O Secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Ângelo Almeida, fez uma avaliação nesta segunda-feira (17), da visita da comitiva do governador Jerônimo Rodrigues à China e destacou que o estado tem potencial para se tornar líder mundial na produção de hidrogênio e amônia verdes, transformando a cadeia econômica produtiva, em meio ao avanço das mudanças climáticas.
“Com a necessidade dos países e estados trabalharem essa questão das mudanças climáticas, a Bahia passou a ser a bola da vez, porque a economia verde e o hidrogênio verde estão se dando no estado em uma velocidade muito grande. Isso não é à toa, e está acontecendo de uma forma muito natural a procura da Bahia por investimentos nestes seguimentos. Essa viagem foi para consolidar essa questão, para estarmos preparados e organizando uma forte frente no avanço tecnológico e no posicionamento do estado como uma forte potência energética para o Brasil e o mundo”, afirmou o secretário, em entrevista ao Acorda Cidade.
Ele destacou que Camaçari possui atualmente o maior parque químico da América Latina, que é o Polo Petroquimíco, fundado há 44 anos, que recebe toda a produção de energia limpa gerada através da energia solar e eólica produzida no estado e redireciona o excedente.
“Um detalhe é que temos o polo petroquímico, que é o maior parque químico da América Latina, que existe há 44 anos. Temos uma tempestade perfeita para que a Bahia se torne líder mundial na produção de hidrogênio verde e amônia verde. Daí, toda a cadeia produtiva da economia verde surge, com o fertilizante verde, o aço verde, a proteína verde, isso para o mundo está muito importante. (…) Saímos daqui muito animados e convencidos de que a Bahia é um estado que está apto e pronto, ao longo dos anos, a partir do governo Wagner com a iniciativa da energia eólica, e depois com Rui, que acertadamente investiu e promoveu um ambiente de negócios favoráveis à energia solar, passamos a ser líderes na América Latina, na geração de energia solar e eólica, com uma vantagem que toda a nossa linha de produção vem sendo direcionada para o polo petroquímico de Camaçari, e do polo o excedente abastece todo o estado e depois vai para São Paulo”, informou.
O secretário Ângelo Almeida frisou que a missão da Bahia à China promoveu bons frutos e assumiu um grande protagonismo na visita às empresas chinesas.
“Foi uma experiência extraordinária. A gente volta dessa missão do governo da Bahia, liderada por Jerônimo Rodrigues, carregados de muita esperança. Há uma mudança de paradigma, pois o mundo está balançando e hoje nas grandes empresas, estatais ou não, e nas políticas de governo em todas essas plataformas, a mudança climática está sentando na cabeceira das mesas de reuniões. O que pudemos ver lá é que a China fez uma revolução industrial limpa, desfossilizando o ambiente e fomos beber dessa experiência, mas sobretudo trocar opiniões. Reconhecendo aqui o trabalho que o governador Jerônimo desenvolveu lá, acabamos dando uma sorte grande porque estava prevista uma agenda do presidente Lula anterior à nossa, em uma missão de três dias na China, e quando houve a mudança por conta do problema de saúde que Lula teve, a nossa tarefa assumiu um protagonismo grande, durante quase 12 dias de muito trabalho, muitas atividades e reuniões. E eu diria que o governador deu um show de muita humildade e capacidade de ser acolhido pelo governo Chinês, e de oito empresas onde estivemos, só duas não eram estatais, que foram a BYD e outra. Mas todas as outras foram estatais, tratando de assuntos de grandes interesses da Bahia”, salientou.
Instalação da BYD na Bahia
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, esclareceu ainda que a empresa chinesa de carros elétricos BYD continua avançando nas negociações para se instalar na Bahia.
“A princípio nós fomos visitar e está bem avançado, inclusive ontem um CEO da empresa declarou no ‘Fantástico’ a possibilidade de vir para o Brasil, e é na Bahia. É impressionante o que eles conseguiram fazer na desfossilização, e a BYD vem há cerca de dois anos trabalhando a possibilidade de aproveitar a planta da Ford.”
Segundo o secretário, o que cabe ao governo do estado nesta negociação é gerar um ambiente favorável para que a empresa venha para a Bahia.
“A BYD é uma empresa privada que trata com outra empresa privada, que é a Ford, americana, e eles estão negociando o terreno. Caso não haja um entendimento, existem duas opções: ou o governo do estado desapropria a Ford e entrega para a BYD, ou negocia a possibilidade de outro terreno, e aí eu penso que Feira tem mão de obra, trabalhador, estrutura, universidade, ambiente favorável para negócios. E tanto eu quanto o governador Jerônimo estamos atentos a todas as possibilidades. Estamos conversando com empresas fabricantes de aero geradores, como a Gold Wind é a maior fabricante e líder global em aerogeradores, e outra que já está definida que vai para Camaçari. A Gold Wind está prospectando e pode definir por Feira de Santana.”
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