Cerca de sete meses depois, a reportagem esteve mais uma vez no mesmo local, e encontrou diversas famílias com crianças pequenas e que vivem através de doações e do trabalho da reciclagem.
Rosânia Bispo dos Santos, 58 anos de idade, informou à reportagem que foi beneficiada com uma casa do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, mas devido um acidente que sofreu, não pode subir escadas e infelizmente não conseguiu trocar a unidade por uma no térreo.
Além desta situação, Rosânia também informou que o galpão que trabalha com reciclagem fica no bairro Campo Limpo, próximo do CSU, e também por este motivo, preferiu ficar residindo em um barraco.
“A gente depende deste trabalho aqui para sobreviver. Eu tive um acidente, eu criei os meus filhos aqui, e mesmo que muitas pessoas digam que isso aqui é lixo, isso aqui é o nosso trabalho, é com isso que a gente trabalha para reciclar e ter o que comer. De todas as famílias que residem aqui, eu sou a única que tenho um casa própria do Minha Casa Minha Vida, a casa fica lá no Campo Belo, no Campo do Gado Novo, porém eu já fui na prefeitura, já fui na Caixa tentar trocar por uma em baixo, mas eu não consegui, e eu não posso subir escadas porque eu tenho uma platina na perna. Eu sei que irei morrer de fome, já me disseram que não tinham o que fazer por mim, é disso daqui que trabalho, é pouco, mas é o dinheiro que a gente tem para sobreviver. Eu estou aqui do lado do CSU, porque o depósito fica do outro lado, ali no Campo Limpo, ou seja, fica mais próximo pra mim, do que ficar morando lá no Campo Belo”, comentou.
Ainda de acordo com Rosânia, 1kg de papelão custa apenas R$ 0,30, a depender do comprador.
“Hoje eu cato latinha, papelão, tudo que for possível para reciclar. 1kg aqui, custa em média de R$ 0,20, R$ 0,30, a depender do local, porque tem pessoa que não paga o mesmo preço da outra”, disse.
Ao Acorda Cidade, Rosânia informou que grupos realizam doações de alimentos e cobertores.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso) e aguarda retorno.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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