Feira de Santana

Ministério Público abre 3 investigações contra empresas que prestam serviços na área da Saúde em Feira de Santana

As restrições de atendimentos que estavam acontecendo já foram encerradas.

Ministério Público Estadual de Feira de Santana
Foto: Humberto Filho/MP-BA

Após reuniões de mediação com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério Público Estadual (MPE), da prefeitura e das terceirizadas IGI – Instituto de Gestão Integrada e ASM – Associação Saúde e Movimento, as restrições de atendimentos médicos nas policlínicas, UPAs e unidades de Saúde da Família de Feira de Santana, foram suspensas.

A reportagem do Acorda Cidade esteve na manhã desta quinta-feira (20) na Policlínica do bairro Parque Ipê, e constatou que os atendimentos estavam seguindo com o fluxo normal.

Policlínica do Parque Ipê
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Alguns pacientes que aguardavam ser chamados, afirmaram que o atendimento já estava normalizado, sem maiores problemas.

O promotor de Justiça Audo Rodrigues, do Ministério Público Estadual, esteve presente no Programa Acorda Cidade nesta quinta-feira (20) e esclareceu algumas ações que o órgão está tomando a respeito da situação.

Segundo ele, existem três linhas de trabalho para investigação referente aos pagamentos dos funcionários.

Promotor Audo Rodrigues
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

“Hoje nós estamos com três linhas de trabalho de investigação. O Ministério Público do Trabalho trata especificamente do valor a ser pago aos trabalhadores, aos médicos, aos funcionários de uma forma geral. Nós temos um procedimento sobre minha responsabilidade que é justamente que trata da impossibilidade de suspender esses serviços. A área da saúde não pode parar, e ainda temos uma terceira linha de investigação dentro do Ministério Público Estadual, que é parte do patrimônio público, é aquela parte que o Ministério Público vai investigar a forma de contratação, será que está correta? Aquela empresa tem capacidade financeira adequada para suportar tudo isso? São estas as investigações que nós estamos fazendo”, explicou.

No último domingo (16), o MPE, por meio da promotora de Justiça Amanda Buarque Bernardo, recomentou que o município de Feira de Santana adote medidas cabíveis para garantir que as atividades de saúde em áreas tidas como essenciais, como urgência, emergência e Unidades de Terapia Intensiva mantenham-se integralmente preservadas.

No mesmo dia, uma paciente que estava internada na Policlínica do bairro Rua Nova, faleceu enquanto aguardava na fila da regulação.

Ao Acorda Cidade, o promotor destacou que outras ações já foram realizadas direcionadas para o município de Feira de Santana, mas depois o caso virou estadual.

“A regulação é um gargalo que nós temos. Inclusive no passado, nós recebemos uma representação do município, e aquilo gerou um impacto muito grande. A regulação é uma triste notícia das mortes, em decorrência dessa falta de regulação por parte do estado. Este procedimento iniciou-se aqui em Feira de Santana, mas na primeira reunião junto ao estado da Bahia, através da Sesab, nós constatamos que o problema não se restringia para Feira de Santana, mas para todo o estado da Bahia, e por uma questão legal, eu precisei deslocar a investigação para a capital do estado”, afirmou.

Na segunda-feira (17), uma reunião foi realizada entre o Ministério Público e todas as terceirizadas que prestam serviços para a Prefeitura Municipal de Feira de Santana, além de representantes do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA).

Segundo o promotor Audo Rodrigues, com a restrição de atendimentos nas unidades municipais, uma superlotação foi registrada no HGCA.

“Pelo fato dos médicos terem iniciado uma restrição dos atendimentos, isso impactou assustadoramente a UPA do Clériston Andrade e também nos serviços do próprio HGCA. Segundo relatado, inclusive eu tenho imagens, que uma unidade que tinha cerca de 40, 50 atendimentos, passaram a ter 200 atendimentos neste período. Foi um aumento significativo motivado por esta eventual restrição. Então os representantes do HGCA participaram dessa reunião para mostrarem o lado deles, ‘olha, estou aqui para informar que não tenho condições de atender desse jeito’, porque realmente foi algo fora do normal”, concluiu.

Ouça a entrevista na íntegra aqui:

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