Nesta quinta-feira (25) celebramos o Dia do Trabalhador Rural. Uma data que busca reconhecer e valorizar a importante contribuição dos trabalhadores rurais na produção de alimentos de qualidade que abastecem tanto as áreas rurais quanto as urbanas.
O trabalho no campo é essencial para garantir a segurança alimentar, suprindo as necessidades básicas de alimentação da população. Além disso, a agricultura desempenha um papel fundamental na economia, sendo responsável por gerar empregos e apoiar o desenvolvimento regional
No entanto, as atividades no campo vão além da produção de alimentos. Os trabalhadores rurais são responsáveis pela preservação dos recursos naturais, pela conservação da biodiversidade e pela proteção dos ecossistemas. Eles enfrentam desafios diários, como mudanças climáticas, instabilidade de preços e acesso limitado a recursos, mas persistem em sua missão de garantir o abastecimento e a sustentabilidade.
Ao Acorda Cidade, a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar (STR) de Feira de Santana, Terezinha de Jesus Almeida, informou que são mais de 24 mil trabalhadores filiados ao sindicato e aproximadamente 5 mil trabalhadores na ativa.
“Sem essa categoria dos produtores rurais não se consegue produzir alimento de qualidade para sustentar a zona rural e a zona urbana. O sindicato oferece as orientações e o instrumento para organização e fortalecimento dos trabalhadores rurais”, disse.
Um dos desafios enfrentados pela agricultura familiar é o incentivo para que os jovens permaneçam no campo. “O incentivo deveria vir do município e do Estado para que o jovem não estude apenas para sair do campo, mas também para aplicar o que ele estudou dentro do próprio campo”, destacou.
É possível observarmos como é evidente a paixão e o orgulho que muitos trabalhadores têm pela atividade agrícola. Francisco Borges da Silva, morador do povoado de Pau Seco, localizado no distrito de Humildes, relatou que, apesar da desvalorização da atividade, é gratificante viver e trabalhar na roça. Além disso, ele Francisco ressaltou a importância das chuvas para aumentar a expectativa de uma maior produção.
“O importante é que Deus está mandando chuva, e isso aumenta a expectativa de mais produção. Tenho orgulho de viver na roça. É muito bom graças a Deus, moro com minha esposa e mais três filhos. Faço minha horinha na roça. Já plantei amendoim, milho e feijão. Para o São João já dá para tirar amendoim, o milho vai atrasar um pouquinho”, descreveu.
Outra trabalhadora rural, Ana Maria Araújo, contou ao Acorda Cidade que desde criança vive e trabalha na roça. Ela planta feijão, milho, abóbora e batata, e quando as condições estão boas leva seus produtos para vender na cidade.
“Vivo da roça e estávamos esperando que Jesus mandasse bom tempo e está mandando e agora vamos cuidar de plantar. Tem muita gente que já está com o milho embaixo da terra, e de agora em diante já está bom para plantar”.
Segundo Maria, têm agricultores que já estão com o milho crescido. “Eu ainda não plantei, ainda vou arar a terra. Mas daqui para junho já tem milho na região”, compartilhou.
A trabalhadora disse que a vida na roça é uma paixão muito grande que ela possui. “É uma paixão muito boa para a vida da gente. A vida da gente é a roça. Eu tenho orgulho de ser trabalhadora rural, graças a Deus. A agricultura familiar é muito importante para nós que plantamos, é uma profissão que escolhi ser desde pequena”, frisou.
No entanto, Ana Maria também mencionou os desafios enfrentados pelos trabalhadores rurais, como a dificuldade de acesso à terra para o plantio. Ela sinalizou que muitos têm dificuldades em conseguir terras e, quando encontram alguma oportunidade, aproveitam ao máximo.
“Hoje tem muitos que não querem mais dar terra para plantar, às vezes quando encontramos alguém que dá e nós aproveitamos”, expôs.
Além disso, Ana comentou também sobre a resistência de muitos jovens em trabalhar no campo, representando para ela ameaça para a agricultura familiar.
“Hoje muitos de nós temos netos que vão procurar estudar. Eu mesma coloco para estudar, eu tenho os meus netos e quero que eles estudem para ser alguém melhor na vida para não ficar só no campo. E sei também que, infelizmente, tem muita gente que não gosta do campo, o jovem hoje não quer mais pegar em enxada. Isso é uma ameaça à agricultura, e uma hora dessas o campo vai ficar deserto”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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