Acontece de 26 a 29 de julho no auditório do NH Hotel o IX Congresso Baiano de Pediatria e o I Congresso Regional de Pediatria de Feira de Santana. O evento reúne cerca de 700 profissionais e debate temas diversos como vacinação, neurociência, microbiota, cólica do lactente, entre outros assuntos.
A médica Graciete Vieira, organizadora do evento, disse ao Acorda Cidade que as inscrições foram um sucesso e só não foi possível abranger mais o número de inscritos devido a dificuldade de local que comportasse todos os participantes.
Ele destacou a necessidade da cidade ter locais para realização de eventos de grande porte e poder reunir mais pessoas. Graciete Vieira relatou também que o maior objetivo do evento é divulgar o conhecimento científico para a população pediátrica de Feira de Santana e de todo o estado da Bahia.
“Uma abordagem de assuntos diversos. Temos o congresso voltado aos pediatras e tivemos um simpósio multiprofissional. Vários conhecimentos que o profissional poderá levar para a prática diária e que reflete de modo positivo nos atendimentos”, disse.
O médico Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), foi um dos palestrantes do congresso nesta quinta-feira (27) e pontuou que a imunização de crianças no país vem caindo devido a fatores diversos.
Ele acredita que não há mais na maioria das pessoas a percepção de risco e muitas não se sentem ameaçadas por doenças como por exemplo, a paralisia infantil, o sarampo, que no passado, faziam muitas vítimas.
“É uma falsa percepção de que está tudo bem. Que não precisa mais se vacinar, quando na verdade isto é um equívoco e as pessoas deixando de se vacinar, as doenças podem voltar”, observou.
O médico afirmou ainda que o cenário da baixa vacinação tem também relação com os governantes que não estimulam as vacinas, não propõem campanhas em massa, nem destinam investimentos para a área. Segundo ele, isto desestimula a população a se vacinar.
“Ainda temos mortes que poderiam estar sendo evitadas pelas vacinas. A situação pode se agravar se o retorno dessas doenças acontecer, por isso que trabalhamos para esse risco desaparecer. A vacina não é só para evitar mortes. A maioria das vacinas do calendário infantil são para a prevenção de doenças que evitam dor, sofrimento, hospitalização, sequelas, falta dos pais ao trabalho e por vezes até mortes”, disse.
Sobre a imunização de crianças contra a covid-19, ele informou ao Acorda Cidade, que as vacinas foram atualizadas na sua formulação para cobrir a variante ômicron e ter uma melhor resposta na prevenção da doença.
A secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, também esteve no IX Congresso Baiano de Pediatria e destacou a importância do evento para a disseminação de conhecimento.
“Ficamos felizes em ver um evento desse porte na Bahia e em Feira de Santana, com grande produção de conhecimento”, frisou.
Ela comentou sobre investimentos do governo do estado na área de pediatria, como a Campanha Vacina Bahia, a inauguração de leitos pediátricos em Salvador e a criação de uma casa de apoio a gestantes e puérperas em Feira de Santana.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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