Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica infectologista Melissa Falcão explicou as características desta nova variante, e afirmou que a mesma já pode estar circulando pelo município.
“É uma variante que vem da Ômicron, então é uma modificação que acabou gerando uma nova variante e foi classificada pela Organização Mundial da Saúde como variante de interesse. Existem as variantes de interesse e as variantes de preocupação, as de preocupação são as que causam repercussão no serviço de saúde, aumento do número de mortes, e as variantes de interesses são para serem monitorados mas que não tem ligação com aumento de gravidade. Essa variante já foi detectada na Bahia, em São Paulo e já deve estar circulando em Feira de Santana, embora ainda não tenha sido detectada, mas é questão de tempo para que isso possa ocorrer”, afirmou.
De acordo com a infectologista, esta nova variante causa sintomas de conjuntivite.
“O que tem se verificado na Índia, onde ela chegou com maior intensidade, é um aumento dos casos de conjuntivite principalmente em crianças, mas não tem sido percebido o aumento de gravidade nem de mortes nas pessoas acometidas. Mesmo quem já é vacinado, quem já teve covid prévia, pode pegar esta variante porque como tem muitas mutações, o corpo às vezes não reconhece como um vírus que já há uma imunidade e pode ter manifestações clínicas, então mesmo as pessoas vacinadas podem adquirir, mas assim como as outras variantes, com o quadro mais leve sem gravidade”, informou a médica ao Acorda Cidade.
Para Melissa Falcão, não há necessidade de tensão neste momento, e afirmou que as pessoas precisam aprender a conviver com a Covid-19.
“O surgimento de qualquer variante vem com as mutações na medida que há a multiplicação. Os vírus vão passando de uma pessoa para outra, vão se multiplicando e em cada multiplicação dessa, pode haver alterações no seu material genético de uma forma com mutações. Não é uma grande preocupação esta variante, eu acho que não está mais no momento de ficarmos tão tensos. O Covid veio para ficar, vamos aprender a conviver com ele e outras variantes que vão surgir ao longo do tempo, mas não há porque ter tanto medo a cada variante que apareça”, ressaltou.
Na última sexta-feira (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a covid-19 não configura mais emergência em saúde pública de importância internacional.
A médica infectologista chamou a atenção para alertar que não foi o fim da pandemia, como muitas pessoas estão achando.
“O fim da emergência em saúde pública quer dizer que a Covid não tem causado mais tanta repercussão no mundo, tantas mortes como estava causando, a ponto de ser mantida esta emergência, mas não foi decretado o fim da pandemia. Os casos continuam acontecendo no mundo inteiro, continua a necessidade da vacinação e dos cuidados relacionados à proliferação deste vírus. O álcool em gel é uma medida de higiene que deve ser mantida continuamente, independente de Covid ou de não ter Covid circulando. Com relação ao uso da máscara, vai depender muito da imunidade da pessoa, as pessoas que estão com imunidade normal em ambientes abertos que não estão próximos de pessoas com quadro respiratórios, podem ficar sem utilizar sua máscara, mas aquelas pessoas que possuem o risco maior de adoecer, aquelas pessoas que estão em quimioterapia, aquelas pessoas que estão com algum grau de baixa imunidade, vale a pena continuar se precavendo”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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