Após o Shopping Popular Cidade das Compras voltar a cobrar a taxa de aluguel para os permissionários do setor de alimentação e taxa excedente de energia, os camelôs decidiram se reunir na manhã desta quinta-feira (24), na Praça Bernardino Bahia, mais conhecida como Praça do Lambe-Lambe.
Durante o encontro, eles começaram a demarcar o chão com giz, pois segundo eles, o espaço ideal para que voltem a trabalhar com dignidade, é no centro da cidade.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Selma Araújo de Oliveira que trabalha com confecções, informou que o fluxo de clientes não é o esperado pelos lojistas.
“Nosso objetivo aqui é mostrar que tem espaço no centro da cidade, que podem nos realocar, já que a prefeitura está alegando que não tem mais condições de nos manter lá no Shopping Popular. O valor que eles estão cobrando é exorbitante, não temos como pagar, já que não temos clientes para vender. Infelizmente a clientela não desce, ficamos o dia inteiro a ver navios, então nós entendemos que aqui seria o local ideal para trabalhar. A gente utiliza estratégias de marketing, redes sociais, todo mundo faz isso, mas infelizmente o lugar é distante do centro da cidade, não atrai a população”, destacou.
Cilene Araújo de Carvalho também trabalha com confecções no Shopping Popular. Segundo ela, o encontro na manhã desta quinta-feira, não é considerado como uma manifestação, mas como forma de mostrar ao poder público, que existem outras alternativas para os camelôs.
“Não estamos protestando, estamos aqui pedindo uma solução e mostrar ao prefeito que tem local para a gente trabalhar. Existe aqui a Praça do Lambe-Lambe, tem a Praça Fróes da Mota, então eles precisam nos dar estas opções, porque lá no Shopping Popular não tem mais condições”, disse.
De acordo com a presidente da Associação em Defesa dos Camelôs (Adecam), Elizabeth Araújo de Jesus, caso não haja mudanças para que os camelôs permaneçam no entreposto comercial, a única alternativa é ocupar o centro da cidade.
“Queremos apresentar uma solução para o prefeito, que segurou as pontas durante esses três anos, que é vir para a Praça Bernardino Bahia. Se o Shopping Popular não tiver uma nova roupagem para levar o público, a opção do camelô continuar sobrevivendo, é vir pra esta praça e ocupar 1,5m e se organizar por aqui mesmo”, informou.
Segundo Elizabeth, os reajustes serão aplicados a partir do mês de setembro e apenas cerca de 700 comerciantes ainda continuam no Shopping Popular.
“O reajuste inicial agora em setembro é de 100% do aluguel para a Praça de Alimentação, mais a taxa de condomínio e mais o consumo de energia que excede. A partir de outubro, o camelô paga 50% do valor do aluguel, junto com o condomínio que já vem pagando. Logo quando foi entregue, tínhamos cerca de 1.788 camelôs, mas hoje só tem cerca de 780 até 800 camelôs ainda trabalhando lá no Shopping Popular. Infelizmente as pessoas não conseguiram pagar as obrigações, e a gente sabe que existem as penalidades, sabemos que as pessoas que ainda estão, é porque a prefeitura estava subsidiando, mas a gente continua aqui pedindo forças da prefeitura e permissão para estar aqui na praça trabalhando e levando o nosso pão para casa com sossego”, concluiu.
O que diz a Prefeitura Municipal de Feira de Santana
NOTA
A Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico informa que vem mantendo constante diálogo com os comerciantes do Shopping Cidade das Compras. O Governo Municipal está buscando alternativas visando fomentar o movimento e atrair consumidores ao entreposto, bem como intermediando a relação entre os comerciantes e o Consórcio Shopping Popular. A SETTDEC também informa que não há autorização para demarcação ou ocupação de qualquer espaço público no centro da cidade.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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