Liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros Urbanos, Intermunicipal Interestadual de Feira de Santana (Sintrafs), os trabalhadores da empresa de ônibus Rosa paralisaram as atividades, por algumas horas, na tarde desta segunda-feira (17). Por conta do protesto, os portões do Transbordo Central foram fechados, e os veículos da São João também pararam de circular. Os rodoviários retornaram às atividades por volta das 18h.
A dona de casa Solange Silva relatou em entrevista ao Acorda Cidade que os usuários do transporte já estavam há quase 1 hora aguardando no terminal. “Estamos há 1 hora aqui no transbordo esperando. Estou indo para o Campo do Gado Novo”, afirmou.
Outra usuária chegou ao transbordo às 16h30, após sair do trabalho e foi pega de surpresa com a paralisação do transporte. “Acordo 4h da manhã para pegar ônibus e está dessa forma. Não esperava essa paralisação, minha programação acabou e meu bebê me espera em casa”, contou.
Outra usuária do transporte Cida Neco, estava a caminho da Pampalona, quando ocorreu a paralisação. “Estou indo para a Pampalona, já tenho 1 hora. Estamos dependendo dos ônibus, o prefeito tem que pagar as empresas.”
O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, em Feira de Santana, José de Souza afirmou que há muito tempo os trabalhadores vêm sofrendo com as empresas Rosa e São João.
“Existe uma briga entre a prefeitura e os empresários, mas os trabalhadores é que estão sendo responsabilizados, porque estamos recebendo salários atrasados, nosso vale-alimentação não pagou ainda, FGTS atrasado, INSS atrasado, então chega uma hora que os trabalhadores não aguentam e estamos fazendo esse protesto.”
Segundo ele, estão atrasados neste momento o vale-alimentação, o FGTS e o INSS.
“Dia 20 já tem pagamento para ser feito novamente. A Micareta está aí, e o ticket era para ser pago desde o dia 1º. O FGTS já tem 16 meses que não recolhe. Vai esperar acontecer o que aconteceu com a Princesinha e a 18 de Setembro? Então não vamos pagar pra ver, já erramos uma vez e agora a gente tem que parar para resolver. As duas empresas têm problemas. A São João atrasa pagamento também, que segundo eles têm que trazer dinheiro de fora para colocar. Então a gente não quer saber dessa briga, não estamos pedindo nada a ninguém, só queremos receber aquilo que nós temos direito”, destacou o sindicalista.
José de Souza afirmou que o protesto de hoje é um alerta, e se dia 20 o pagamento do vale não for feito, os rodoviários não irão trabalhar.
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“Esse é um protesto para ver se alguém nos escuta e senta com o sindicato, os trabalhadores e as empresas para resolver, porque não dá para ficar dessa forma. Feira de Santana é uma cidade grande e tem que pensar no transporte público, que é quem conduz as pessoas. Isso aqui não é para acontecer, pois é ruim para todo mundo. Estamos alertando desde agora, chamando as autoridades, presidentes de associações, para nos ajudarem neste momento, porque o momento é muito difícil que estamos passando. Se não pagarem no dia 20, os trabalhadores não vão trabalhar sem receber.”
Ele declarou ainda que caso a situação não se resolva passado o período da Micareta, os rodoviários deverão parar por tempo indeterminado.
“A empresa Rosa fala que não tem dinheiro e fica jogando a culpa para a prefeitura, mas isso não é problema nosso. Deve ter algum acordo que a prefeitura repassa para as empresas. Estamos preocupados pois são 16 meses sem FGTS. Vamos sentar para resolver. Precisamos depois dessa paralisação publicar o edital e fazer uma greve por tempo indeterminado e só vamos voltar depois que resolverem o problema da gente.”
Ainda de acordo com José de Souza, as empresas atuam em conjunto e quando uma para a outra para também.
“Não tem jeito de uma rodar e outra ficar parada, porque aqui é um alimentador. E a São João também não anda certa, está atrasando pagamento também. Agora está em dias, mas tem vários meses que eles atrasaram também. Mas o sistema hoje é um conjunto e se para uma a outra para também”.
O Acorda Cidade está em busca de um esclarecimento das empresas sobre a situação.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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