Educação

Mães se revoltam com falta de professores em escola no distrito de Maria Quitéria

As crianças estão frequentando as aulas apenas três vezes na semana.

Manifestação de mães de alunos_ Foto Paulo José Acorda Cidade
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Mães de estudantes da Escola Municipal Francisco Martins da Silva, localizada no distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana, se reuniram na manhã desta quarta-feira (5) para expressarem sua indignação com a falta de professores na unidade de ensino, mesmo após o retorno das aulas no dia 29 de março.

Faltam sete professores de 40 horas na escola, e por não conseguirem completar a carga horária, as crianças estão frequentando as aulas apenas três vezes na semana.

Manifestação de mães de alunos_ Foto Paulo José Acorda Cidade
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

A dona de casa Lucivânia Gomes da Silva, moradora do distrito de Maria Quitéria e mãe de estudante, informou em entrevista ao Acorda Cidade que três dias após o retorno do ano letivo, as famílias ficaram sabendo da falta de professores.

“Eles estão fazendo remanejamento com os professores porque estão sobrecarregados e tem um déficit de sete professores na escola. Isso vai trazer muito prejuízo aos nossos filhos, e estamos muito preocupados com essa situação”, lamentou.

Fernanda Janaína, que também é moradora do distrito de Maria Quitéria e tem uma filha na escola, elogiou a reforma da estrutura feita pelo governo municipal, mas disse estar preocupada com a falta de professores.

“A gente ficou feliz com a reforma da escola, ficou bonita, mas infelizmente está faltando o principal, que são os professores para receber os nossos filhos. A gente fica triste com isso, é inadmissível”, criticou.

Manifestação de mães de alunos_ Foto Paulo José Acorda Cidade
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Transporte precário

Outra moradora do distrito reclamou também da falta de mais ônibus para atender a comunidade, o que prejudica também os estudantes.

“O ônibus que vai para o Caldeirão tem muitas crianças pequenas, e elas acordam cedo demais. Quando entra na estrada do Batalhão, que é muito estreita, se vier outro carro não tem como passar. É tão apertado, que o vidro do ônibus bateu em um galho e quebrou. Ele vem com várias crianças e adultos, que não querem dar lugar aos pequenos, e se der uma freada, as crianças caem todas no chão e se machucam. O prefeito tem dinheiro para fazer a Micareta e não tem para colocar mais ônibus e professor”, cobrou a moradora.

A mãe de estudante Marinalva dos Santos também enfatizou a necessidade de mais ônibus no distrito.

“Os ônibus que o prefeito mostrou, dizendo que vinham para a zona rural, cadê que não estamos vendo? Estão da cidade? Ele precisa ver isso. A zona rural só é lembrada no tempo da eleição, que eles vêm atrás de votos. Quando passa, a gente fica esquecido”, disse.

Ana Célia Almeida da Silva é mãe de um estudante com dificuldades de aprendizagem. Ela afirmou que a escola não possui sala de recursos para crianças nessa condição.

“Meu filho tem problemas e dificuldades. Não tem professor, nem sala de recursos para as crianças que têm dificuldade de aprendizagem. Como é que passam de ano uma criança de 6 anos de idade que não sabe nem seu nome. São dois anos estudando sem sala de recursos.”

Manifestação de mães de alunos_ Foto Paulo José Acorda Cidade
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Falta de planejamento

O vereador Ivamberg Lima, que é membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal, também esteve presente à manifestação. Ele destacou que a comissão está recebendo várias denúncias de escolas com problemas neste início de ano letivo.

“Nós fomos convidados a vir para a manifestação como membros da comissão de educação, para vermos a situação. Eu conversei com a direção da escola para saber qual era a situação que estava ocorrendo, e estão faltando sete professores de 40 horas. Se a gente fizer uma conta rápida estão faltando 280 horas aqui, e a escola só está funcionando três dias. Isso deixa a gente preocupado, porque o calendário do município já contempla todos os sábados, e essa carga horária que os alunos vão ficar sem aulas, como é que vão ser repostas se todos os sábados já estão ocupados?”, questionou o vereador.

Segundo Ivamberg Lima, a secretária de Educação, Anaci Paim, informou que já está resolvendo a situação contratando novos professores através de seleção em Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), porém houve a falta de planejamento nesta contratação.

“Se as aulas começaram na semana passada, a secretária já deveria ter feito um planejamento para começar com todos os professores. Se a gente tiver aí uma burocracia de 1 a 2 meses, a carga horária tem que ser legalmente completada e então vamos ter prejuízo. Vamos conversar com a secretária, temos uma reunião marcada para tratar sobre isso. E não é só essa escola, nós recebemos aí denúncias de várias escolas nos distritos e na sede que estão passado por essa situação. Nós da comissão começamos a visitar várias escolas agora para ver os problemas do início do ano letivo, porque todo ano é isso. Começou o ano letivo e os problemas aparecerem”, criticou.

A Secretaria Municipal de Educação informa:

Mais vinte e sete professores passaram a integrar o quadro de profissionais efetivos da Educação Municipal. Os docentes, oriundos do último concurso realizado pela Prefeitura de Feira de Santana, em 2018, foram empossados ontem (3) na Secretaria Municipal de Administração (SEADM).

“Os novos servidores estão sendo encaminhados pela Secretaria Municipal de Educação (SEDUC) para as unidades escolares. São profissionais das áreas de Pedagogia, Língua Portuguesa, Educação Física, Matemática, Ciências e Artes. Além dos professores já empossados, mais vinte e cinco docentes foram convocados nesta terça-feira (4) para comparecer ao Departamento de Gestão de Pessoas (DGPE) da Secretaria de Administração no prazo máximo de 30 dias, contados da data da publicação (saiba mais aqui).

Leia também: Mais de 200 novos professores empossados e convocados para integrar a Educação Municipal

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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Lucas Santos souza

Escola CAIC no Feira 7 também está sem professor. Quando houve a greve dos professores para reivindicar os direitos, a grande maioria foi contra eles. “Agora está tudo certo!” Falta professor, falta merendeira, falta …, mas tá tudo certo.

José Reis

Não se preocupem. Micareta tá aí e tudo ficará bem. Educaçãobe saúde em segundo lugar. Primeiro a micareta e as dezenas de atrações que virão. Até “espaço pet” teremos e, quem sabe, próximo ano um “bloco pet”? O importante é o menos importante. Entenderam? Eu também não.

Feirense atenado

Colbert ODEIA professor!

F.S.A

QUE MILAGRE O POVO DE SÃO JOSÉ REINVINDICANDO????

VAI CHOVER.

O DISTRITO ESTA ENTREGUE AS BARATAS, TRANSPORTE COLETIVO UM CAOS.

AS VANS ALTERNATIVA FAZEM O QUE BEM QUEREM…. 35 PESSOAS DENTRO….

SO VÃO ACORDAR NO DIA QUE ACONTECER UMA TRAGEDIA.

Edvan Santos maia

A camara de vereadores é omissa, não existe limites para as atrocidades dessa gestão, e a camara OPORTUNISTA, ESTÃO VENDO A CIDADE AGONIZAR E SÓ PENSAM EM 2024, MUITO MAIS FÁCIL DERROTAR O GRUPO OPOSITOR COM O DESGASTE DA GESTÃO AO INVÉS DE RETIRA -LA