Utilizado como Unidade Experimental há duas décadas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o Horto Florestal, situado na Avenida Presidente Dutra, tem sido alvo de diversas reclamações sobre o estado de abandono da área onde está instalado.
Ouvintes e internautas questionam ainda quais serviços são realizados no local para a pesquisa de estudantes da instituição de ensino superior.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a professora dos cursos de Agronomia e Biologia Marilza Neves do Nascimento Ribeiro, coordenadora do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do Horto Florestal da Uefs e do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos e Vegetais, informou que a unidade funciona em uma área por meio de uma cessão de doação pelo estado, porém uma parte do terreno foi cedida ao Tribunal de Justiça.
Ela ressaltou que no local funcionam laboratórios dos programas de pós-graduação da Uefs, com atividades para diversos cursos e estágios.
“Essa licença, pelo que eu tenho conhecimento, foi uma cessão de doação pelo estado para a Uefs e lá começou a montagem de vários laboratórios, o programa de pós-graduação, que a maior parte dos alunos atua e iniciou em 2007, e hoje tem mestrado e doutorado. Em torno de 80% destes alunos executam atividades lá, além de alunos de Botânica e Farmácia, que executam suas atividades de suas dissertações e teses”, informou a professora.
Ela pontuou que o Horto Florestal é um local de pesquisa e ensino, que ao longo dos últimos anos teve parte de suas atividades prejudicadas com a construção de prédio do Tribunal de Justiça.
“Hoje temos lá 14 docentes alocados dos cursos de Farmácia, Química, Biologia e principalmente de Agronomia. Até o ano de 2019, tínhamos disciplinas do curso de Agronomia no Horto. No entanto, com a perda da área, com a construção dos prédios do Tribunal de Justiça, nós não tivemos mais condições de manter essas aulas de graduação lá, e os alunos fora alocados para a Uefs. Lá nós temos vários tipos de pesquisas, cinco laboratórios, sendo um deles um laboratório multiuso, com equipamento que vale quase R$ 1 milhão, que foi instalado ano passado, então nós estamos regulamentando para ele se tornar multiusuário, que detecta substâncias de plantas com eficiência farmacológica, e qualquer outro tipo de substância, além de pesquisas com plantas medicinais, frutíferas, forrageiras, um volume muito grande.”
Grande parte do Horto é utilizada para experimentos, e na opinião da professora, o abandono se dá em função da estrutura precária dos prédios e dos muros.
“Estamos sempre requisitando junto à reitoria a melhoria. No entanto, não temos a cessão do uso definitivo, e a Uefs tem um percalço para que consiga fazer uma reestruturação no prédio, muro e portão. Foi colocada outra placa, fizeram a reestruturação do estacionamento lá dentro, que não tínhamos, então é mais a questão burocrática, e por isso a Uefs não consegue dar o suporte e conseguir recursos para um local que não é totalmente da universidade. O acordo que tivemos é que cederíamos para o Tribunal de Justiça parte da área, e eles nos dariam a cessão definitiva para a Uefs, para que aí sim ela possa fazer todo o processo de reestruturação.”
Ainda conforme a coordenadora do laboratório do Horto, algumas ações e projetos deverão ser implementados no local, para mostrar à comunidade as atividades que são realizadas, bem como a importância do Horto Florestal da Uefs.
“Anos atrás, sei que havia projetos de extensão que recebiam escolas e hoje pensamos na possibilidade de fazer dia de portas abertas no Horto para mostrar o que é feito. Nós aprovamos junto com a Uesc um projeto para a agricultura familiar, então estamos avançando para conseguirmos dar esse suporte aos agricultores, estamos com esta proposta para este ano. E para os próximos anos, queremos mostrar o que é feito dentro da unidade do Horto Florestal”, informou a professora.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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