Feira de Santana

Trabalhadores rurais celebram Dia da Agricultura Familiar

O distrito da Matinha tem se destacado na produção da agroindústria.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No dia 25 de julho, foi comemorado o Dia Internacional da Agricultura Familiar. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) visando dar visibilidade à atividade em todo o mundo.  Existem mais de 5 milhões de propriedades rurais em todo o Brasil, sendo que desse número 77% são classificadas como da agricultura familiar, segundo o Censo Agropecuário, de 2017. Em Feira de Santana, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, realizou nesta quinta-feira (27), uma feira para marcar a data na região. 

De acordo com a presidente do sindicato, Conceição Borges, na zona rural de Feira de Santana, houve a perda de 70% da safra de feijão e milho. Ela explica os fatores que levaram para um ano de colheitas tão difícil. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O solo está pobre, nós temos pequenas propriedades e a gente não aprendeu a fazer a rotatividade, que é mudar a cultura a cada ano. Continuamos plantando a mesma cultura. Temos o empobrecimento muito grande do solo, o desmatamento e hoje vivemos uma situação muito complicada que é o uso de venenos pelos grandes proprietários e que interfere duramente na produção de alimentos da agricultura familiar”, explica Conceição. 

Apesar da situação da safra desde ano, Conceição não passa desânimo e diz que há o que se comemorar na agricultura familiar produzida nos distritos da região, o que levou a realização do evento. “Temos hoje, esperança e alegria, pois não podemos desanimar, para mostrar que na zona rural, para além do feijão e do milho, existem outras culturas. E é nesse sentido que a gente organiza a feira, para dar ânimo e esperança para o nosso povo e dizer que a cultura do feijão e do milho não se sustenta, ela não é mais a cultura que garante a sobrevivência das famílias, pelo contrário, tem sido uma cultura que tem gerado perdas, prejuízo e desânimo”. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Na região de Feira de Santana existem oito distritos, dentre eles destacam-se três em produção da agricultura familiar: Humildes, Jaíba e Matinha. A presidente conta que a Matinha é hoje um grande produtor e que vem se destacando conforme a produção organizada através da agroindústria. “ Três distritos, que têm uma qualidade melhor do clima e hoje o distrito da Matinha, que vem se apresentando como produtor dessa diversificação de frutas e hortaliças”. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com Conceição, em Humildes se apresenta a produção de hortaliças, laranjas e mandioca. Já em Jaíba há a produção de hortaliças, a criação de pequenos animais e a diversificação da fruticultura. Ela explica que na Matinha o diferencial tem sido o empreendimento em torno da fruticultura. “Matinha tem algo específico, por ser um distrito que produz muita mandioca, tem uma grande quantidade de beneficiamento da própria mandioca. É um dos distritos que a gente tem uma fábrica, uma agroindústria que produz praticamente o ano todo para as famílias e também já consegue se beneficiar das frutas da região”, acrescenta. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A agricultora e fornecedora de frutas, Terezinha de Jesus de Almeida, mora há 55 anos no distrito de Matinha e conta que os motivos que levaram a criação da agroindústria, foi a demanda da própria comunidade, devido a grande quantidade de frutas no distrito e que não havia por onde escoar os alimentos. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Cerca de 30 mulheres estão fornecendo e produzindo na agroindústria da comunidade,  frutas como o caju, manga, tamarindo e goiaba que são produzidos em Matinha e nos distritos circunvizinhos. A agricultora fala sobre a importância da agroindústria. “Agregando valor às frutas da comunidade e para renda dessas mulheres que estão na produção da polpa. A venda é feita de forma avulsa e através dos projetos de políticas públicas, que distribiu nas escolas, para merenda escolar. Depois de processado saí um valor bem em conta para a comunidade”, conta Terezinha. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Mesmo com o distrito da Matinha apresentando essa organização com o beneficiamento dos produtos da agricultura familiar, a seca dos últimos meses tem prejudicado a plena atividade. Terezinha conta que neste momento a agroindústria passa por reformas, mas o fator para a falta de produção continua sendo a seca na região. “A seca tem prejudicado bastante porque não tem frutas suficientes para a produção. Estamos passando por um período de reforma e a produção está suspensa. Precisou fazer adequação no espaço da fábrica, mas se estivesse em produção teria dificuldade de encontrar essa produção agora. No momento estamos em processo de reforma para adequação da nova estrutura. Temos todo o maquinário necessário que foi adquirido através de projetos de várias instituições que têm ajudado a fábrica”, concluiu. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Durante a Feira, houve a apresentação das produções, música para animar e a venda de produtos da agricultura familiar. Também foi celebrada uma missa pelo Dia do Agricultor que nacionalmente é celebrado amanhã (28). 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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