Uma programação cultural de multilinguagens preencheu todos os espaços do Centro de Cultura João Gilberto (CCJG), em Juazeiro, na noite do último sábado (29). As apresentações marcaram a cerimônia de reabertura do equipamento cultural, realizada na presença do governador Jerônimo Rodrigues, que esteve acompanhado pela primeira-dama, Tatiana Velloso, após reforma completa do espaço, coordenada pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), com recursos de R$ 2,6 milhões.
De acordo com Jerônimo, o potencial cultural de Juazeiro é notável e o evento de abertura do espaço é a prova viva da vocação criativa da cidade. Ele ainda adiantou que a entrega do equipamento integra um projeto de dinamização do setor. “Hoje não estamos entregando apenas o Centro Cultural, estamos entregando também o compromisso de editais, de recursos e de verbas para a cultura para os próximos anos aqui em Juazeiro. Queremos estabelecer o fortalecimento de visitações das escolas e de universidades para que isso aqui possa ser uma animação maior na região do São Francisco”, pontuou.
A reforma e modernização do CCJG contemplou uma Sala de Espetáculo, com 209 poltronas e dois camarins, iluminação, banheiros, além de três Salas Multiuso, uma delas com capacidade para 80 pessoas. O Foyer conta com espaço para exposição, audição musical e recepção, já o Anfiteatro, foi reestruturado desde o palco, banheiros, camarins e arquibancada, com capacidade para 1.500 pessoas. Todos os espaços atendem às regras de acessibilidade.
Para o titular da Secult, Bruno Monteiro, a reabertura do CCJG representa a prioridade do Governo do Estado com a política de territorialização da cultura, o entendimento de que a cultura se desenvolve com as próprias características dos territórios em toda a Bahia. “Entendemos que aqui é um espaço para o pleno desenvolvimento das manifestações locais, para encontros, ensaios, discussões, e trocas, para que a cultura possa estar cada vez mais qualificada e adaptada a esse tempo que vivemos, com as múltiplas linguagens, mas, sobretudo, com o entendimento de que a cultura é inclusão social e é desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda”, definiu.
Inaugurado em novembro de 1986 e batizado em homenagem ao ilustre juazeirense, João Gilberto, o CCJG é também palco para produções culturais de todo o território do sertão do São Francisco, que abrange os municípios de Casa Nova, Sobradinho, Remanso, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Sento Sé, Canudos, Curaçá e Uauá.
Programação diversa
A cerimônia oficial de reabertura do Centro Cultural aconteceu na Sala Principal, com a apresentação do Olodum e do cantor Aloisio Meneses e do Coral de Estudantes. A noite cultural contou ainda com uma encenação do ator juazeirense Devilles e de uma apresentação da TV Pelourinho.
Para o ator juazeirense Devilles, que apresentou um trecho do espetáculo Gota d’Água na noite deste sábado, a reabertura do espaço é um divisor de águas. “Estar na falta desse espaço por cinco anos foi realmente uma sensação de abstinência absoluta entre todos nós trabalhadores que ocupamos a casa com os nossos espetáculos, com as nossas atividades, com as nossas formações. Felizmente esse tempo passou, e a partir de hoje o que nós temos é o nosso teatro totalmente reestruturado, totalmente lindo, enfim, é um momento de grande emoção para todos”, afirmou.
Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues visitou e assistiu a todas as diversas mostras e apresentações artísticas e culturais expostas no CCJG. A noite de reabertura também contou com a apresentação da Fanfarra Águia de Haia, formada por estudantes do Colégio Ruy Barbosa, dos repentistas Valdir Lemos e Antonio Vieira. A ocupação artística-cultural teve ainda roda de capoeira, apresentação do Grupo Jam no João, exposição de grafiti e Feira da Economia Solidária.
Para a estudante Marley Silva Ribeiro, a reabertura do espaço vai dar frescor a toda região. “A expectativa é de renovação. Eu cresci aqui no João Gilberto, cresci aqui em Juazeiro, sempre acompanhando espetáculos aqui e essa reabertura vem para renovar, colocar um sangue novo e adicionar ainda mais na cultura do país”, perseverou.
No anfiteatro, o público cantou e dançou ao som dos artistas João Sereno, filho de Juazeiro, Maviael Melo e Maurício Dias. O encerramento, ficou por conta da apresentação do cantor Gerônimo Santana.
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