Teve início ontem (21) e segue até a próxima segunda (28), a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.
A data foi instituída pela Lei nº 13.585/2017 e visa o desenvolvimento de conteúdos para conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e de políticas públicas para promover a inclusão social desse segmento populacional, combatendo o preconceito e a discriminação.
Em Feira de Santana, duas atividades foram marcadas na manhã desta terça-feira (22). Estudantes da Escola Municipal do distrito de Bonfim de Feira, juntamente com os assistidos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), desfilaram pelo calçadão da Sales Barbosa.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o coordenador da Apae, Deraldo Gomes destacou a importância do desfile, como forma de mostrar que é necessário também, incluir na sociedade, as pessoas que possuem algum tipo de deficiência.
“Neste ano, o tema é ‘conectar e somar para construir a inclusão’, e o nosso objetivo é mostrar para a sociedade de Feira de Santana e cidades circunvizinhas, a importância da pessoa com deficiência, o trabalho que é realizado com eles, e da potencialidade que estas pessoas com deficiência tem. A gente não pode descartar simplesmente uma pessoa com deficiência, não devemos excluir da sociedade”, informou.
De acordo com Deraldo Gomes, a caminhada é uma realização da própria Apae.
“Esta é uma caminhada promovida pela própria Apae, junto com seus colaboradores. Somos todos nós que juntos, fazemos a Apae acontecer. Este é um evento nacional, e hoje aqui, estamos com o apoio da Fanfarra da Escola Municipal de Bonfim de Feira e dos nossos assistidos, além de colaboradores. Devemos ter aqui em média de 350 até 400 pessoas envolvidas direta ou indiretamente”, disse.
Além da caminha no centro da cidade, o coordenador da Apae informou que outras atividades já estão programadas para acontecerem durante a semana.
“Nós vamos ter um passeio no shopping, teremos um passeio no Parque da Cidade, atividades internas com os nossos assistidos dentro da instituição, além de uma programação no clube do Sindicato dos Bancários, eles nos cederam o espaço para levarmos todos os nossos assistidos e fazer uma bacana programação. E no dia 28 de agosto, teremos ainda uma palestra exclusiva com uma profissional falando da importância da tecnologia assistiva, para o desenvolvimento e a melhora das pessoas com deficiência. Hoje no Brasil existem várias leis em prol das pessoas com deficiência, uma das coisas que a gente cobra, é justamente que estas leis sejam cumpridas. Existe a lei de cotas, a lei de vagas nas escolas, a lei que diz que as pessoas precisam de apoio e que isso seja garantido através dos governos, então tudo isso é o que a gente busca como objetivo”, concluiu.
Uma outra programação também foi realizada no Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP-DV). Em entrevista ao Acorda Cidade, a vice-diretora da unidade, Gisélia Eloi informou os principais objetivos das atividades.
“O principal objetivo é incluir estas pessoas na sociedade, assim como as outras deficiências, é um público específico ‘DI’, que são pessoas com Deficiência Intelectual. A deficiência múltipla inclui as diversas deficiências, desenvolve uma deficiência visual mais uma deficiência intelectual. Nós aqui do CAP-DV Jonatas Teles de Carvalho, além de atendermos pessoas com deficiência visual, nós temos o público com deficiência física e auditiva. Este evento é justamente para mostrar a visibilidade também destas pessoas com deficiência múltipla ou intelectual, como mais um público que precisa ser incluído dentro da nossa sociedade”, explicou.
Segundo Gisélia, ao mesmo tempo que se torna um benefício ter a integração na sociedade, existe um desafio, que é da população enxergar a pessoa, como um ser humano normal, não diante das limitações.
“Nós temos inúmeros benefícios, principalmente na questão da integração, o próprio desenvolvimento de cunho pedagógico, mostrar as potencialidades que estes indivíduos possuem, mas ainda assim, perpassam pela sociedade, deles enxergarem como um público que possui esse potencial a ser desenvolvido, não apenas voltar com o olhar exclusivamente para a limitação”, disse.
Mercado de trabalho
Ao Acorda Cidade, a vice-diretora do CAP-DV, informou que o mercado de trabalho está abrindo as portas, mas é necessário que sempre haja uma parceria com as instituições.
“O mercado de trabalho está se abrindo. Nós estamos agora por exemplo com um professor do IFBA, e ele está abordando o empreendedorismo inclusivo, justamente para pessoas com deficiência, ele trata de uma inclusão digital, que é uma temática, uma efervescência nesse período de pandemia e que é oportuno. Embora tudo isso precisa ser realizado em parcerias, parceria com as universidades, instituições que desenvolvem um trabalho de atendimento educacional e especializado. O ambiente de trabalho também precisa estar acessível, seja com recursos computacionais, recursos de materiais, pessoas capacitadas que posam preparar estas outras pessoas, para que assim, elas possam entrar no mercado de trabalho”, enfatizou.
De acordo com Gisélia, vários estudantes que fazem parte do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual, foram aprovados em instituições de ensino superior.
“O acesso acadêmico também tem se aproximado cada vez mais destas pessoas. Há pouco tempo, logo no início do ano letivo, nós tivemos aprovação de vários estudantes aqui do CAP-DV em instituições de ensino superior, como UFRB, FTC, Uefs, então nós estamos também estreitando as relações, para que juntos, possamos facilitar ou tornar acessíveis estes alunos a ingressarem em instituições, até porque os materiais também precisam ser adaptados, os alunos precisam de um acolhimento mais próximo destas instituições”, informou.
Com informações dos repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade
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