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A polêmica do compartilhamento automático no Facebook

Esse círculo vicioso passou a existir no Facebook graças à ideia de compartilhamento sem fricção de Mark Zuckerberg, implementada a partir da plataforma Open Graph.

Acorda Cidade

Se você é usuário do Facebook, deve ter se deparado com alguma publicação do tipo "Pedro leu: 'Panicat raspa o cabelo ao vivo no Pânico'". Caso se interesse pelo post e clique nele para ler o conteúdo, vai encontrar um aplicativo que pede uma série de autorizaçõesuma, inclusive, para postagens em seu nome. depois de aceitar, poderá acessar a notícia e, então, seus amigos ficarão sabendoexatamente como aconteceu com Pedro.

Esse círculo vicioso passou a existir no Facebook graças à ideia de "compartilhamento sem fricção" de Mark Zuckerberg, implementada a partir da plataforma Open Graph. Isso foi anunciado junto com a Linha do Tempo, em setembro de 2011. Na época, a equipe da rede social fechou uma série de parcerias com empresas como Spotify, Rdio, Netflix etc. e agora elas começaram as publicações involuntárias. Basta autorizar uma única vez.

O recurso tem chamado atenção porque usuários se deparam com informações que não gostariam de ver publicadas automaticamente, por mais que tenham autorizado as atividades do aplicativo. "Parece mais com um spam", comenta Wagner Martins, sócio-diretor da Espalhe, agência especializada em marketing de guerrilha e com forte atuação no meio digital.

"Em alguns pontos chega a ser grave, porque eu não sei até que ponto o usuário presta atenção a que tipo de autorização que ele está dando. Essas autorizações foram melhoradas, mas a maioria não se preocupa, autoriza qualquer coisa sem medo nenhum – e você está entregando seus dados sem perguntar nada", continua.

Sócio e cofundador da rede social de reviews de filmes moovee.me, o publicitário Daniel Sollero publicou, nesta segunda-feira, 23, um texto-desabafo sobre o assunto no Brainstorm #9, em que critica o modelo por não considerá-lo natural.

"O compartilhamento de conhecimento e conexões é uma maneira de fazer com que você seja reconhecido, que a sua relevância para esse público seja notada", diz. "Ao vulgarizar o ato de compartilhar, esses apps simplesmente tiram do leitor a opção de usar esse conhecimento como uma maneira de se destacar e isso desequilibra toda a cadeia das redes sociais."

Para o executivo da Espalhe, mesmo o amadurecimento do internauta pode fazer com que ele entenda o que deve ou não fazer no ambiente virtual. Mas esse tipo de preocupação geralmente vem de uma experiência negativa. ", sim, ele vai tentar entender o problema."

dois lados a se analisar, o da marca que usa esses recursos e o dos usuários que os aceitam. Para estes últimos o caminho é fácil: não clique, se não quiser se ver associado à publicação que virá a seguir; se for mesmo de seu interesse, sempre leia atentamente que tipo de permissões o aplicativo carrega, para não ter surpresas depois.

as marcas, na visão de Martins, deveriam se preocupar mais com produção de conteúdo relevante, que seria compartilhado espontaneamente e se espalharia sozinho. "Se você aparece muito, acaba virando paisagem. As pessoas aprenderam a bloquear, então você vai para um caminho sem volta. É melhor dar atualizações mais significativas." (AdNews)

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