No último dia 16 de maio, foi votado e aprovado na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o Projeto de Lei (PL) que define a instituição da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica no estado baiano.
O PL da Agroecologia (24730/2023) visa estimular o crescimento da agricultura familiar e o desenvolvimento sustentável, assim como amparar os povos e comunidades tradicionais, com o intuito de fortalecer as minorias sociais.
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta quarta-feira (14), o agrônomo e coordenador técnico em Agroecologia da Bahiater – Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural, Daniel Dourado, explicou como este projeto deverá ser aplicado no campo.
“Isso prioriza a agroecologia como matriz tecnológica a ser trabalhada em todo o estado da Bahia, então isso garante uma prioridade na agricultura sadia, uma agricultura. É um avanço importante, assim como alguns municípios aqui do nosso estado já estão criando legislações municipais como é o caso de Ibirapitanga, Taperoá, Jacobina, então é um resultado de um projeto que tenha cada vez mais um avanço e se torne uma consolidação, onde a gente possa ter mais oferta de produtos limpos, produtos orgânicos e naturais e que o consumidor tenha uma possibilidade de acessar estes alimentos que realmente são livres de agrotóxicos”, afirmou.
O coordenador técnico aproveitou para explicar a forma mais adequada para eliminar pragas de plantações.
“A agroecologia mostra não somente na teoria, mas principalmente na prática porque o surgimento de pragas, são indicadores de um desequilíbrio que as pessoas possam está fazendo de forma errada. Existem muitas práticas que devemos abolir como é o caso do uso dos próprios venenos, adubos químicos, adubos solúveis, desmatamento, queimadas, isso faz a terra ficar descoberta, então são muitas práticas incorretas que a própria legislação proíbe. A gente sempre caminha pela prática da conservação do solo, uma boa fertilidade e garante uma plantação sadia e hoje trabalhamos muito com extratos vegetais de mamona, de pimenta, ou seja, são várias estratégias sem a necessidade de utilizar produtos químicos”, explicou.
De acordo com Daniel Dourado, algumas propriedades já estão servindo como referências, mas para que novos agricultores também sejam beneficiados, é necessário ir em busca do serviço, procurando os territórios da Bahiater.
“Nós estamos com estas chamadas públicas para identificar estes agricultores inovadores, identificar aquelas propriedades para que sirvam de referência e que se tornem agricultores multiplicadores dentro do território. Precisamos divulgar estas experiências e dá uma visibilidade maior. Promovemos não somente formação das equipes técnicas, mas também temos programas de visitação nestas propriedades e esperamos que os agricultores possam adotar também este modelo, fazendo esta transição. A Bahiater vai mobilizar o seu quadro, inclusive tem as entidades que a gente chama de ONGs que estão presentes nos territórios e que se por acaso, algum agricultor ainda não estiver fazendo parte dessas chamadas públicas, pode procurar atendimento por algumas dessas ONGs, que através da Bahiater vai designar técnicos especialistas”, disse.
Escolha por uma alimentação saudável
Para o coordenador técnico, atualmente as famílias estão buscando consumir mais produtos orgânicos.
“Quem tem acesso a todas estas informações, quem possui um maior conhecimento, não que mais comer veneno. Muitas famílias, muitas mães já não querem dar veneno para seus filhos comerem, ou seja, as pessoas estão mais conscientes e por isso que esta procura por produtos orgânicos vem crescendo como é o que está acontecendo aqui na Bahia. Nós temos um mercado que está crescendo em todo o Brasil, que é o CSA, Consumidores que Sustentam a Agricultura, ou seja, é um link entre os produtores e consumidores que já acontecem nas feiras orgânicas”, concluiu.
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