Dia Internacional da Mulher

Mulheres de Feira de Santana falam das dificuldades e avanços ao longo dos anos

Feirenses 'arretadas' de diversos segmentos estiveram no Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira, para falar sobre carreira e a luta pela igualdade de gêneros no Brasil.

Roberta Costa

Nesta quinta-feira (8), é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Data que representa um marco na luta das mulheres por seus direitos. Nesse mesmo dia, no ano de 1857, 130 tecelãs morreram em uma fábrica em Nova York, após fazerem uma manifestação, em que pediam redução na carga horária de trabalho e equiparação de salários com os homens

Por esse motivo, na maioria dos países, a data é lembrada com a realização de debates, conferências e reuniões, que visam discutir o papel da mulher na sociedade atual
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou: “As mulheres estão tomando conta de tudo”. E é verdade. Hoje elas ocupam cargos no governo, nas escolas, nos hospitais, na polícia. Feirenses “arretadas” de diversos segmentos estiveram no Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira, para falar sobre carreira e a luta pela igualdade de gêneros no Brasil.
 
IVANNIDE SANTA BÁRBARA – Representante do Movimento Negro e do Movimento da Organização das Mulheres em Defesa da Cidadania, ela disse que, desde 1857, “só ontem conseguimos aprovar um Projeto de Lei que equipara o salário dos homens e das mulheres. Temos que ter uma igualdade do olhar para a mulher, independente de cor. O preconceito existe, principalmente em relação as mulheres negras.” Ivannide acredita que, com a criação de uma Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, esse cenário pode ser modificado. 
 
CONCEICÃO BORGES – Grande nome na luta pela mulher do campo, Conceição Borges, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, afirmou que a luta da mulher para garantir seus direitos acontece durante o ano inteiro. “Nós, trabalhadoras do campo, usamos o dia de hoje para agradecer o fato de sermos mulheres livres e emancipadas. Claro que a luta continua, mas já conseguimos muitos avanços”. 
 
SARGENTA HELOÍZA – E o que falar de uma mulher na Polícia Militar? Elas estão entrando para as corporações, ocupando cargos antes apenas masculinos. “No início eu tinha preconceito, entrei na PM por questões financeiras, para garantir estabilidade. Mas, hoje eu realmente acredito na missão da polícia. Claro que a gente enfrenta problemas, mas, me sinto orgulhosa de pertencer a corporação. Nunca sofri preconceito, pelo contrário, os homens nos protegem. Acho que por ser mulher, o lado protetor deles aflora”. 
 
TENENTE BÁRBARA – “Ingressei no Colégio da Polícia Militar e foi através dele que tive o primeiro contato com uma corporação. Tenho 6 anos de formada. Já trabalhei na rua, mas agora estou cumprindo tarefas administrativas. No começo você sente um pouco de preconceito dos colegas e da própria comunidade, mas com o tempo, isso passa”. 
 
ANA RITA COSTA – Presidente da ONG Coletivo de Mulheres, Ana Rita Costa, pede uma unidade nos serviços prestados a mulher em Feira de Santana. “Nós possuímos uma rede fragmentada, não temos o encaminhamento devido dos atendimentos. Se uma mulher chega no hospital vítima de agressão, ela não é encaminhada para a Delegacia da Mulher, por exemplo. E é importante lembrar que agressão não é só bater. É maltratar, agir com negligência, usar filhos e documentos para que a parceira continue dentro de casa”. 
 
GRAÇA PIMENTA – A deputada estadual Graça Pimenta, falou da força da mulher na política. “Lutamos muito e hoje estamos na Assembleia Legislativa da Bahia, com a maior bancada feminina da história. Somos 11 deputadas, lutando diariamente pelo povo baiano.”
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