Nesta sexta-feira (12) é comemorado o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia. A fibromialgia é uma doença crônica, que acomete hoje uma boa parte da população. É uma doença que desencadeia um quadro de dor crônica permanente nos pacientes e que ainda não se sabe, especificamente, o que a causa. Pode estar associada a traumas, depressão e à ansiedade.
Ao Acorda Cidade, a médica reumatologista, Bruna Moreira explicou que a principal característica da fibromialgia é a dor crônica.
“Tem que investigar a quantidade do tempo de dor. Quando o paciente vem reclamando das dores com as características de fibromialgia, o primeiro diagnóstico que abrimos é de dor crônica. Temos os pontos específicos que são os “tender points” que as gente caracteriza a doença dessa forma, mas a dor generalizada vem em todo o corpo, mas temos pontos específicos para a classificação e diagnóstico da doença”, informou.
As principais queixas são dor na cervical, dores no braço, cansaço e sensibilidade no couro cabelo.
“Tem pacientes que não conseguem pentear o cabelo, por conta de muita dor, quando você passa a mão na pele da pessoa ela tende a sentir uma agonia. É uma hipersensibilidade, afeta a vida social, porque devido ao quadro de tanta dor que eles sentem, esses pacientes acabam se reprimindo dentro de casa. Tem muitos pacientes que reclamam que quando vão andar, quando vão para rua, sentem muita dor, mas uma parte do tratamento é eles saírem de casa e terem uma vida social normal”, pontuou.
A prática da atividade física na vida desse paciente é 100% essencial, indicou a médica.
“Entendemos que no início quando vamos começar o tratamento, ao iniciarmos a prática da atividade física, das caminhadas, uma das partes principais do tratamento, eles não querem fazer, porque sentem muita dor. E nas primeiras semanas vão ter muitas dores mesmo, mas depois isso vai melhorando com o passar do tempo”, abordou a médica.
Possíveis causas
A doença pode acometer qualquer idade e não está ligada a hereditariedade.
“Normalmente, a doença vem sendo desencadeada a partir de alguma perda, ou trauma psicológico, algum quadro depressivo, transtorno de ansiedade, então é uma doença que pode acometer qualquer idade, de criança a idoso”, disse.
Diagnóstico e tratamento
Na fibromialgia a dor é sempre generalizada, nunca unilateral.
“Antes mesmo da pessoa ser diagnosticada como fibromialgia, já iniciamos o tratamento para a dor crônica. E o tratamento de dor crônica antes de fechar o diagnóstico da fibromialgia é muito parecido, então a gente trata, porque quando se trata de fibromialgia a gente entra com outros profissionais associados para a gente fazer um tratamento multidisciplinar para fazermos o tratamento do paciente. Se for realmente só dor crônica, nós vamos tratar com um reumatologista e o médico da dor, sendo diagnosticado como fibromialgia nós vamos entrar com psicólogo, psiquiatra, o médico da dor e o reumatologista. É um trabalho multidisciplinar para a melhora desse paciente”, relatou.
Prevenção
Como ainda não se sabe como surgiu essa doença, ainda não existem métodos preventivos.
“Nós não temos cientificamente comprovado, em nenhum artigo, em nenhum estudo, métodos preventivos, mas como a maioria dos casos vemos que têm se desenvolvido por traumas ou por transtornos de ansiedade, não temos como prevenir, porque a gente não tem como prevenir um trauma psicológico de uma perda familiar, de algum problema familiar, então dessa forma não temos como prevenir, mas isso não significa que a doença não tem cura. Eu tenho pacientes que eu estava acompanhando em Salvador e conseguimos dar alta para esses pacientes da fibromialgia, estão de alta há mais de um ano, não tomam nenhuma medicação, só realizam a prática da atividade física e já chegaram a tomar quatro a cinco tipos de medicações. Conseguimos ter um resultado muito bom, mas precisamos que o paciente da fibro não se autoentregue, e não ache que não consegue fazer nada. Ele tem que levantar da cama, tem que tentar enfrentar a doença e juntos vamos ajudar a enfrentar e ajudá-lo a entender a doença”.
Apoio da família
A médica destacou que os familiares precisam entender a doença, pois todo apoio é importante.
“Um alerta para a população e para a família dos pacientes com fibromialgia é que não achem que é simplesmente uma dor, ou que esses pacientes estão fingindo ou forjando a dor. Esses são relatos que escutamos muito dos pacientes, eles choram por a família não entender. Por isso, precisamos de um apoio multidisciplinar e o apoio da família também é a base”, concluiu Bruna Moreira.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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