Saúde

Dia Mundial do Cérebro: médica fala sobre relação entre o órgão, saúde mental e qualidade de vida

Segundo Anne Stephany, o cérebro é como um armazenamento que vai salvando as informações do dia a dia, mas chega um momento que as lembranças são guardadas de forma desordenadas.

Médica do Sono
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Neste sábado, dia 22 de julho, é celebrado o Dia Mundial do Cérebro, uma iniciativa criada no ano de 2014 para abordar e defender temas relacionados à saúde desse órgão.

A data foi escolhida em alusão ao aniversário de fundação da Federação Mundial de Neurologia, que foi organizada oficialmente em 22 de julho de 1957.

O Acorda Cidade conversou com a médica do sono, Anne Stephany, que destacou a importância deste órgão e a sua relação com o bem estar e a saúde mental. Para ela, o pensamento pode direcionar a forma de agir das pessoas e também reflete na qualidade de vida.

“O principal fator que faz a mente ficar saudável, é a mudança do pensamento. Hoje a gente sabe que o emocional é o fator que mais interfere nas transformações da mente, a nossa mente é responsável por tudo que aquilo que a gente faz. Então quando a gente muda o pensamento, a nossa forma de agir, a nossa forma de pensar diante das coisas, dos problemas, quando a gente deixa de encarar todas as situações que acontecem adversas como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade, a gente tem uma capacidade de transformar a nossa mente e de melhorar a nossa capacidade emocional, de pensar, e de agir dessa maneira. A gente melhora também o nosso bem estar e melhora todo o outro processo, então é meditar, ter uma boa alimentação, dormir bem, tudo isso são cuidados necessários para que a mente continue e permaneça sempre em alto índice de desempenho”, afirmou.

Segundo ela, a prática de atividade física previne doenças e reflete no bom desempenho do ser humano, tanto no cérebro, como em todo o corpo.

“Sempre temos que ter a boa prática de atividade física, poque por exemplo, tem uma capacidade de liberar altas quantidades de neurotransmissores do bem, como ocitocina, adrenalina, endorfinas, que são todos os neurotransmissores que fazem a gente se sentir muito bem. A dopamina por exemplo, é um neurotransmissor de felicidade, do bem-estar e quando a gente faz atividade física, a gente consegue se sentir bem fazendo aquilo. Uma boa alimentação também é importante, porque é o combustível para a formação desses neurotransmissores, sem o combustível como é que a gente vai gerar matéria-prima que está na alimentação?”, pontuou.

Médica do Sono
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Fatores para o esquecimento

Segundo Anne Stephany, o cérebro é como um armazenamento que vai salvando as informações do dia a dia, mas chega um momento que as lembranças são guardadas de forma desordenadas.

“A gente precisa entender que a memória é uma estrutura cerebral de armazenamento, como se fosse uma caixinha. Nós estamos aqui nesta entrevista, eu estou falando muita coisa e o cérebro está captando tudo, mas ele capta de uma maneira desordenada. Durante o sono, no momento que a gente vai dormir, tudo isso vai sendo organizado através de uma faxina cerebral, como forma de colocar as coisas no lugar correto. Então é uma gaveta da mente, por isso que a gente acaba lembrando de algumas coisas e outras não. Por exemplo, eu posso chegar em casa muito desatenta, jogando a chave do carro por cima da mesa, a bolsa na cadeira, depois eu fico me questionando, onde foi que coloquei a chave? Tudo isso porque eu não fiz de maneira atenta”, informou.

De acordo com a médica, o ronco também pode ser um fator importante para o esquecimento.

“A prevenção vem justamente dessa transformação da vida, então essa pessoa pode estar passando por problemas no casamento, na vida profissional, não está dormindo bem, estar roncando, inclusive o ronco é uma causa importantíssima de déficit de memória. O paciente que ronca tem uma alta chance de estar esquecendo de tudo, de chegar em algum lugar e não lembrar, não lembrar do que estava falando, este paciente infelizmente vai perdedno estas capacidades ao longo da vida”, disse.

Como forma de facilidade e mudanças de hábitos a partir do contexto em que estão inseridas, muitas pessoas deixaram de utilizar certos objetos, como um jogo de tabuleiro, um caça palavra e passaram a manusear mais os aparelhos.

Para a médica, isso faz com o que o cérebro fique preguiçoso e não trabalhe conforme deveria.

“O nosso cérebro apesar dele ter uma capacidade exponencial, ele está ficando preguiçoso porque tudo hoje está pronto, e ele entende que não precisa trabalhar. Mesmo com tanta tecnologia, facilidade, as pessoas devem sair mais dos aparelhos e utilizarem jogos de tabuleiros, fazer leitura em livros físicos para racionar com o cérebro, é importante que possamos estimular a nossa memória”, destacou.

Nada de celular antes de dormir

Segundo Anne Stephany, utilizar aparelhos luminosos, interfere na capacidade de dormir.

“Nós precisamos utilizar cada vez menos os equipamentos eletrônicos como tablet, celular, todos estes aparelhos que possuem pontos luminosos, pois tudo isso vai interferir na capacidade de adormecer e consequentemente na memória”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários