Dia do Ciclista

Conheça a história de uma atleta amadora, que encontrou o amor pelo ciclismo aos 35 anos de idade

Natural do estado de São Paulo, Miriane ainda possui dificuldades para obter patrocínios.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Neste sábado, dia 19 de agosto, é celebrado o Dia Nacional do Ciclista, que passou a fazer parte do calendário oficial brasileiro desde o ano de 2018, após aprovação do projeto no Congresso Nacional.

Esta data homenageia o ciclista Pedro Davison que morreu em 19 de agosto de 2006, em Brasília, depois de ser atropelado por um motorista que dirigia em alta velocidade e embriagado.

Foto: Welligton Lima

A proposta da criação do Dia Nacional do Ciclista, também é para incentivar o respeito ao ciclista e o uso da bicicleta nos deslocamentos diários.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com a atleta amadora Miriane Espíndola Costa, 41 anos, natural do estado de São Paulo, mas que já reside em Feira de Santana há um bom tempo.

Foi no ano de 2017, que o amor pelo ciclismo foi despertado. Segundo ela, a partir do primeiro momento em que participou de uma prova, disse: “é isso que quero para a minha vida”.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu comecei no ciclismo ainda passeando, porém foi algo que foi mexendo comigo e me libertando, me deixando com mais vontade de me desafiar. Quando eu participei da primeira prova no ano de 2017, eu falei: ‘é isso que eu quero para a minha vida’, e foi assim que surgiu esse amor. Na época eu tinha meus 35, 36 anos e hoje já sou bicampeã baiana de ciclismo. Eu venci 2021 e 2022 na modalidade CXO, que é uma modalidade com circuito fechado, porém com obstáculos, com muitos desafios, um trecho com cerca de 4 até 5km e que possui voltas”, informou.

Durante todo período em que já pratica o esporte, Miriane contou que os maiores obstáculos enfrentados, é quando não consegue se auto desafiar.

Foto: Arquivo Pessoal

“Eu sempre digo que o meu maior obstáculo, é quando eu não consigo me desafiar, aí eu começo a chorar, coloco minha emoção para fora, e encaro o desafio e digo, agora eu vou. Nós encontramos diversos obstáculos, como pedra, pau, troncos de árvores, abre cancela, pula cancela, corre de boi, de cachorro, de tudo que o pessoal possa imaginar”, contou.

Segundo Miriane, um dos maiores incentivadores nas competições é o esposo.

“O meu esposo sempre está do meu lado, é ele quem está ali segurando a minha mão, passando a maior positividade, fazendo com que eu me sinta segura no desafio. Quando eu encaro um desafio que eu vejo que não vou conseguir, ele está ali do meu lado, e com isso, eu já mudo de ideia, mudo de visão e sigo em frente. Hoje ele é também um atleta amador, porém já deixou de participar de algumas competições, então toda a energia que ele tem, passa pra mim. É ele que me auxilia nos treinos, na hidratação, nos pontos estratégicos, ele sempre está do meu lado”, destacou.

Foto: Arquivo Pessoal

Atualmente, Miriane utiliza uma bike MTB aro 29, que depois de toda montada, pode chegar a custar cerca de R$ 18 mil.

“Hoje eu tenho uma MTB, aro 29 com um quadro de carbono da Lechucks, é uma bike importada que pode chegar a custar aí no mercado R$ 15 mil, R$ 18 mil. É um custo alto manter, até porque a gente que sempre participa de provas, campeonatos, sempre vai precisar de uma manutenção. Por exemplo, cada prova, cada treino, uma peça pode ser danificada, então precisa de uma peça nova, um pneu novo, sempre vamos ter que ficar trocando peças, e com isso, o esporte se torna caro”, afirmou.

Preparação

Ao Acorda Cidade, Miriane Espíndola contou que chega a fazer percursos de 100km, mas para isso, é necessário ter uma total preparação.

Foto: Arquivo Pessoal

“Eu faço preparação com pilates, crossfit, porque isso me faz ter uma resistência maior, além disso, ainda tem o mountain bike que treino sempre nas terças e quintas, e aos sábados e domingos. A depender do pedal, o tempo é de 2h, 2h30, mas geralmente a gente faz percursos com 100km, então aí já aumenta para 4h, até 5h. Quando a gente faz esse percurso de 100 km, a gente não leva direto, faz pelo menos 50km, 60km, e depois continua”, disse.

Conquistas

A atleta já soma em casa, mais de 100 medalhas. Segundo Miriane, cada uma representa um grande objetivo da vida.

“Eu tenho muito orgulho de chegar aqui, e olhar para todas estas medalhas, porque cada uma foi conquista com muito trabalho, com muito suor, com muita dedicação, com muito amor, e eu tenho um grande amor por elas, são as minhas conquistas, é uma coisa que eu decidi construir na minha Vida, aqui eu tenho pouco mais de 100 medalhas”, afirmou.

Patrocínios

Ainda considerada como uma atleta amadora, Miriane destacou a falta de apoio financeiro para continuar no esporte. Além dos gastos com a bike, existem outras despesas nos períodos de competições, como hospedagem e transporte.

Foto: Welligton Lima

“Hoje eu posso dizer que a minha maior dificuldades, é questão de auxílios para participar das provas. Geralmente as provas são mais longas, então tem questão de combustível, hospedagem, todo trabalho de hidratação, de performance, e isso infelizmente acaba me deixando triste, porque eu quero muito me fazer presente nas provas, quero brigar pelos pódios, mas por esta falta de patrocínio, acabo que deixo algumas provas para trás”, salientou.

Mesmo com todas as dificuldades, Miriane acredita que tudo na vida há um propósito.

Foto: Alleckson Bonfim

“Deus é a base de tudo, eu confio muito em Deus. Eu acho que Deus não faz menos do que a gente precisa, Ele não dá aquilo que a gente não consegue alcançar. Eu tenho para mim, que todos estes obstáculos, estes desafios, me dão cada vez mais, forças para seguir”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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