a década de 50. Feira de Santana cresce exorbitantemente, assim com relação aos números do comércio, a sua história do comércio do gado e outras coisas”, informou.
No dia 13 de novembro de 1832, o governo imperial já tinha determinado a criação de vilas em todo o país. Segundo Larissa Pacheco, foi a partir deste momento que o próprio governo reconheceu a região como uma nova localidade.
“Eu diria que foi uma medida política do governo imperial em reconhecer a região que era um termo da vila de Cachoeira, como uma nova localidade com a formação de uma Câmara Municipal. Foi uma formação muito conflituosa que envolveu conflitos entre rebeldes federalistas e proprietários locais, um grande proprietário local que foi Joaquim Bacelar de Castro e que deu guarida às guarnições mais conservadoras e que conseguiram constituir uma nova Câmara, inclusive tiveram resistência para que a Câmara funcionasse, pois o primeiro documento que sai, é com o nome dos vereadores que foram eleitos, mas este foi furtado no percurso até Cachoeira. Demorou ainda alguns meses para que Feira de Santana tivesse o seu novo governo reconhecido, e que já foi no dia 18 de setembro de 1833, a data que comemoramos”, explicou.
Ainda de acordo com a historiadora, Feira de Santana só foi considerada como uma cidade, no ano de 1873.
“Esta nomenclatura, este conhecimento de área como Feira de Santana, vai ganhando mais espaço do que o próprio nome da Vila, que era a Vila de Santana, tanto que a cidade comercial de Feira de Santana só é instituída no final do Século XIX, porque era necessário que houvesse um quantitativo de habitantes na região, para que assim, fosse considerada como uma cidade, então ela ganha o status de cidade, um pouco depois já no ano de 1873”, concluiu.
Parabéns cidade Princesa do Sertão, pois como está escrito na canção do cantor e compositor Carlos Pitta, todos os caminhos levam a Feira de Santana.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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