A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, comentou nesta quinta-feira (13) a possibilidade de ser substituída no comando do banco por um nome a ser indicado pelo PP – partido do Centrão chefiado por Ciro Nogueira (PP-PI) e ao qual é filiado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Em entrevista no Palácio do Planalto, Rita Serrano classificou a possível troca como “especulação” que parece ter o objetivo de criar “instabilidade”. Mas ponderou que cabe ao presidente Lula a definição sobre os cargos.
“Eu estou trabalhando. Na realidade, nós sabemos que todos os nossos cargos são do presidente da República, ele que avalia com relação a se fica, se sai ou o que faz”, afirmou Rita Serrano à imprensa após cerimônia de sanção da lei que retomou o Minha Casa, Minha Vida.
“Não existe absolutamente nada de concreto com relação a isso. Não houve nenhuma conversa sobre essa possibilidade. O que nós temos de visto, de fato, é uma especulação muito grande da imprensa, que não envolve só meu nome, são vários nomes. Quero dizer, que acho isso muito ruim porque me parece que o objetivo disso é criar uma instabilidade no governo. E, com isso, paralisar o governo quando você tem esse grau de especulação”, completou a presidente da Caixa.
Rita Serrano disse ainda que segue “firme e forte” trabalhando no comando da instituição.
As declarações ocorrem em meio a articulações do governo com partidos do Centrão, em especial o PP, que reivindica o comando do banco público em troca de apoio ao Palácio do Planalto no Congresso.
Segundo o colunista do g1 Valdo Cruz, para atrair políticos do Centrão, integrantes do governo teriam garantido a presidência da Caixa ao PP. Presidente da sigla, o senador Ciro Nogueira foi ministro da Casa Civil na gestão Jair Bolsonaro (PL).
Apoiadores de Lula pedem permanência
No evento do Minha Casa, Minha Vida no Palácio do Planalto, apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fizeram um coro pela permanência de Rita Serrano na presidência da Caixa Econômica Federal.
O Minha Casa, Minha Vida – que na gestão Bolsonaro foi rebatizado de Casa Verde Amarela – tem a Caixa como principal operadora.
A presidente da Caixa chegou ao evento, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, junto com Lula, a primeira-dama Janja Silva, ministros e parlamentares. Ela ficou sentada no palco com as demais autoridades.
Rita foi aplaudida pelos presentes quando teve o nome anunciado pelo cerimonial. Ela foi saudada aos gritos de ‘fica, fica, fica’. Parte do público utilizava camisetas e bonés da Caixa.
Em pronunciamento, a representante da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Bartira Costa, também pediu a permanência de Rita no cargo. Ela puxou o coro com o público de “Rita fica”, “Rita fica”.
Na mesma linha, Jéssica Brito, representante do Movimento Camponês Popular, afirmou: “Reafirmamos que a nossa presidenta é você, Rita Serrano”.
“Só é possível avançar nas conquistas dos direitos sociais da classe trabalhadora quando temos um governo comprometido com o projeto democrático. Pelo direito a moradia no campo e por uma Caixa pública, democrática, Rita Serrano fica”, completou Jéssica.
Rita defende sua gestão
Rita discursou na cerimônia, no Palácio do Planalto, e defendeu os primeiros seis meses de sua gestão à frente do banco, atendendo as demandas do governo federal.
“Encontramos o banco desmantelado, preparado para privatizar suas principais operações e uma política de medo e assédio colocada dentro do banco como no país, com atraso tecnológico, muito distante das demandas das cidades e estados, burocratizado”, disse.
Rita afirmou que os funcionários do banco presentes na cerimônia vão trabalhar nas operações do Minha Casa, Minha Vida. “A Caixa está preparada para atender o Minha Casa, Minha Vida”, declarou.
O ministro da Cidades, Jader Filho, agradeceu, em pronunciamento, o trabalho de Rita no Minha Casa, Minha Vida. O programa habitacional é coordenado pela pasta das Cidades.
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