Roberta Costa
ENTREVISTA
Coronel esclarece mandado de prisão contra o Sargento Joel
Na manhã desta terça-feira (6), o Coronel Hélio Gondim, esteve no Acorda Cidade para falar sobre a polêmica envolvendo o mandado de prisão contra o vereador Sargento Joel. Ele falou também da criminalidade em Feira de Santana e da greve da Polícia Militar que aconteceu em fevereiro.
Na manhã desta terça-feira (6), o Coronel Hélio Gondim, esteve no Acorda Cidade para falar sobre a polêmica envolvendo o mandado de prisão contra o vereador Sargento Joel. Segundo Gondim, a prisão é do Sargento Joel e não do vereador. O Coronel falou também da criminalidade em Feira de Santana e da greve da Polícia Militar que aconteceu em fevereiro.
Coronel Gondim: Em primeiro lugar, quero falar que na semana passada eu tive o prazer de receber 13 vereadores para esclarecer a situação do vereador e também Sargento, Joel. Fiquei feliz com a visita deles, que no meu entendimento, devem cuidar do bem estar e da tranquilidade da sociedade, pois são representantes do povo. Na ocasião, eu mostrei um documento do Poder Judiciário do Estado da Bahia, Vara de Auditória Militar, que decreta a prisão preventiva de Joel. Repito que a prisão não é do vereador, mas do Sargento da reserva remunerada, Joel.
AC: O vereador Ewerton Carneiro, conhecido como Tom, afirmou ontem (5), na Câmara Municipal, que não foi o Ministério Público Militar que pediu a prisão de Joel. Isso é verdade?
CG: O vereador Tom, na condição de Policial Militar, sabe que, se eu estou com o mandado de prisão na mão, devo cumpri-lo. Quem pode falar sobre o mandado é o Ministério Público e o Poder Judiciário. O mandado foi expedido pelo Dr. Roberto Santos Oliveira, Magistrado da Auditoria Militar. Somente ele, enquanto Poder Judiciário pode falar alguma coisa. A mim, compete apenas, cumprir o mandado contra Joel e vários outros que, no entendimento do juízo militar, cometeram ilícitos penais militar. Mas, não me compete falar quais foram.
AC: Por que o Senhor não pode falar?
CG: Eu não sou a autoridade designada para representar esse caso. Tenho que ser tranquilo e coerente, pois tenho responsabilidade com o cargo que ocupo.
AC: O Senhor acha que estão transformando o Sargento Joel em mocinho e o Senhor em bandido?
CG: Não. Digo e repito que não é de cautela falar sobre esse assunto, não é prudente que eu me manifeste por algo que eu não escrevi. Nesse momento eu não gostaria de transformar o citado policial em mocinho e nem em bandido, pois todo indivíduo é considerado inocente até que se prove o contrário. Eu não entendo é que alguém em sã consciência agrida bens públicos, corte pneus, e tire o direito de ir e vir do cidadão. O certo é que alguém negou esse direito ao cidadão, e uma vez com o comportamento indevido, a prisão é decretada. É bom que se separe o joio do trigo, o óleo da água. O que é veemente coloquei em pauta, é que respeito o estado democrático, porque a ninguém é dado o direito de acusar levianamente quem quer que seja. Não é justo. A mim compete prendê-lo se encontrá-lo em qualquer lugar. Como compete a qualquer outro policial, pois todos são iguais perante a lei.
AC: Como estão as buscas?
CG: Estamos fazendo investigações e buscas, mas ainda não sabemos o paradeiro dele. Até agora, três policiais já foram presos em Feira de Santana. É claro que não queríamos que eles fossem presos, pois são colegas de trabalho. Mas, o estado democrático nos compete direitos e deveres. Quando ferimos algum princípio legal, temos que arcar com as responsabilidades.
AC: Coronel Gondim, como o Senhor encarou a greve da Polícia Militar?
CG: Pelo princípio básico da Constituição, o Militar não pode fazer greve. Por razão de valores e convicção, abraçadas há 41 anos, eu não faço greve. Para defender os nossos direitos existem as associações. Não foram poucos os momentos de dificuldades. Mas, se eu morrer hoje, morro feliz com minha profissão.
AC: Até o momento, foram registrados mais de 100 assassinatos em Feira de Santana, no ano de 2012. Como o senhor vê essa realidade?
CG: O crescimento gera também problemas. Feira de Santana é uma cidade entroncamento, vem gente de todo tipo para cá. A criminalidade deve ser vista por um aspecto sociológico e antropológico, pois o problema não é apenas segurança pública. A segurança é direito e responsabilidade de todos.
AC: Durante a greve, o Senhor foi criticado porque, em alguns momentos, agia como se não estivesse acontecendo nada na cidade. Como reagiu a essas críticas?
CG: Meu trabalho exige muita responsabilidade. Eu primo pela verdade e, em nenhum momento, esqueci meus valores. Não neguei o meu compromisso com a sociedade. Eu não tinha o direito de dizer que tinha x, y e z policiais que não estavam trabalhando, mas de dizer quem estava trabalhando. Unimos esforços para reestabelecer a paz na cidade e defender a sociedade.
AC: O Senhor acredita que a violência em Feira de Santana no período da greve foi reflexo do movimento?
CG: Absolutamente. A violência que temos visto nas cidades é reflexo, principalmente, das drogas.
AC: Coronel, o salário dos policiais é justo?
CG: Se eu perguntasse a você se está feliz com o salário, você responderia que sim? Não. Qualquer cidadão sabe que nossas necessidades são ilimitadas e os recursos são limitados. Como qualquer cidadão, eu também gostaria de ganhar mais.
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