O ano ainda era 1996, quando um medicamento para disfunção erétil foi criado. A criação revolucionou a vida sexual do homem, que até então lidava praticamente com injeções locais ou próteses penianas para o tratamento.
Embora muitos anos já tenha se passado desde a criação, os jovens estão cada vez mais buscando este medicamento, chamado popularmente de “azulzinho”, como forma de contornar a ansiedade e o medo de falhar durante o ato sexual.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o médico urologista João Batista de Cerqueira, informou que desde a década de 90, já era possível perceber o uso do medicamento sem indicação médica.
“Por volta de 1996, nós tivemos uma revolução quanto ao uso de mediações que melhoravam a ereção. Foi lançado um produto, que provocava a dilatação dos vasos sanguíneos, especialmente o peniano, com isso, facilitando a ereção. A partir daí, observamos que pessoas sem nenhum tipo de indicação médica, estavam utilizando, principalmente pelos jovens, por uma certa curiosidade ou insegurança na atividade sexual”, explicou.
De acordo com o especialista, não é recomendado que o ser humano possa fazer a utilização de medicamento sem nenhum tipo de orientação médica.
“Os remédios são considerados como drogas, portanto só devem ser utilizados quando necessário, quando realmente for prescrito, porque a mesma droga que cura, pode matar e isso reflete principalmente pela dose. Não devemos utilizar nenhuma medicação sem ter a orientação de um profissional. No caso destes remédios, o recomendado é para aquelas pessoas que possuem algum tipo de disfunção erétil, que possuem algum tipo de comorbidade como hipertensão, diabetes, alguma outra doença crônica degenerativa, mas no geral, é como tomar um remédio para dor de cabeça, sem estar com dor de cabeça, essa pessoa está jogando dinheiro fora”, declarou.
Segundo o médico João Batista de Cerqueira, o uso indiscriminado, além de causar efeitos colaterais, pode virar uma dependências para os jovens.
“Alguns pacientes podem sentir náuseas, dores de cabeça, batimento cardíaco acelerado e isso é absolutamente contra indicado para os pacientes cardiopatas. Estes jovens irão ficar gastando dinheiro comprando medicações que vão ficar trazendo efeitos colaterais e também uma dependência psíquica. Eu já tive pacientes que hoje, embora não sejam diagnosticados, já estão dependentes do uso desses medicamentos devido à insegurança na vida sexual. Infelizmente nós vemos muitas informações sendo divulgadas, porém com interesse comercial, apenas estimulando o consumo, prometendo algo que a substância não entrega”, afirmou.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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