A partir de 22 de agosto, o Museu Casa do Sertão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) apresenta a Mostra “A Casa do Cordel do homem-memória Jurivaldo Alves.”
Responsável por divulgar e preservar o gênero literário, Jurivaldo Alves da Silva atua há mais de 40 anos como folheteiro, cordelista e colecionador. Ele reuniu um importante acervo de folhetos e material de referência sobre uma das mais importantes manifestações artístico-culturais do Brasil.
De acordo com Cristiano Cardoso, diretor do Museu Casa do Sertão, a iniciativa “inaugura a Série Mestres dos Saberes Populares, que tem como objetivo propiciar ao público, em especial aos estudantes da Educação Básica, conhecer as tradições culturais e a sabedoria popular, a partir do trabalho de homens e mulheres como ‘seo’ Jurivaldo.”
Realizada em parceria com o Museu Itinerante do Cordel, a atividade é parte das ações de fomento e salvaguarda da Literatura de Cordel, Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro desde 2018.
O Dia do Folclore foi escolhido para apresentar à comunidade a discussão em torno da visão equivocada sobre a cultura popular, que a partir de um viés preconceituoso que hierarquiza saberes e fazeres do povo e promove o apagamento das camadas populares.
Além da exposição, a programação inclui a defesa do TCC “Tangerinos: rastros de bois, caminhos da saudade”, de Miguel Ângelo Almeida, formando do curso de especialização em História da Bahia da Uefs. A sessão tem início às 9h, na Sala Dival Pitombo, onde está montada a exposição com o mesmo título do objeto de Miguel.
Comenda Maria Quitéria
Um dos mais populares cordelistas baianos, Jurivaldo receberá da Câmara de Feira a Comenda Maria Quitéria. A honraria foi aprovada esta semana pelo Poder Legislativo, a partir da iniciativa do vereador Correia Zezito (Patriota). Idealizador da Praça do Cordel, atividade integrante do Festival Literário e Cultural de Feira (Flifs), ele se destaca no cenário cultural da região como um dos mais atuantes defensores da literatura de cordel no Brasil.
Nascido em Baixa Grande (BA), teve os primeiros contatos com a literatura nordestina ainda criança, quando pedia para lerem versos em voz alta, a fim de memorizá-las para declamar nas fazendas da região. Já em Feira, passou a vender cordéis nas feiras livres e iniciou a sua atuação como folheteiro. Exercendo essa atividade, sentiu-se motivado a escrever poesia popular. Produziu vasta literatura, que inclui “Biografia do Cordel”, “Cangaceiro Jesuíno, o brilhante”, “Histórias de Motoristas” e firmou parceria com a filha, Patrícia Silva.
MOSTRA “A Casa do Cordel do homem-memória Jurivaldo Alves”
22 de agosto
Museu Casa do Sertão (Campus da Uefs)
Entrada franca
Visitação: Segunda a sexta, 8h30 às 11h30 | 14h às 17h30
Agendamento: [email protected]
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