Cinema
Paraísos Artificiais: filme mergulha no mundo das raves, dos jovens e das drogas
O filme, que estreia sexta, mostra o comportamento da juventude e como ela encara temas como sexo e uso de drogas
Acorda Cidade
O cinema brasileiro pensado para o grande público ganha força esta semana com a estreia de um drama romântico de temática jovem: o filme Paraísos Artificiais, que mergulha na atmosfera das festas eletrônicas e discute a relação juventude e prazer.
Para abordar esse universo, o trabalho investe em muitas cenas de sexo, nudez e mostra, sem disfarces, o consumo das drogas sintéticas pela juventude frequentadora de raves.
Dirigido pelo carioca Marcos Prado, 50 anos, o longa-metragem estreia sexta em mais de 230 salas de cinema de todo o país. Prado se tornou conhecido em 2005, pela direção do documentário Estamira, que recebeu mais de 30 prêmios em festivais de cinema pelo mundo.
Ambientado nos anos 2000 e rodado no Rio de Janeiro, no litoral de Pernambuco, e em Amsterdã, na Holanda, Paraísos Artificiais narra a história de amor vivida entre um frequentador de raves, vivido pelo ator Luca Bianchi, 33, e uma famosa DJ, interpretada por Nathalia Dill, 26, atriz que tem se destacado por suas atuações na televisão.
Com uma narrativa não-linear, o filme mostra três momentos da vida dos dois jovens. Eles convivem em um mundo onde as drogas sintéticas podem ser um atalho para o prazer, ao mesmo tempo que precisam encarar seus dramas familiares e aprender a superar os erros e as perdas.
Para fugir dos estereótipos e se debruçar de maneira fiel no universo das raves, Prado se dedicou a uma intensa pesquisa sobre este mundo frequentado majoritariamente por jovens de idades próximas a do seu filho adolescente, hoje com 18 anos.
Durante quatro anos, Marcos Prado pesquisou e elaborou o roteiro da produção, que foi feito em parceria com Pablo Padilla e Cristiano Gualda. O diretor fez entrevistas com sociólogos, conversou com usuários e traficantes e, no meio desse processo, encontrou o escritor mineiro Zuenir Ventura, que pesquisava o mesmo tema.
Mundo paralelo
Tentando entender quem é esse jovem, Prado mergulhou no universo das raves. Ele frequentou por dois anos a festa mais famosa do país neste nicho: a Universo Paralello, realizada em Pratigi, famosa praia localizada na região da Costa do Dendê, na Bahia.
“Visitei a festa e entrei em contato com uma realidade que eu não conhecia, com a cabeça cheia de preconceitos, e lá percebi o quanto estava enganado”, confessou o diretor e fotógrafo.
Nos dias em que esteve em contato com aquele mundo percebeu que a maior parte das pessoas que frequentavam a festa estava lá para celebrar um estilo de vida. O lugar reunia muitas famílias, salas de meditação, aulas de pinturas e outras atividades.
Fascinado com esse universo, Prado resolver recriar a atmosfera no filme. As cenas foram rodadas na praia do Paiva, em Pernambuco, e foram necessários em torno de 1,5 mil figurantes para que ele chegasse ao resultado desejado.
A ideia do diretor de criar uma contraposição com as raves urbanas revela ao público leigo que esse universo das festas eletrônicas é bem mais complexo do que se pensa. As informações são do iBahia.
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