Feira de Santana

MST e Uneb lançam projeto de alfabetização em cidades da Bahia; Feira de Santana também faz parte

O lançamento ocorreu no auditório do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG) em Feira de Santana.

Projeto de Alfabetização
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) juntamente com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), lançaram na terça-feira (3), um projeto de alfabetização para pessoas a partir de 15 anos de idade que não tiveram acesso às escolas.

O lançamento ocorreu no auditório do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG) em Feira de Santana.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora regional do projeto ‘Sim, eu posso’, Ivoneide de Jesus Assunção, informou que apenas em Feira de Santana, são 53 turmas e explicou como funciona o processo de matrícula.

Projeto de Alfabetização
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Somente aqui em Feira de Santana, nós temos 53 turmas que irão variar aí com cerca de 15 até 20 alunos. Para se matricular e participar deste projeto, nós fizemos um processo de mobilização nos bairros e colocamos vários folders em pontos para que as pessoas possam manter contato com estas coordenadoras de turmas. Este projeto vem dar a oportunidade para aquelas pessoas que não tiveram acesso para ler e escrever, então é um projeto para jovens a partir dos 15 anos, adultos, idosos, quem não souber ler nem escrever, muito menos assinar o próprio nome, esta é a chance”, disse.

Ainda segundo Ivoneide, os levantamentos já estão sendo realizados e apenas no bairro Tomba, 45 pessoas já realizaram as inscrições.

“Depois de ser alfabetizado, a gente espera contar com a educação pública, para que estes alunos possam estar ingressando nas escolas do município. Estamos fazendo um levantamento, mas já temos uma quantidade muito grande, só ali no bairro Tomba, tem uma professora que já está com 45 pessoas matriculadas, ou seja, vamos ter que redistribuir para mais dois professores porque no mínimo tem que ter 15 alunos e estas aulas irão acontecer em associações, escolas, igrejas, onde for necessário e onde o aluno se sentir à vontade para aprender”, destacou.

Projeto de Alfabetização
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, a coordenadora informou que 16 municípios do Estado da Bahia foram beneficiados com este projeto com um investimento em torno de R$ 10 milhões.

“Este é um método cubano e o MST apresentou para a Secretaria Estadual de Educação, então todo recurso está vindo do estado. São 16 municípios beneficiados, então este investimento foi em torno de R$ 10 milhões. Nós já trabalhamos com este projeto aqui no estado da Bahia, porém apenas em áreas do MST, foi um projeto que deu certo e agora está sendo expandido. Estas aulas terão início no dia 10 de julho, hoje está acontecendo apenas o lançamento, mas as aulas começam somente na próxima segunda com duração de quatro meses”, contou.

Juliana Nascimento da Costa é coordenadora de uma turma do projeto. Segundo ela, além de beneficiar as pessoas fazendo com que elas possam aprender a ler e escrever, a iniciativa traz dignidade.

Projeto de Alfabetização
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Além da inclusão destas pessoas na sociedade, o projeto traz dignidade para as pessoas, porque uma pessoa que não sabe ler, nem escrever, é a mesma coisa que não enxergar. Ela vive em um mundo, mas ela não está inserida naquele mundo em que vive, então é um projeto importante, além de ter um cunho social muito importante”, disse ao Acorda Cidade.

Segundo Juliana, os horários de aulas serão organizados de acordo com a disponibilidade das pessoas.

Projeto de Alfabetização
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“As aulas geralmente se adequam aos horários dos alunos, então o alfabetizador tem a sua turma, e esta turma só consegue ter aula no período da tarde, então as aulas serão dadas neste horário. Tem pessoas que só podem durante a noite, então as aulas serão no período noturno, então sempre de acordo com a disponibilidade. São aulas que acontecem de segunda a quinta com duração de duas horas, são aulas dinâmicas utilizando uma metodologia muito boa para que haja uma interatividade com toda a turma. Em caso da pessoa dentro desses quatro meses não conseguir ler, nem escrever, ela terá mais um período para fazer o acompanhamento”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
9 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários