Hoje, dia 1º de setembro, é celebrado o Dia da Educação Física, data em que também foi regulamentada a profissão através da Lei Federal nº 9.696 no Brasil. A prática da Educação Física é fundamental para quem quer manter uma qualidade de vida.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), documento oficial do Ministério da Comunicação (MEC), a disciplina é obrigatória nas escolas e elas devem apresentar atividades que exercitem o corpo como um todo, como esportes, lutas e jogos, além de exercícios que elevem as expressões corporais, como a dança e os conhecimentos gerais sobre o corpo humano.
Especialista em Psicomotricidade e com uma experiência há mais de 12 anos como educador infantil, o professor de Educação Física, Bruno Mendonça conversou com o Acorda Cidade sobre a importância do movimento no dia a dia das pessoas e da educação física na infância.
“A gente tem que parar para pensar que o movimento é vida. Todos nós temos um movimento como algo que é essencial na nossa vida, seja ele funcional, do dia a dia, de puxar uma cadeira, de subir em alguma coisa ou aquele movimento sequenciado que a gente pode estar fazendo em atividades ou em academia. Então esses movimentos a gente tem que perceber que ele são essenciais na nossa vida na questão da prevenção de doenças crônicas como sedentarismo e a obesidade”.
O professor trabalha em colégios e atende em clínicas realizando terapias psicomotoras para o público infantil. Ele destaca que crianças que nasceram na Pandemia da Covid-19 ainda estão aprendendo a lidar com a questão do movimento e da sociabilidade.
“A questão da socialização que é muito importante, da afetividade que é você estar em contato com a criança, perceber como a criança está. A criança que se movimenta na infância, é bem provável que ela vá levar isso pra vida adulta, então essa contribuição também com atividades funcionais e lá na frente a gente percebe que tem a questão da alfabetização, a criança está na sala escrevendo, sobe e desce com o lápis, então a gente pode fazer um trabalho voltado para essa questão na aula de educação física e como terapia psicomotora também. Então a gente reforça essa questão da coordenação motora ampla e a coordenação motora com atividades direcionadas para essa dificuldade da criança”, explicou em entrevista ao Acorda Cidade.
O sedentarismo já é visto como vilão por muitos que entendem que não praticar nenhum exercício pode levar a comorbidades. De acordo com Bruno, o excesso de telas pode piorar essa condição, principalmente para as crianças que ainda não possuem o controle da vida.
“As telas contribuem bastante para o sedentarismo. As crianças não querem fazer atividade, não se sentem atraídas pelo movimento. Isso acaba não ajudando para lidar com essa questão do sedentarismo, a gente percebe também que tem pouca socialização, tem criança que não tem aquele amiguinho para brincar no condomínio, no prédio, em casa, um primo, todo mundo teve esse contato, então perdeu-se esse movimento e também aliado às questões de alimentação. Crianças que se alimentam mal, que não têm uma rotina de sono, de alimentação, então isso tudo influencia nessa questão do sedentarismo”, declarou.
O trabalho de psicomotricista realizado pelo professor Bruno tem o objetivo de envolver o movimento do corpo e relacioná-lo a outras áreas da vida. Os benefícios dos exercícios praticados em sala, melhoram as condições de respeito entre as crianças e ajudam a criar valores que serão levados durante a vida.
“A gente vê como um todo, a questão motora, afetiva, social e cognitiva. A gente sempre vem criando essas relações com a criança para que ela apresente uma autonomia para estar mostrando o que ela sente, se ela se sente confortável, o que é que tem dificuldade e o que tem facilidade. É essa autorregulação corporal”, explicou.
Através dessa prática, Bruno realiza brincadeiras com diversos materiais para atrair as crianças para as atividades. Ele fala que brincar com o imaginário e com materiais mais acessíveis, como copos e papéis recicláveis, é uma boa dica para incentivar os pequenos com exercícios para a coordenação motora.
“Você criar sua atividade e colocar sua identidade, você vai criando o seu acervo e vai mudando de acordo com a realidade que você vai encontrar. Então a gente tem que entrar na no mundo da criança com bastante respeito, com carinho, afetividade e pensando nela como um todo não meramente que ela está sedentária. Como é que está a rotina de sono, de alimentação. Então nosso trabalho é bastante interessante nessa questão da educação infantil”, finalizou.
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