Uma festa de aniversário terminou em tragédia na madrugada dee domingo (12) no município de Queimadas, 147km de João Pessoa. A Central de Operações da Polícia Militar (Copom), informou que o caso aconteceu por volta da meia-noite (horário local), quando os criminosos entraram no local pelo portão da frente e trancaram os donos da casa no banheiro, os homens em um quarto e as mulheres em outro.
Os reféns foram amarrados com lacres do tipo “enforca-gato” e algumas mulheres ainda foram abusadas sexualmente pelos suspeitos.Os homens fugiram no carro de um dos convidados da festa, um Fiat Strada, levando R$ 5 mil em dinheiro e duas reféns, segundo a Copom. Uma delas, de 29 anos, foi assassinada em frente à igreja do Centro de Queimadas, atingida por quatro tiros, sendo dois na cabeça. Ela ainda foi levada ao Hospital de Queimadas, mas não resistiu aos ferimentos.
A segunda vítima, de 27 anos, foi encontrada na estrada que liga Queimadas a Fagundes dentro do carro usado na fuga dos criminosos. Ela foi atingida por três disparos e foi encontrada com uma meia dentro da boca e hematomas pelo corpo.
Crime planejado – A delegada Cassandra Duarte afirmou durante entrevista coletiva ontem (13), que os estupros das cinco mulheres e a morte de duas delas, foram crimes planejados. Ela explicou como teriam agido os irmãos suspeitos de premeditar todo o crime. Eles eram amigos das vítimas e foram presos no domingo à noite, quando acompanhavam o cortejo dos caixões delas para o cemitério.
No total, dez pessoas estão detidas, sendo três adolescentes. Conforme da Polícia Civil, cinco mulheres chegaram a ser violentadas sexualmente, das quais duas acabaram morrendo por terem conseguido identificar os agressores. Isabela Pajussara Frazão Monteiro, seria ex-cunhada de um dos suspeitos. Segundo Cassandra, o crime foi arquitetado no sábado, quando os dois organizadores da festa convidaram uma das vítimas para o evento e se dirigiram a um mercado para comprar cordas e lacres do tipo 'enforca-gato', com o objetivo de amarrar as mulheres e forçar relações sexuais. A Polícia Civil investiga se os estupros teriam sido planejados como presente de aniversário para um dos irmãos.
A delegada ainda explicou que Michele e Isabela eram amigas dos irmãos que organizaram a festa. “Michele inicialmente não era o alvo. Na verdade, eles queriam ter relações sexuais com Isabela e a irmã dela. Isabela foi a primeira a chegar na festa e de lá ficou ligando para a irmã e a amiga, Michele, que estavam na igreja”, informou Cassandra. Ainda segundo a delegada, quando chegaram à casa as amigas foram amordaças, tiveram os braços amarrados e os olhos vendados. “Elas foram assassinadas porque, durante o ato sexual, Isabela se debateu muito e conseguiu identificar o ex-cunhado dela como um dos estupradores. Ela pediu por socorro, disse que estava vendo que o agressor era o amigo dela e acabou 'selando' sua morte”, declarou a investigadora.
Com base nos depoimentos dos presos, a delegada disse acreditar que todos os homens presentes na festa iriam violentar as mulheres. Nos corpos das mulheres foram encontrados sêmen e resíduos de pele nas unhas. A Polícia Civil vai solicitar a colheita de material genético de todos os presos para exames de DNA. No entanto, a delegada diz ter certeza de que pelo menos três deles chegaram a ter relações sexuais com as vítimas.
"É uma violência gratuita. Aqui não tem dívida, não tem droga, não tem relação de roubo, nem assalto. Apenas eles queriam elas duas, mas como elas os reconheceram acabaram sendo mortas", disse Cassandra Duarte.
Com relação ao assalto que chegou a ser denunciado à Polícia Militar pelos irmãos, as testemunhas do caso declararam em depoimento que não passaram de uma simulação para que as mulheres fossem estupradas. As informações são do G1.