Assim como no Brasil, em Portugal, junho é o mês dos Santos Populares: Santo Antônio, São João e São Pedro, santos católicos celebrados com festas e arraiais por todo o país nas noites dos dias 13, 24 e 29, respectivamente.
Se hoje as festas fazem parte das tradições cristãs, elas se originaram em regiões de tradições pagãs para comemorar o início do verão: época das colheitas, da fartura e da fertilidade.
Imagine as festas juninas brasileiras misturadas com o Carnaval: as Festas dos Santos Populares em Portugal são assim. São muito animadas e, diferente do Brasil, elas acontecem nas ruas, que se enchem de cor e são decoradas com bandeirolas, fitas e manjericos, conhecido como a “erva dos namorados” porque, segundo uma velha tradição, os rapazes davam pequenos manjericos, em vasos, às namoradas no dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.
É por elas que passam as procissões e as marchas populares, e onde ocorrem os bailes. A música está sempre presente. No menu, os ingredientes essenciais são sardinha assada, bifana (que são bifes de porco), arroz doce, cerveja, vinho e ginjinha(bebida típica feita de cerejas vermelhas fermentadas em aguardente com açúcar, água e canela).
As Festas dos Santos Populares se dão por todo o país, mas o epicentro, sem dúvida, está em Lisboa, com o Porto em segundo lugar: Santo Antônio em Lisboa, São João no Porto e São Pedro na Póvoa de Varzim ou Sintra. Em Lisboa, a tradição são as marchas populares e os casamentos na Igreja de Santo Antônio, sem faltar a sardinha no pão e o cheiro a manjericão. Nos largos e vielas medievais, come-se caldo verde e sardinha assada, canta-se e dança-se noite dentro.
Outro momento forte é a procissão de Santo António, que no dia 13 sai da sua igreja, situada em Alfama, junto à Sé, no local onde este santo nasceu, por volta de 1193. Em Póvoa de Varzim, Sintra e em vários outros concelhos festeja-se São Pedro, no dia 29, com mais balões, caldo verde e vinho para acompanhar.
A festa de São João no Porto é a comemoração mais esperada do ano. E não é para menos: ela coloca toda a região, localizada ao norte de Portugal, em movimento não só no dia 24 de junho, mas durante todo o mês. Chegam pessoas de várias regiões do país, há muitos eventos acontecendo ao mesmo tempo e tudo fica decorado com bandeirolas coloridas e balões.
Se antigamente os foliões batiam com o alho-poró na cabeça dos companheiros, hoje usam martelinhos de plástico; por outro lado, além dos exuberantes fogos-de-artifício que são lançados à meia-noite em pleno rio Douro, também se lançam balões de ar quente multicores, numa das mais bonitas celebrações destes festejos populares. A noite acaba para muitos junto à praia, para ver nascer o sol ou para um banho matinal, como manda a tradição.
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