Bahia

Ataques de cães a caprinos e ovinos aumentam e produtores pedem solução 

Segundo um produtor, os ataques de cachorros são frequentes e os proprietários não sabem mais o que fazer, pois os prejuízos são inúmeros.

caprinos
Foto: JoaoBOliver/Pixabay

Os produtores e pecuaristas da região do Sisal, na Bahia, estão preocupados com os frequentes ataques de cães a caprinos e ovinos da região. De acordo com administrador, filho de produtor rural, Andrey Lima, já são vários animais mortos e prejuízos decorrentes dessa situação. Segundo ele, os ataques ocorrem quase que diariamente, principalmente na região de Conceição do Coité, Valente e Retirolândia, nas quais os cães invadem os sítios da localidade e prejudicam as criações. 

Segundo Andrey, os cachorros entram nas propriedades e nos locais em que os carneiros se encontram e os atacam. 

“Muitas vezes eles não pegam os carneiros para comer, como forma de alimento, mas pelo prazer do ataque e de matar o animal mesmo”, pontuou. 

Prejuízos

No sítio do pai de Andrey já foram contabilizados 16 animais perdidos. 

“O primeiro ataque foi em setembro, teve nove animais atacados, mordidos, mas só morreram quatro. Conseguimos recuperar cinco, tratamos com medicamentos e conseguimos recuperar. Depois nós tivemos um segundo ataque no mês de novembro que ocorreu no galinheiro da gente, em que perdemos algumas galinhas e perus. E neste ano, em fevereiro, na véspera do Carnaval nós tivemos o terceiro ataque em que 16 animais foram atacados e desses 16, 11 morreram”, relatou. 

O administrador disse ao Acorda Cidade, que os animais provavelmente possuem donos, mas desconhece quem são.

“Os donos só aparecem quando alguém mata o cachorro. Eles vão para a delegacia, como já aconteceu situações de pessoas serem detidas por causa disso, porque matou cachorro. Tem vários registros na delegacia. Os ataques estão de tal forma que o deputado Luciano Araújo falou na Assembleia Legislativa do Estado sobre essa situação de cachorros que têm matado criações lá”, acrescentou.

No dia 14 de março, o deputado estadual Luciano Araújo participou de uma reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia. Durante essa reunião  o deputado denunciou no colegiado os ataques aos caprinos e ovinos por parte de cães na região do sisal e pediu que essas práticas de extermínio fossem investigadas pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura. 

Os proprietários da região estão muito preocupados

“Na cidade de Santaluz já houve uma audiência pública, a Câmara de Vereadores já promoveu uma audiência pública junto ao juiz da cidade e o promotor. Essa audiência também já aconteceu no município de Riachão do Jacuípe, onde os promotores já autorizaram os donos a matarem o animal que estiver dentro da propriedade. Se eles encontrarem o cachorro dentro da propriedade está autorizado, pelos promotores e pelo juiz, a serem assassinados pelos donos da propriedade, uma vez que esteja dentro da propriedade. Na cidade de Riachão e Santa Luz já aconteceu isso, mas nas outras cidades o poder público não tomou providência nenhuma”, informou. 

A maior preocupação dos fazendeiros da região está sendo criar os animais, ressaltou Andrey.

“Porque se a gente deixar os animais soltos para pastarem, que é a principal fonte de alimento deles, a qualquer momento a gente chega na roça e acha os animais mortos.” 

O administrador acredita que uma ação em conjunto com a Polícia Militar, Ministério Público e poder Executivo precisa ser criada. 

“Acho que eles precisam tomar uma providência e fazer talvez a mesma coisa que foi feita em Santa Luz. Porque nós já chegamos e encontramos os cachorros dentro da nossa propriedade, só que não podemos fazer nada. O que a gente pode fazer é espantar e tirá-los de dentro da propriedade. É muito prejuízo que já passa em mais de 10 mil reais, fora os investimentos feitos dentro da propriedade como telas, cercamentos, mudanças de cercas, reforços e tudo mais, para tentar conter esses animais”, frisou. 

Em nota, o Ministério Público esclareceu que no último dia 1º de abril, a promotora de Justiça Letícia Baird, que atua na comarca de Santaluz, não esteve presente na referida audiência realizada na Câmara de Vereadores. Quanto a Riachão de Jacuípe, o MP participou de uma audiência há dois anos, na qual fez ponderações em relação ao exercício da legítima defesa pelos proprietários dos rebanhos, sem em nenhum momento ou de qualquer maneira autorizar que eles matassem os cães.  

O MP destaca também na nota que os proprietários dos cachorros que teriam realizado os ataques são legalmente responsáveis por quaisquer danos materiais causados aos donos dos caprinos mortos. O MP também informa que tem procedimento instaurado para acompanhar as políticas públicas relativas ao controle de animais nos Municípios, que devem fiscalizar, por meio dos órgãos ambientais, a efetiva realização do cadastramento dos animais e sua vinculação aos respectivos tutores, além de averiguar o tratamento dispensado aos bichos.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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