Em todos os anos o dia 12 de junho (Dia dos Namorados) é uma data especial em que se celebra o amor, a paixão e o companheirismo entre os casais. É também um momento de presentear a pessoa amada, lembrando o quanto a presença dela é importante.
Para o casal Dimas Santana Cerqueira e Maria de Lourdes Santos Cerqueira, conhecida como Pró Ziga, o Dia dos Namorados representa também um marco em sua história de união, que já perdura 47 anos.
O casal mora no bairro Jardim Cruzeiro e relembrou com carinho, em entrevista ao Acorda Cidade, como a história de amor deles começou, quando ainda eram muitos jovens, cheios de sonhos e desafios pela frente.
Segundo Dimas Cerqueira, ele tinha 18 anos quando conheceu Ziga. Ambos moravam no distrito Governador João Durval Carneiro (Ipuaçu) e suas famílias eram próximas.
“Conheci Ziga tem cerca de 60 anos, eu tinha 18 quando a conheci. Ela tinha de 16 para 17 anos, éramos jovens e nos conhecemos em Ipuaçu. Nossa história começou na escola, e nossos pais se conheciam, tinham aquela convivência e com isso começamos a amizade. Era a década de 70 e tinha muitas festas de São João, eu tocava sanfona, fazia a alegria das pessoas, e passamos a nos gostar. Com isso convivemos até hoje. Nós temos 47 anos de convivência e isso que é bonito”, recordou Dimas.
Naquele período, segundo eles, o Dia dos Namorados não sofria tanto com o apelo do comércio e tinha pouca divulgação. Mas, por sorte, ao marcarem a data para o casamento, decidiram celebrar a união justamente no dia 12 de junho.
“Não foi bem uma escolha. Eu acho mais que fomos predestinados um ao outro por Deus, porque antigamente o dia 12 de junho não tinha uma divulgação tão grande. Nós marcamos o casamento e eu tinha uma paixão muito grande por ele e providencialmente caiu o dia 12 de junho. Isso é um marco na nossa história de vida”, afirmou Pró Ziga.
De acordo com a professora, ela era de uma família humilde e por ser negra, muitos não aprovavam o relacionamento, devido ao preconceito racial.
“Nós construímos esse namoro solidificado, de respeito, eu de uma família simples na roça, filha de uma mulher viúva, e ele era de uma família de mais condições. As pessoas não acreditaram no namoro por eu ser de uma situação humilde e negra, e o preconceito era muito grande e achavam que não ia dar certo. Mas isso nunca diminuiu em nada o nosso amor, e tinha muito preconceito. Nosso casamento foi na Catedral de Senhora Santana, na Matriz, foi muito bonito, com muita gente, a família e monsenhor Galvão que celebrou nosso casamento”, declarou.
O casal Dimas e Ziga teve três filhos homens e já desfrutam da companhia de seis netos. Ao longo de todos os anos em que estão juntos, a compreensão e o diálogo foram o segredo para que a chama se mantivesse acesa mesmo em meio às dificuldades da vida.
“Casamento não é fácil, conviver a dois é uma transformação fora de série. Já tivemos momentos relevantes um com o outro, mas sempre tivemos compreensão muito forte e diálogo, quando a gente se desentendia, a gente sentava fazia uma oração, e nossos filhos sempre foram muito importantes e nossos netos também”, ponderou Dimas Cerqueira.
Ao que Ziga concordou: “Dificuldades tivemos muitas e ainda temos, mas isso não tira o brilho da nossa vida e do nosso viver, do nosso aconchego, porque não é a condição social, nem a posição, nada disso para a gente importa, mas sim o respeito e a cumplicidade que temos um com o outro. Temos problemas, sim, porque ninguém vive sem problemas, mas isso faz parte da vida e do dia a dia de qualquer casal. O bom é a gente saber administrá-los, e em cada momento me sinto renovada com a força da fé e do Espírito Santo, porque os problemas a gente vai administrando e tirando de letra”, garantiu.
Eles confirmam que irão celebrar o Dia dos Namorados, como em todos os anos, com Dimas tocando a sua sanfona, como tradicionalmente faz nas festas de família. “Aqui em casa tudo é festa. E Dimas como toca instrumentos, a gente sempre está comemorando e celebrando a vida, com ele tocando a sanfona.”
Sobre as diferenças, Pró Ziga conta que o marido costuma ser mais agitado e ansioso quando algo precisa ser resolvido. Já ela consegue ser mais equilibrada e paciente para tomar decisões.
“Ele é todo agitadinho nas decisões e eu sou passiva, orientadora. Ele fica desestabilizado, querendo resolver tudo de uma vez, e eu sou mais do equilíbrio, de estar chamando para resolver uma coisa de cada vez, mas a gente vai respeitando as diferenças e convivendo. Mas, acho que o amor é incondicional. Por isso amem quem vocês têm ao seu lado, valorizem enquanto está vivo, porque talvez se você vier a se arrepender pode ser tarde demais”, aconselhou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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