Natural de Pataíba, distrito da cidade de Água Fria, na Bahia, a jovem Laura, de 17 anos, possui um cisto pilonidal, que é caracterizado pelo surgimento na região do cóccix. A mãe da jovem, Jaiane Araújo contou em entrevista ao Acorda Cidade que o que parecia ser um problema fácil de ser resolvido, com o passar dos dias, foi evoluindo para um caso mais grave.
Quando Laura tinha 12 anos, um colega na escola puxou a sua cadeira e ela caiu batendo o cóccix e as costas. Naquele período, a jovem sentiu dores naturais da situação, mas depois não manifestou nenhum sinal que demonstrasse um problema futuro, conforme abordou a mãe Jayane.
“Ela sentia dores, mas era algo considerado normal. E há quase três anos apareceu um furúnculo na região, ele veio de forma agressiva, grande e saía muita secreção acometendo dores, febre e assim seguimos nessa luta. Trouxe ela para o Hospital São Matheus que foi onde aconteceu o primeiro dreno. O médico quando abriu viu a quantidade de secreção acumulada e disse que realmente seria muito complicado a partir dali ter uma vida normal, porque esse tipo de cisto, como ele acontece através de acúmulo de pelo e o de Laura foi através da queda, já veio de uma forma agressiva, e a gente não acreditou que iriam abrir tantos outros furúnculos”, lamentou a mãe.
Na região do cóccix, Laura está com cinco furúnculos. E atualmente está usando fralda por conta da secreção e fazendo o uso de antibióticos.
“Todos estão saindo secreção e Laura ao longo desse tempo vem vivendo com fralda, antibióticos e drenos”.
A mãe relatou ao Acorda Cidade que os médicos pelos quais a sua filha passou tanto em Feira de Santana quanto em Salvador a informaram que Laura teria que passar por uma cirurgia a laser, menos invasiva, mas com maiores chances do problema voltar e também de Laura não conseguir andar de forma normal. O laser diminuiria apenas o tamanho do cisto que atualmente mede, aproximadamente, 11 centímetros.
Tratamento em São Paulo
Em dezembro de 2022, Laura foi levada para São Paulo pela irmã de Jaiane, a fim de conseguir tratamento do cisto por lá, já que a cirurgia a laser em Feira estava em torno de R$18 mil.
“Laura passou por mais 17 médicos nas cidades Rio Claro, Santa Barbara do Oeste, São Carlos, Itirapina e por fim em Piracicaba, onde o médico informou que a cirurgia a laser já não seria suficiente por conta do tamanho do cisto, e isso iria trazer mais sofrimento para ela. Então voltamos à estaca zero e passamos por mais médicos e especialistas e hoje vão fazer a cirurgia tradicional, que é a remoção de toda carne infectada, para tirar toda raiz que tem e fazer um tipo de enxerto. Lembrando que se ficar qualquer pedacinho eles explicam que o caroço retorna”, descreveu a mãe ao Acorda Cidade.
Impasses da Cirurgia
Atualmente a filha de Jaiane está fazendo tratamento com o uso de medicamentos e está com uma cirurgia para ser realizada por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) em São paulo, no entanto para que o procedimento possa ocorrer os furúnculos precisam estar desinformados.
“Conseguimos a cirurgia pelo Sus. Hoje ela faz tratamento, não temos a data da cirurgia ainda marcada, porque segunda-feira (20), Laura foi ao médico para pegar a data da cirurgia e chegando lá o médico relatou que ela está em um estado mais grave. Todos os buracos que ela tem, estão saindo muita secreção, então o médico não teria como marcar uma cirurgia no estado em que ela está. E no caso dela é muito raro. Ela já faz o uso de medicação com muitos antibióticos para regenerar essa carne, porque a carne dela está infeccionada, muito mole, como o médico explicou”.
Pós-operatório
Os medicamentos que Laura está usando neste momento é a família que está ajudando a custeá-los.
“Agradeço a minha irmã que está lá. Viemos nesse tempo todo fazendo uso de antibióticos e uso de antibióticos exageradamente, porque não tem como parar. Estamos com a família ajudando. Ela está em São Paulo, e o coração de mãe aqui fica apertado. Na segunda-feira, quando ela foi pegar a data da cirurgia, pelo estado que ela se encontrava, o médico disse que ela tinha que passar por um procedimento para colocar drenos. E foi também realizada a biópsia e estamos aguardando o resultado sair. Então foi quando resolvemos criar a vaquinha para o pós-operatório, porque sabemos que não é fácil e também para que eu possa ir e acompanhar a cirurgia e trazer a minha filha de volta”, destacou.
Rotina de Laura
Conforme a mãe, Laura tentava ter uma vida normal, mas sua adolescência sempre foi interrompida.
“Ela tentava ter uma vida normal, mas não ia à festinhas, começou a fazer estágio, não pode dar continuidade, porque afetou bastante e acabou infeccionando. Ela sempre foi muito na dela, e hoje eu sei que muitas vezes foi por conta disso. Só que ela é uma pessoa muito reservada, então às vezes ela poderia não querer expor para mim que não queria sair por conta desse motivo, mas acredito que tem a ver sim com tudo isso. Hoje ela vive lá em São Paulo. Ela não está estudando ainda, porque a vida dela é toda aqui. Ela estava com crise de ansiedade por causa do medo da cirurgia e está fazendo o uso de remédios calmantes. Ela fica a maior parte do tempo hoje dormindo, não pelo remédio, mas também pelo problema que causa sono”, informou a mãe.
Vaquinha virtual
Jaiane junto aos familiares criaram uma vaquinha para ajudar nos custos do pós-operatório e na sua viagem de ida para São Paulo, além do retorno de Laura para a Bahia.
“A ideia principal da vaquinha é conseguir os valores para eu poder acompanhar minha filha na cirurgia, poder me deslocar até lá; tem a parte das medicações e de todo o tratamento que a gente ainda não sabe como vai ser; e também para trazer a minha filha para cá de novo”, explicou.
A Vaquinha on-line ‘Pós-Operatório Laura’ está disponível aqui. Para ajudar basta clicar no link ou compartilhá-lo com alguém.
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