Terceirizados da saúde fazem apitaço em frente à prefeitura de Feira contra atrasos nos salários

Profissionais terceirizados da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana, contratados pela empresa Imaps, realizam uma manifestação com apitaço, na manhã desta sexta-feira (28), em frente à sede da prefeitura, na Avenida Getúlio Vargas.

Trabalhadores, como técnicos de enfermagem, enfermeiros, dentistas, médicos, entre outros funcionários, protestam contra os constantes atrasos nos pagamentos dos salários pela empresa Imaps, que alega não receber os repasses do governo municipal.

Com faixas e cartazes, os manifestantes interditaram parte da via em frente ao paço municipal, e com isso o trânsito de veículos em algumas ruas do centro comercial ficou congestionado.

Uma das representantes do Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (Seeb), Cristiane Gusmão, informou, em entrevista ao Acorda Cidade, que boa parte dos trabalhadores está há mais de um mês sem receber os salários e alguns estão com três meses sem os pagamentos.

“Alguns têm três meses, outros têm dois, mas a maioria tem um mês com o salário atrasado. Todo mês eles atrasam. E o pessoal está sem receber as férias, isso já tem mais de um ano”, afirmou.

Cristiane Gusmão acrescentou que ontem (27) o sindicato se reuniu com o Ministério Público do Trabalho (MPT), onde foi negociado o pagamento do salário de março no início do mês de maio.

“Fica a pergunta: e abril, que deveria ter sido pago até o quinto dia útil? Não sabemos ainda. Estamos na luta, e temos outra audiência no MPT dia 18, e se não pagarem vamos cobrar também o mês de abril. Essa é uma luta de todo mês, não existe um mês tranquilo para os trabalhadores”, pontuou.

Ela destacou ainda que a prefeitura participou da reunião no MPT, junto com o sindicato, e ficou esclarecido que os atrasos são provenientes também do município.

“Disseram que esse atraso agora foi de acordo com a liberação do Orçamento Municipal. Segundo eles, por isso que atrasou março. Mas isso já deveria ter sido previsto. Quando se faz um orçamento para um ano não se pode esquecer da dívida a ser paga. Eu acho que tem que haver respeito pelos trabalhadores, que estão passando dificuldades, estão sem receber também o auxílio alimentação, o vale-transporte, salários, é difícil ir trabalhar sem receber, e ainda ter que ir, senão é demitido. Aqui tem muito essa questão de assédio. É um trabalho árduo e sem remuneração. A saúde está sendo totalmente prejudicada. Como você trabalha bem sem saber como vai dar comida para o seu filho?”, questionou a sindicalista.